5.001
Nome Artístico
Pedro Ângelo Camin
Nome verdadeiro
Pedro Ângelo Camin
Data de nascimento
20/2/1870
Local de nascimento
Meolo, Itália
Data de morte
28/9/1933
Local de morte
São Paulo, SP
Dados biográficos

Compositor. Pianista. Editor. Professor.

Perdeu os pais com quatro anos de idade e foi criado em um orfanato, onde recebeu suas primeiras lições de música. Mais tarde, estudou com o organista Gaetano Foschini, do Liceu Sagrado Coração de Jesus, aperfeiçoando-se de maneira autodidata ao longo de toda vida. Em 1887, já adolescente, emigrou para o Brasil, fixando residência em Lages. Nesta cidade, paralelamente ao trabalho como guarda-livros em uma fazenda cuja proprietária chamava-se dona Veridiana Prado, formou uma banda. Posteriormente, transferiu-se para o município de Mococa, também em São Paulo, onde organizou a Philarmonica Mocoquense e trabalhou como professor de piano. Em 1894, casou-se com Maria José, filha do coronel José Pereira dos Santos. Com ela teve nove filhos. Em 1907 já residia em São Paulo, onde fundou com um sócio uma importadora de vinhos e comestíveis, a Tomazzini e Camin, que ficava situada na Rua Formosa. Em 1914, com outro sócio (João Campassi), fundou a Campassi & Camin Editora, abrindo na Avenida Brigadeiro Luís Antônio a Casa Editora Musical Brasileira (CEMB). Entre os anos de 1924 e 1929 foi editor da Revista Ariel, especializada em arte.

Dados artísticos

Sua atuação como músico e compositor popular desenvolve-se com o teatro de revista e com as operetas, para os quais escreveu inúmeras partituras. Musicou revistas como “A Mococa”, de Humberto de Queirós (1897); “De vento em popa”, de Laurentino de Azevedo (1905), e operetas como “Cè un articolo del Codice” (1921) e “Il profumo del peccato” (1924), ambas de Luigi Della Guardia, além de “Cenas da roça” (1920) e “A Moreninha” (1929), ambas de Arlindo Leal. “A Moreninha” obteve muito sucesso, tendo sido encenada no Teatro Pedro II. É autor de centenas de composições com as quais sonorizava filmes mudos. Compôs música ligeira e dançante para animar sociedades recreativas e clubes da época. Editava suas músicas em seu estabelecimento. Para dar a impressão que sua editora possuía muitos clientes, costumava usar vários pseudônimos, com os quais assinava suas obras. Chegou a usar 26 pseudônimos, dentre os quais: A. Robertson, B. Moreno, Ed Pryer, G. Blanc, Juan Villa, Lina Alberti, Oscar Del Rio, P. Camin, Pedro Guaraná e P. Nimac, o mais usado de todos. Cada um deles relacionava-se ao gênero da música a ser editada. Por exemplo: para uma valsa, ele inventava um pseudônimo francês (G. Blanc); para um tanguinho brasileiro, um pseudônimo bem caboclo (Pedro Guaraná) e para um one-step, um pseudônimo em inglês (Ed Pryer).

Obras
Ai, Manduca, não cotuca (pseud. Pedro Guaraná)
Alma simples (pseud. P. Nimac)
Bate-boca (pseud. Pedro Guaraná)
Deniers rayons (pseud. G. Blanc)
Fadista de mi amor (pseud. Oscar Del Rio)
Fidelity (pseud. A. Robertson)
Frivolité (Lina Alberti)
Malditas saias (pseud. P. Nimac)
Manuelita (pseud. Juan Villa)
O arara (pseud. P. Carmin)
Pampero (pseud. B. Moreno)
Sombras n'água (pseud. P. Nimac)
The Sulthana (pseud. Ed Pryer)
Bibliografia Crítica

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.