
Compositor. Maestro.
Teve suas primeiras composições gravadas em 1915, as valsas “Nas asas do amor” e “Sorrir dormindo”, registradas na Odeon pelo grupo O Passos no Choro.
Em 1922, fez as músicas para a revista “Nós pelas costas”, de J. Praxedes, apresentada no Teatro Recreio e que marcou a estréia da cantora e atriz Aracy Cortes. Em 1925, as canções “Caiuby (Canção da cabocla bonita)” e “Meu Brasil, terra natal” foram gravadas na Odeon por Vicente Celestino. No mesmo ano, fez os arranjos para o fox-trot “Cabeleira a la garçone” gravado por Zaíra de Oliveira. Ainda em 1925, o cantor Artur Castro gravou na Odeon a modinha “Luar do Brasil” e a canção “Arte e bom gosto”, e Sílvio Vieira a canção “Ai xixi”.
Em 1926, fez com o maestro Júlio Cristóbal as músicas para a revista “Prestes a chegar”, de Luiz Peixoto e Marques Porto, que alcançou grande sucesso. Segundo um anuário publicado nesse mesmo ano, tinha “grande habilidade para compor e compilar músicas para revistas, as quais ficam facilmente gravadas no ouvido do público”. No mesmo ano, o cantor Roberto Vilmar gravou na Odeon a canção “Leão da noite”, e o cantor Fernando lançou com sucesso o samba “Entra no cordão”. Ainda em 1926, Fernando gravou o maxixe “Sandália de couro”, com Marques Porto e Ari Pavão, e a canção “Ruínas de um sonho”, além da modinha “Chuá, chuá”, que se tornaria o maior sucesso do maestro e um clássico do cancioneiro popular brasileiro.
Em 1927, teve a marcha “Os canoeiros do norte” gravada na Odeon por Francisco Alves. No mesmo ano, Patrício Teixeira gravou a canção “Luar do Brasil”, também na Odeon. Ainda nesse ano, a canção “Chuá, chuá” recebeu letra de Zeca Ivo e foi regravada na Odeonette por Francisco Alves. Em 1928, Francisco Alves gravou a canção “Cangote cheiroso”, o maxixe “Cuscus”, a valsa “Quanto sofri”, a toada-canção “Canção da noite” e a a modinha “Leão da noite (Flor de sangue)”. Teve no mesmo ano o fox-canção “A flor de ingá”, e o fox-trot “Sempre a rir” gravados por Dimas Alonso, também na Odeon. No mesmo ano, fez com Luiz Peixoto a canção “Casinha na colina”, seu outro grande sucesso, gravada na Odeon por Vicente Celestino. Também em 1928 teve mais quatro composições gravadas na Parlophon: a canção “Oração da viola”, por Euristenes Pires, a canção “Coração gaúcho” e a melodia “Voz da floresta”, por João Celestino, e a canção “Pobre viola”, por Paulo Rodrigues.
Em março de 1929, a Odeon lançou disco que tinha Francisco Alves interpretando o samba “Água de coco”, que fez sucesso na época de seu lançamento. No mesmo ano, o cantor Oscar Gonçalves gravou a valsa-canção “O amor assim começa”, e a cantora Aracy Cortes lançou o samba “Quindins de iaiá”, parceria com C. M. Bittencourt, além de “Produto nacional” e a canção “Vamos juntar os trapinhos?”. Teve ainda o samba-canção “Por que foi?”, com Luiz Iglésias, lançado pela atriz Margarida Max que também o apresentou em teatro de revistas. Também em 1929, o cantor João Celestino gravou na Parlophon as canções “Amor de tropeiro” e “Feitiços de morena”, e Sílvio Salema a canção “Tristezas de rolinha”, ainda na Parlophon. Fez com Ary Barroso e Júlio Cristóbal as músicas para a revista “Laranja da China”, de Olegário Mariano, estrelada por Aracy Cortes no Teatro Recreio.
Em 1930, fez com Marques Porto e Luiz Peixoto o samba “Meu Senhor do Bonfim” gravado pela cantora Aracy Cortes. Ainda no mesmo ano, as canções “Minha Santa Terezinha” e “Cabocla cheirosa (Irassucê), parcerias com Alfredo Breda, foram lançadas por Aracy Cortes, e os sambas “Cuscus” e “Cangote cheiroso”, foram regravadas na Brunswick pela cantora Luiza Fonseca. Também em 1930, o samba “Falsa jura” foi gravado por Januário de Oliveira, e o samba-canção “Vou pra Bahia”, com Correia da Silva, foi lançado pela cantora Helsie Houston, os dois na Columbia, além da canção “Saudades do meu sertão”, lançada por Julinha Dias na Parlophon.
Em 1931, teve nova música gravada por Aracy Cortes na Odeon, o samba “Abana! Baiana!”, com A. Carvalho. No mesmo ano, Sílvio Vieira gravou na Victor a canção “Minha favela”, parceria com Marques Porto. Em 1932, a canção “Meu Brasil”, parceria com o poeta Olegário Mariano foi gravada na Columbia por Vicente Celestino. Em 1933, a marcha “O beicinho da crioula”, com João Rossi, foi gravada por Luiz Barbosa. Em 1950, a canção “Casinha na colina” foi regravada na Odeon por Carioca e Sua Orquestra em ritmo de choro com vocal de Jamelão. No ano seguinte, “Chuá, chuá” e “Casinha na colina” foram regravadas em ritmo de baião por Mário Gennari Filho em interpretação solo de acordeom. Em 1952, o baião “Nega suspira” foi gravado em solo de flauta por Dante Santoro. No ano seguinte, Augusto Calheiros regravou “Chuá, chuá”. Em 1954, a canção “Meu Brasil”, com Olegário Mariano foi gravada por Vicente Celestino na RCA Victor. Em 1957, suas cançõs “Chuá-chuá”, com Ari Pavão, e “Casinha da colina”, com Luiz Peixoto, foram regravadas no LP “Paulo Tapajós recorda” gravado por Paulo Tapajós na Continental. Em 1962, “Chuá, chuá” foi regravada no LP “Os velhinhos transviados”, de Zé Menezes. Em 1963, a canção “Chuá chuá” foi incluída no LP “Volta ao mundo com Os Pequenos Cantores da Guanabara” lançado pela gravadora Philips com o coral infantil Os Pequenos Cantores da Guanabara. Em 1969, “Chuá, chuá” foi regravada pela dupla Tonico e Tinoco, e em 1976, por Rosinha de Valença no LP “Cheiro de mato”.
Em 1972, sua modinha “Chuá, chuá”, com Ari Pavão, na voz de Nuno Roland e com acompanhamento do Conjunto de José Menezes, foi gravada especialmente para o fascículo “Donga e os primitivos” na série Nova História da Música Popular Brasileira, da Abril Cultural.
Em 1981, Nalva Aguiar regravou ” Casinha na colina” em LP lançado pela CBS. Em 1990, a dupla Pena Branca e Xavantino regravou “Chuá, chuá”. Em 1998, “Chuá, chuá” foi regravada por Roberto Corrêa e Quinteto de Cordas, no CD “No sertão”. Em 2000, teve as composições “Chuá, chuá”, com Ari Pavão, “Paulista de Macaé”, “Polícia já deu lá em casa” e “Meu Senhor do Bonfim”, com Luiz Peixoto, interpretadas em show pelo conjunto Lira Carioca, especializado em música popular das primeiras décadas do século XX. Dois anos depois, essas músicas foram relançadas no CD “Notáveis desconhecidos” gravado pelo conjunto Lira Carioca.
Em 2001, a canção “Chuá, chuá” foi regravada pelo Duo Canta Viola no CD “Colcha de retalhos” em homenagem à dupla Cascatinha e Inhana. Em 2002, sua canção “Canção da noite”, com Lamartine Babo, foi relançada no CD “No tempo da seresta – vol. 2”, do selo Revivendo, na gravação original de Francisco Alves, e “Casinha na colina” foi relançada por Francisco Petrônio no CD “Francisco Petrônio – Serestas, canções e serenatas”. Em 2004, a canção “Chuá, chuá” foi regravada nas vozes de Joanna e Maria Bethânia no CD “Namorando a Rosa” lançado pelo selo Biscoito Fino em homenagem a violonista Rosinha de Valença.
Foi um dos principais nomes do teatro de revistas na década de 1920 e seu nome ficou eternizado na música popular brasileira com a canção “Chuá, chuá”. Em 2011, foi lançado pelo selo Discobertas em convênio com o ICCA – Instituto Cultural Cravo Albin a caixa “100 anos de música popular brasileira” com a reedição em 4 CDs duplos dos oito LPs lançados com as gravações dos programas realizados pelo radialista e produtor Ricardo Cravo Albin na Rádio MEC em 1974 e 1975. No volume 1 está incluída a gravação de sua canção “Chuá, chuá”, com Ary Pavão, na interpretação de Paulo Tapajós.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.