3.001
Nome Artístico
Pedro de Alcântara
Nome verdadeiro
José Pedro de Alcântara
Data de nascimento
21/8/1866
Local de nascimento
Rio de Janeiro, RJ
Data de morte
29/8/1929
Local de morte
Sete Lagoas, MG
Dados biográficos

Flautista. Compositor. Executante de flautim.

Filho de Pedro de Alcântara e Francisca Rosa das Chagas de Alcântara, nasceu na Rua Barroso, hoje Rua Siqueira Campos, no bairro de Copacabana. Iniciou seus estudos de flauta aos 15 anos de idade.

Apresentou-se pela primeira vez em público em uma festa da igreja Nossa Senhora da Glória do Outeiro, fazendo um solo, em sua flauta de prata, para o Imperador D.Pedro II, que se achava presente. Foi funcionário dos Correios e Telégrafos. Casou-se com Elvira de Souza Alcântara, com quem teve dois filhos.

Dados artísticos

Iniciou sua atividade artística apresentando-se nos Cinemas Odeon,  Americano (situado à Avenida Nossa Senhora de Copacabana) e no Atlântico.  Promovia  encontros em sua casa onde recebia companheiros de choro como Quincas Laranjeiras, Ernesto Nazareth, Villa-Lobos, Catulo da Paixão Cearense, entre outros. Em 1907, compõe a polca  “Choro e poesia”, inicialmente chamada “Dores do coração”, sua composição mais conhecida,  gravada em  disco da Casa Edison, em 1911.  Posteriormente,   ao receber  letra de Catulo da Paixão Cearense, “Choro e poesia” tornou-se a célebre canção “Ontem ao luar”. 

Em 1912 realizou uma série de quatro gravações com o pianista Ernesto Nazareth interpretando as polcas “Choro e poesia”, de sua autoria e “Linguagem do coração”, de Joaquim Calado e os tangos “Favorito” e “Odeon”, de Ernesto Nazaré. Em 1918, Vicente Celestino gravou “Ontem ao luar” na Odeon. Seu último recital aconteceu na cidade de Sete Lagoas em Minas Gerais, no Cine Trianon, em 1929. Na ocasião,  foi  acompanhado por seu filho Sérgio Pedro de Alcântara, ao violino e  por Geralda da Mata, ao piano. Faleceu poucos dias depois nesta mesma cidade. 

Nos anos 1970, a composição “Choro e poesia” (Ontem ao luar) voltou às paradas de sucesso recebendo cerca de 10 novas gravações, pois muitos na época, a acharam parecida com a música “Love story”, do filme do mesmo nome, sucesso de bilheteria. Muitas das gravações feitas omitiam sua participação na autoria da música, que era dada apenas a Catulo da Paixão Cearense. Um  neta do compositor obteve na justiça em 1976, que lhe fosse restabelecida a autoria da polca. Em 2000, a gravação de “Ontem ao luar” feita por Vicente Celestino foi relançada pela EMI na série “Cantores do rádio”, volume 1. Em 2013, sua interpretação, na flauta, do tango “Odeon”, de Ernesto Nazareth, com o próprio Ernesto Nazareth ao piano, realizada em 1912, foi incluída no CD “Ernesto Nazareth 150 anos – Vol. 1” lançado pelo selo Revivendo em homenagem ao sesquicentenário do compositor Ernesto Nazareth.

Discografias
1912 Odeon 78 Favorito
1912 Odeon 78 Linguagem do coração
1912 Odeon 78 Odeon
Obras
Amor e pobreza
Amour et progrès
Capitão Almeida
Cavotte
Choro e poesia Ontem ao luar (c/ Catulo da Paixão Cearense)
Cristodolinda
Dores do coração
Flor mimosa
Grattitudine
Hino da Estudantina Laranjeiras
Inquilinato
Inspiração duma dor oculta
Licor da moda
Linguagem do coração
Litania
Margem do Paraíba
Maria, cançoneta
Não mandei o lima
Oito horas de serviço
Passo do jocotó
Passo-doble
Quanto sofro!
Quinze de outubro
Reforma da sala
Rosalinda
Uma valsa
Valmira
Valsa
Vamos às médias
Bibliografia Crítica

AMARAL, Euclides. A Letra & a Poesia na MPB: Semelhanças & Diferenças. Rio de Janeiro: EAS Editora, 2019.

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Vol 1. São Paulo: Ed. 34, 1997.

VASCONCELOS, Ary. Panorama da música popular brasileira – volume 1. Rio de Janeiro: Martins, 1965.