
Compositor. Maestro. Instrumentista. Tocava trombone, bombardino e outros instrumentos de sopro. Nasceu na localidade de Arrozal do Piray, no Município de Piraí, no Rio de Janeiro. Órfão de pai com apenas um ano de idade, aos dois anos, sua mãe se mudou para a cidade de Taubaté, no Vale do Paraíba paulista. Em 1896, transferiu-se com a mãe para a cidade de Aparecida do Norte, onde passou a conviver com um ambiente musical. Começou a estudar música aos 15 anos de idade na cidade paulista de Aparecida do Norte. Com apenas dois meses de aprendizagem musical com o professor Antonino Silva começou a tocar trombone na banda de música de Aparecida do Norte. Em 1965, por iniciativa do jornalista e radialista J. da Silva Vidal foi homenageado com uma batuta de prata, reverência até então somente concedida aos maestros Carlos Gomes e Villa-Lobos. Ficou conhecido como “Rei das bandas” e também como “Rei dos dobrados”. Após sua morte recebeu diversas homenagens sendo nome de rua nas cidades de Arrozal do Piraí, Monte Azul Paulista, Osasco, Ferraz de Vasconcelos, Pindamonhangaba, e São Paulo.
Autor do hino “Dois corações” considerado por muitos como sendo o hino das bandas de música. Sua primeira composição foi o dobrado “Estrela do norte”, composto aos quinze anos de idade. Em 1915, fundou na cidade de Aparecida do Norte a Corporação Musical São Benedito que manteve-se atuante por quinze anos. Em 1920, em dificuldades financeiras colocou um anúncio no jornal oferecendo-se para compor músicas para bandas. Passou a receber de quatro a cinco pedidos diários e teve como um de seus compradores habituais um morador da cidade mineira de Conceição do Cerro de nome João Carmo Souza, que em certa ocasião lhe deu de presente uma caneta de ouro. Compôs então como agradecimento o hino “Dois corações”, considerado sua obra prima dedicada a alguém que ele nem mesmo conhecia. Foi fundador e regente de diversas bandas de música, entre as quais a Corporação Musical da Basílica Nacional de Aparecida do Norte, e a Banda do Educandário Dom Duarte, da cidade paulista de Cotia. Em 1931, foi regente da Corporação Musical Aurora Aparicidense. Em 1942, mudou-se de Aparecida do Norte para a cidade de Cruzeiro, também no Estado de São Paulo, onde fundou uma banda de música para crianças. Em 1944, mudou -se para a capital paulista onde sua carreira musical se ampliou e suas composições chegaram ao rádio, principalmente a Tupi e a Bandeirantes. Em 1957, suas composições “Princesa Doeste”, com I. Luis, e “Dois corações” foram gravadas pela Banda RGE, sob a regência de Henrique Simonetti, no LP “RGE em marcha” da gravadora RGE. No mesmo ano, o dobrado “Dois corações” foi gravado pela Banda Continental, em disco da Continental. Em 1959, o dobrado “Dois corações” foi gravado no LP “Convite para o baile”, lançado pela Orquestra Continental de Jaú sob regência do maestro Waldomiro de Oliveira em LP da Internacional CID. No ano seguinte, surgiu uma nova gravação do dobrado “Dois corações” no LP “Marchas, dobrados e polcas”, lançado pela Corporação Musical Arthur Giambelli em disco Odeon. Em 1965, “Dois corações” foi gravado no LP “Noite de festa”, lançado por Carlinhos Mafasoli e a Turma do Coreto pela RGE. Em 1968, a Banda de Música da Guarda Civil de São Paulo lançou pela RCA o LP “Valsas e dobrados de Pedro Salgado”, com 12 composições suas a saber: “Moraes Sarmento”, “Maestro Amado”, “Gloriosa guarda civil”, “Gracia Aparecida”, “Ângelo Alfieri”, “Doutor Urbano Reis”, “Trabuco”, “Amélia”, “Sargento José Bento”, “Paulo Alfieri”, “Dorinha” e “Maestro Aldemar Vidal”. Em 1971, a Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo lançou o LP “Valsas e dobrados inéditos de Pedro Salgado” pela gravadora Continental. Nesse ano, “Dois corações” recebeu letra de Ariovaldo Pires, e foi gravada pelo grupo vocal Titulares do Ritmo no LP “Titulares dos troféus” da Entré/CBS. Em 1973, “Dois corações” foi incluída no LP “Bandinha de Sucupira” da RCA Victor com gravações alusivas à novela “O bem amado” da TV Globo. Em 1978, o maxixe “Pinicando” foi gravado na série “Três séculos de música brasileira – Vol. 2 – maxixes”, lançada pela gravadora Copacabana com pesquisa, restauração, arranjos e regências de dos maestros Régis Duprat e Rogério Drupat. Foi auxiliar de corporações musicais de quase todo o Vale do Paraíba. Segundo alguns estudiosos teria sido autor de quatro mil músicas sendo tal número de difícil comprovação pois costumava vender e divulgar músicas suas sem possuir cópias delas. Ao certo, foram levantadas 1126 músicas de sua autoria sendo 400 dobrados, quase 300 valsas, além de hinos, fantasias, marchas, tangos, baiões, maxixes, mazurcas, fox, sambas, boleros, batucadas, polcas, choros, cateretês, rancheiras e outros ritmos musicais. Suas composições “Dois corações”, “Brasil glorioso” e “Saudade de Monte Azul” estão incluídas no “Repertório de ouro das Bandas de Música do Brasil” editado pela Funarte. Em 1957, sua valsa “Dois corações” foi gravada no LP “RGE em marcha – Banda RGE sob a regência de Henrique Simonetti” da gravdora RGE. Em 1983, sua valsa “Dois corações” foi gravada no LP duplo “Banda de música – De ontem e de sempre” lançado pela FENAB com um repertório especialmente gravado para este disco.