Letrista. Poeta.
Foi contemporâneo de Gonzaguinha e Márcio Proença em um colégio interno localizado na cidade de Pati do Alferes, no Rio de Janeiro.
Viveu algum tempo em Santa Rosa de Viterbo (SP), onde escreveu dois livros (inéditos).
Assinou matérias para jornais e compôs trilhas para programas de TV.
Nos anos 70 fez parte do “Movimento Artístico Universitário” (MAU), juntamente com Aldir Blanc, Gonzaguinha, Ivan Lins, César Costa Filho, Ronaldo Monteiro de Souza, Sidney Mattos, Marco Aurélio, Ivan Wrigg e Márcio Proença, entre outros.
Em 1980, Djavan no disco “Alumbramento” incluiu “Tem boi na linha” (c/ Djavan e Aldir Blanc). No ano seguinte, Márcio Proença interpretou “Esse tal do amor” e “Outra vez você”, parceria de ambos, no LP “Marcio Proença”, lançado pelo Selo Paladar Produções Artísticas.
Em 1982, Clara Nunes interpretou de sua autoria “Nação”, parceria com João Bosco e Aldir Blanc. Faixa-título do LP da cantora, a composição tornou-se um grande sucesso, não só da carreira da cantora, assim como dos três autores, sendo inclusive, regravada por João Bosco. No ano posterior Riko Dorileo participou do projeto “Mostra Seis e Meia Lubrax”, que gerou o LP ao vivo gravado na Sala Cecília Meirelles, no Rio de Janeiro, no qual interpretou uma parceria de ambos, “Fruto de imaginação”.
No ano de 1984, Marcello Lessa gravou um compacto simples, interpretando canções compostas em parceria com Paulo Emílio: “Azulão” e “São Sebastião”. O disco, que contou com a participação de Antonio Adolfo, Wilson das Neves, Zeca Assumpção, Nivaldo Ornellas, Chiquinho do Acordeom, Henrique Drach e Jorginho do Pandeiro, teve arranjos de Francisco Mário (irmão de Henfil e Betinho) e foi indicado para o “Troféu Chiquinha Gonzaga”, da Associação dos Produtores Independentes de Discos.
No ano de 1986 compôs com Marcello Lessa o samba-enredo “Tem que tirar da cabeça, o que não se pode tirar do bolso”, uma homenagem ao mestre Fernando Pamplona, com o qual a Escola Acadêmicos do Salgueiro viria a desfilar em neste mesmo ano, classificando a escola em 6º lugar no desfile do Grupo 1. Também com o parceiro Marcello Lessa compôs o tema de abertura do programa “Nossa gente”, da TV Globo de São Paulo, e juntos seguiram em turnê por várias cidades do interior dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
Em 1990, chegou a entrar em estúdio para gravar suas canções, por sugestão do sociólogo Betinho (Herbert de Souza). Da sessão inicial, ficou gravada uma conversa entre os dois amigos, mas o trabalho não pôde ser realizado porque o compositor veio a falecer pouco depois.
Em 1995 sua composição “Nação”, foi interpretada por Emílio Santiago e Clara Nunes no CD “Clara Nunes com vida”, para o qual foram remasterizadas as vozes de outros cantores que atuaram em dueto póstumo com a cantora. No ano seguinte, no disco “Aldir Blanc 50 anos” Emílio Santiago regravou “Nação” (c/ João Bosco e Aldir Blanc). No mesmo CD Ivan Lins e Aldir Blanc interpretaram “Pequeno circo íntimo” (c/ Ivan Lins e Aldir Blanc).
No ano de 2003 sua composição “Nação” (c/ João Bosco e Aldir Blanc) foi incluída no CD “Um ser de luz – saudação à Clara Nunes”, interpretada por Renato Braz.
Em 2004 Marcello Lessa lançou, em parceria com Paulinho Tapajós, o CD “Viola violão” (Dabliú Discos), no qual foi incluída “Troca de mal”, parceria de Marcello Lessa, Paulinho Tapajós e Paulo Emílio).
Autor de vários sucessos em parceria com João Bosco e Aldir Blanc, com destaque para “Linha de passe”, “Masmorra”, “Coisa feita”, “Cobra criada”, “Galo, grilo e pavão”, “O escândalo da mandioca” e “Nação”, entre outras.
Constam da relação dos intérpretes de suas composições Nana Caymmi, Simone, César Camargo Mariano, Elis Regina, Clara Nunes e Maria Bethânia, além dos parceiros Djavan, Sueli Costa, Moacir Luz, Marco Aurélio, Maurício Tapajós, Rico Doriléo, Oscar Castro Neves, Chico Mário e Márcio Proença.
Constam, ainda, da relação de seus parceiros, Djavan (Tem boi na linha), Sueli Costa (Para os meninos da Nicarágua e Bilhete de despedida), Moacir Luz, Marco Aurélio, Maurício Tapajós (várias inéditas), Riko Dorileo, Oscar Castro Neves, Chico Mário e Márcio Proença, entre outros.
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
ALBIN, Ricardo Cravo. O livro de ouro da MPB. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003.
AMARAL, Euclides. A Letra & a Poesia na MPB: Semelhanças & Diferenças. Rio de Janeiro: EAS Editora, 2019.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.
ARAÚJO, Hiram. Carnaval – seis milênios de história. Rio de Janeiro. Editora Gryphus, 2000.
PERRONE, Charles A . Letras e letras da música popular brasileira (Trad. de José Luiz Paulo Machado). Rio de Janeiro: Elo Editora e Distribuidora Ltda, 1988.
SEVERIANO, Jairo e Zuza Homem de Mello. A canção no tempo vol. 2. São Paulo: Editora 34, 1998.