
Instrumentista (trompetista). Médico.
Nascido em Juiz de Fora, aos quatro anos foi morar no Rio de Janeiro com a família. A partir do curso primário começou a ter contato com a música. Aos nove anos, na própria escola que frequentava, começou a estudar e tocar trompete numa pequena banda. Na adolescência atuou em bailes e em vários conjuntos que tocavam música cubana. Nesse período ingressou na Rádio Nacional e estudou no então Conservatório do Distrito Federal, no Rio, com o professor Arthur Térri. Aos 23, ingressou na Faculdade de Medicina, participando simultaneamente do movimento da bossa nova e do sambajazz.
Ao final da década de 1960, transferiu-se com a família para o interior do Rio de Janeiro e abandonou temporariamente a música. Em 1985, retornou ao Rio, onde recomeçou sua vida profissional como músico.
Iniciou a carreira profissional tocando em conjuntos de baile na Tijuca e no Centro do Rio de Janeiro.
Em 1956, passou a atuar nas orquestras da Rádio Nacional e, mais tarde, na orquestra de baile do trombonista Raul de Barros.
A partir de 1958, firmou-se como um dos principais instrumentistas do Beco das Garrafas (RJ), reduto da bossa nova e do sambajazz.
Fez parte do Sexteto Bossa Rio, com o qual se apresentou, em 1962, no Festival de Bossa Nova realizado no Carnegie Hall, em Nova York. Com o mesmo grupo, gravou com o saxofonista norte-americano Cannonbal Adderley o LP “Cannonbals bossa nova with Bossa Rio”. Participou também da gravação do álbum “Copacabana”, de Herbie Mann.
No ano seguinte, gravou participação nos LPs “Vinicius & Odete Lara”, de Vinícius de Moraes e Odete Lara, e “Samba Esquema Novo”, de Jorge Ben (hoje Jorge Benjor).
Participou da inauguração da TV Globo, em 1965, integrando a orquestra da emissora. Atuou em várias edições memoráveis do Festival Internacional da Canção tocando com Henry Mancini, Paul Murriat, Quincy Jones e outros artistas internacionais.
Ainda na década de 1960, gravou com Moacir Santos, Paulo Moura, Jorge Ben (“Sacundin Ben Samba” e “Ben é Samba Bom”, ambos em 1964), Flora Purim (“Flora é M.P.M.”, em 1964), Tenório Junior (“Embalo”, em 1964), Dom Um Romão (“Dom Um”, em 1964), J.T. Meirelles (“O Som”, em 1964, considerado um marco da moderna música instrumental brasileira), Wanda Sá (“Wanda Vagamente”, em 1964), Luiz Carlos Vinhas (“Novas Estruturas”, em 1964), Elis Regina (“Samba eu canto assim”, em 1965), Edison Machado (“Edison Machado é Samba Novo”, em 1965), Sylvia Telles (“The Music of Mr. Jobim by Sylvia Telles”, em 1965), Simonal, Waltel Branco (Mancini também é Samba” e “A Turma do Bom Balanço”, ambos em 1966), Victor Assis Brasil (“Trajeto”, em 1968), Chico Buarque (“Chico Buarque de Holanda vol. 3”, em 1968) e outros renomados artistas brasileiros.
Em 1985, passou a integrar a Rio Jazz Orquestra, com a qual lançou, em 1992, o LP “Brasil Instrumental”. Gravou, ainda na década de 1990, com João de Aquino (“Patuá”, em 1991), Moraes Moreira (“O Brasil tem Concerto”, em 1994), Vittor Santos (“Trombone”, em 1994) e Elza Soares (“Trajetória”, em 1997). Participou também da coletânea “Brasil são outros 500”, projeto da Ação da Cidadania Contra a Fome a Miséria e Pela Vida, lançada em 1998.
Em 2000, ajudou a fundar a orquestra do trombonista Vittor Santos, partindo em seguida para a turnê “Crooner”, com Milton Nascimento. Nessa mesma época, participou da gravação de CDs de Caetano Veloso (“Noites do Norte”, em 2000), Tulio Mourão (“Cine Popular”, em 2000) e Kiko Continentino (“O Pulo do Gato”, em 2001).
Em 2009, retornou aos palcos depois de participações em shows em São Paulo. Foi convidado por Roberto Sion e sua Orquestra Jovem Tom Jobim para fazer o show “Mestres do Instrumental”, ao lado do trombonista Raul de Souza e do saxofonista Hector Costita, no Memorial da América Latina (SP). Atuou no show de lançamento do CD “AfroSambaJazz”, de Mario Adnet e Philippe Baden Powell, no Auditório do Ibirapuera (SP). Fez um show com seu sexteto na Toca do Vinícius – Centro de Referência da Bossa Nova (RJ), ocasião em que gravou suas mãos para a Calçada da Fama.