Instrumentista (percussionista). Compositor.
Aos 18 anos, compôs pela primeira vez para o bloco carnavalesco Meninas Teimosas.
Criou instrumentos de percussão, como o bambu eletrônico e berimbau de boca. Nos inúmeros registros fonográficos que deixou, sua assinatura aparece algumas vezes como Pedro Sorongo, outras como Pedro dos Santos.
Em 1953, teve pela primeira vez gravada uma composição de sua autoria: “Recordando o Líbano”, por Manuel Macedo.
Em 1955, fez uma temporada de dois meses no Uruguai, como integrante da Orquestra Tabajara, de Severino Araújo. De volta ao Brasil, passou a trabalhar na Rádio Mayrink Veiga. Ainda no ano de 1955 gravou ao lado do flautista Altamiro Carrilho a composição “Tanganika” pelo selo Copacabana. O título “Tanganika” foi dado em homenagem à província da República Democrática do Congo.
Em 1960 juntou-se ao maestro Severino Araújo e Orquestra Tabajara para lançar o compacto “Sorongo is Sensational” pelo Selo Continental, com 4 faixas autorais misturando batidas afros com música brasileira instrumental.
Fez bailes por todo o Brasil e participou de várias gravações com Pixinguinha, Radamés Gnatalli e Garoto.
Em 1961, viajou com a Orquestra Tabajara para a Argentina. De volta ao Brasil, assinou com a TV Excelsior.
Ainda nos anos 1960, lançou dois compactos simples, ainda com o nome de Pedro Santos: o primeiro em 1963, com suas canções “Infeliz amor” e “Desalento”; o segundo em 1967, com suas canções “Bambusson” e “A inteligente”.
Ainda no ano de 1963 sua composição “Muito à Vontade” foi gravada pelo violonista Baden Powell para o LP do mesmo, “A Vontade”. Na ocasião, Baden o convidou para fazer uma participação na faixa.
Durante a década de 1960 a batida que desenvolveu sugeriu o neologismo do verbo “sorongar”, citado nas canções “Ritmo Gostoso” (1961) e “Eu Quero É Sorongar” (1961) de Ângela Maria e Elza Soares, respectivamente.
A partir de suas pesquisas e experimentações, descobriu o “sorongo”, ritmo peculiar para instrumentos de percussão derivado do samba e do batuque, para o qual criou uma base de cinco tambores de metal com pele. Nessa época, adotou o nome artístico de Pedro Sorongo.
Em 1968, lançou o LP “Krishnanda”, produzido por Helcio Milito. No repertório, suas composições “Advertência”, “Água viva”, “Arabindú”, “Dentro da selva”, “Desengano da vista”, “Dual”, “Flor de lótus”, “Quem sou eu?”, “Ritual negro”, “Savana”, “Sem sombra” e “Um só”. Para transformar os sons vocais de Sorongo em arranjo, já que o percussionista não sabia escrever música, foi escalado o maestro João Pacheco Lins, cujo o nome aparece nos créditos do LP como “Jopa Lins”. “Krishnanda” foi gravado em três canais, com 12 faixas, sendo quatro com vocais.
Em 1972, gravou, em Buenos Aires, dois LPs instrumentais em parceria com Sebastião Tapajós: “Sebastião Tapajós e Pedro dos Santos” e “Sebastião Tapajós e Pedro dos Santos vol. 2”. Em seguida, viajou em turnê pela Alemanha, França, Bélgica, Áustria, Noruega e Dinamarca com Paulinho da Viola, Maria Bethânia, Sebastião Tapajós, Baden Powell, Terra Trio e Jorge Arena.
Voltou à Europa em 1974, em turnê com Baden Powell, e em 1984, para a gravação do LP “Xingú”, em parceria com Sebastião Tapajós e Djalma Correa.
Ao longo de sua trajetória, atuou em shows e gravações com Luís Bonfá, Jacob do Bandolim, Pixinguinha, Radamés Gnatalli, Garoto, Baden Powell, Elis Regina, J.T. Meireles, Antonio Carlos & Jocafi, Arthur Verocai, Maria Creuza, Jards Macalé, Sergio Sampaio, João de Aquino, Elza Soares, Angela Maria, Sebastião Tapajós, Roberto Ribeiro, Milton Nascimento, Clara Nunes, Gilberto Gil, Paulinho da Viola e Maria Bethânia, entre vários outros.
Sua assinatura como percussionista como está também no disco “Rythim of the Saints”, lançado por Paul Simon em 1990.
Como compositor, teve músicas gravadas por Orlando Silveira (“Dança de Naja”), Altamiro Carrilho (“Tanganica”), Raul de Barros (“Trombone avesso”), Canhoto, Época de Ouro, Baden Powell e Elza Soares, entre vários outros.
Faleceu no dia 23 de fevereiro de 1993.
Durante a década de 2000, o LP “Krishnanda” (1968) foi redescoberto por diversos artistas como Seu Jorge, Bixiga 70, Mariana Aydar, dentre outros. Sua obra permaneceu revisitada através da iniciativa de sua filha, Lys Araújo, que manteve o trabalho do pai ativo através de um blog, uma fanpage no Facebook e um canal no YouTube, que por sua vez divulgavam o acervo do artista. Durante essa mesma década o LP “Krishnanda” atingiu o patamar de clássico global pela crítica especializada e se tornou um dos LPs mais caros do mercado de vinil e mais cultuados por colecionadores do mundo inteiro.
Em 2012 o produtor musical Alexandre Kassin foi convidado para escrever o texto de apresentação para o relançamento de “Krishnanda” dentro da série “Clássicos em Vinil”. Na ocasião, Kassin produziu o texto a partir de uma entrevista com Hélcio Milito.