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Nome Artístico
Paraguassu
Nome verdadeiro
Roque Ricciardi
Data de nascimento
25/5/1890
Local de nascimento
São Paulo, SP
Data de morte
5/1/1976
Local de morte
São Paulo, SP
Dados biográficos

Cantor. Compositor. Filho de imigrantes italianos, foi aprendiz de tipógrafo e ferreiro. Seu nome de batismo era Roque Ricciardi, com o qual gravou seus primeiros discos ainda na fase mecânica. Aborrecido de tanto ser chamado de “Italianinho do Brás”, apesar de só cantar músicas brasileiras, optou estão por um nome bem brasileiro: “Paraguassu”, nome que em algumas obras de referência aparece grafado com cê cedilha, mas que é escrito com dois esses, devido à origem tupi, onde “para” significa mar e “guassu” significa grande. Aprendeu rudimentos de violão com seu vizinho, de nome Antonio Russo, e já aos 12 anos de idade apresentava-se em bares onde tocava violão e cantava em troca de gorjetas.

Dados artísticos

Seresteiro solicitado no bairro do Brás, estreou em 1908, em um café cantante chamado “Parisien”, ganhando cinco mil-réis por noite. Ali conheceu o palhaço-cantor Eduardo das Neves, que o convidou a participar de um festival por ele promovido no Circo Spinelli, em 1909. Nesta mesma época, formou um conjunto musical em que atuava como vocalista ao lado de um dos pioneiros da gravação de discos no Brasil, o cantor Caramuru (Belchior da Silveira) , acompanhados pelos violões de Canhoto (Américo Jacomino) e Luís Miranda. Exibiam-se no Bresser, barracão de zinco situado na rua do mesmo nome, ainda no bairro do Brás. Em 1912, gravou seu primeiro disco na Odeon com “Madalena” e “Mágoas”, ambas de sua autoria. Apresentado a Catulo da Paixão Cearense, em 1921, cantou para ele a modinha “Palma de martírio”, de Anacleto de Medeiros e Catulo da Paixão Cearense. Catulo, que ficou sendo seu admirador, escreveu-lhe, posteriormente, os seguintes versos: “Qual seria o anel do cantor como tu, Paraguaçu? Como tu, cantor do amor? Esse anel seria uma saudade brilhante, ou melhor, uma saudade cantando na gravação de uma dor”. Em 1923, inaugurada a Radio Educadora Paulista, foi o primeiro artista contratado da emissora. Três anos mais tarde, acusado de plagiar a valsa “A pequenina cruz de teu rosário”, de Fetinga e Fernando Weyne, submeteu-se a uma ação judicial que repercutiu por todo o país, comprovando- se o plágio que havia sido por ele gravado como “Cruz do rosário”, na Odeon. Gravou o primeiro disco em 1927 pela Odeon, com a modinha “Berço e túmulo”, de sua autoria. No mesmo ano, cantou “Bem-te-vi”, no filme do mesmo nome dirigido por Victor del Picchia. Esta canção, gravada em 1929, na Colúmbia, tornou-se um dos grandes sucessos do cantor. Em 1929 lançou pela Columbia o samba “Siá Maria” e a embolada “A juriti”, de sua autoria. No mesmo ano gravou a modinha “Casinha pequenina”, de domínio popular, para a qual fez os arranjos. Em 1930 registrou as canções “Teu quebranto” e “Segredo dalma”, de sua autoria e “Azulão”, de Hekel Tavares e Luiz Peixoto e a embolada “Meu alazão”, de sua autoria, entre outras. No mesm ano gravou em companhia de Mário Graccho e Januário de Oliveira o “Hino da Associação dos Empregados do Comércio do Rio de Janeiro”, de José Domingos Brandão e do revistógrafo Bastos Tigre. Gravou ainda, de João Pernambuco a toada “Amô de caboco”. Com pseudônimo de Maracajá gravou algumas músicas para a Colúmbia, dentro da “Série caipira Cornélio Pires”. Em 1931 gravou a toada canção “Tenho pena de meus olhos”, de Angelino de Oliveira. Em 1932 gravou de Miltom Amaral as canções “Todo poeta nasceu para sofrer” e “Meu cachimbo”. Em 1933, compõe dois clássicos sertanejos: “Porteira véia” e “Violeiro do luá”, com Assunção Fleury. Gravou, ainda, duas das mais expressivas toadas sertanejas, o “Luar do sertão”, de Catulo Cearense e João Pernambuco e “Tristezas do jeca”, de Angelino de Oliveira. No mesmo ano gravou de sua autoria o cateretê “Festa na roça”, a marcha “Já te quis” e a canção “Pobre amor”. Participou dos cinco primeiros filmes falados brasileiros: “Acabaram-se os otários”, de Luis de Barros, em 1929, “Campeão de futebol”, em 1931, de Genésio Arruda, “Coisas nossas”, em 1931, dirigido por Wallace Downey com Procópio Ferreira e Sebastião Arruda, “Mágoa sertaneja”, com Batista Júnior e “Fazendo fita”, de 1935, com Alberto Marino, Alzirinha Camargo, entre outros. Organizou o Conjunto Verde e Amarelo, que integrado por José Sampaio e Pilé, nos violões, Fernando Chaves, no bandolim, Veríssimo e Atilio Grany, nas flautas e Garoto no banjo, o acompanhava na maioria de suas gravações. Em 1935 gravou com seu grupo Verde e Amarelo o samba canção “Confeitinho descorado”, parceria com Assunção Freury e a marcha “Paulistinha”, de sua autoria. No ano seguinte gravou de Angelino de Oliveira a canção “Lua cheia” e de Catulo da Paixão Cearense a canção “Luar do sertão” e a toada “Poeta do sertão”. Em 1937 gravou com Roberto de Andrade os marabás “Tabajara”, parceria com Roberto de Andrade e “Acalanto negro”, de Roberto de Andrade. No mesmo ano lançou a toada “Tristeza do Jeca”, de Angelino de Oliveira que se tornaria um clássico da música sertaneja. No mesmo período gravou com Nhá Zefa as batucadas “Baiana dengosa”, de motivo popular com arranjos de sua autoria e “Olá, “seu” Barnabé”, de sua autoria. Em 1938 gravou as valsas “Rutilante estrela” e “Já tens um novo amante”, de sua autoria. No mesmo ano gravou de sua parceria com Ariovaldo Pires, o Capitão Furtado, a rancheira “Natal dos caboclos”. No ano seguinte gravou as emboladas “Tico-tico” e “Gavião” e “Pombinha branca”, de sua autoria. Em 1943 gravou na Continental a valsa choro “Saudades de São Paulo” e o tango canção “Taça da amargura”, de sua autoria. Em 1945 lançou a modinha “Perdão Emília”, de motivo popular, seu último grande sucesso e a toada canção “Mentirosa”, de sua autoria. Em 1949 compôs com Mário Zan a valsa “Minha última serenata”, gravada no mesmo ano na Continental. Conhecido como o “Cantor das noites enluaradas”, foi um dos artistas mais populares do início do século XX, além de compositor inspirado. Publicou quatro livros : “Lira do Paraguaçu”, “O cantor das noites enluaradas”, “Cancioneiro do Brasil” e “Buquê de rimas”. No carnaval de 1953, conquistou o primeiro e o segundo lugares no Concurso da Prefeitura de São Paulo, com os sambas “Vagabundo” e “Saberei me vingar”. Em 1958, comemorando seu Jubileu de ouro, gravou na Colúmbia o LP “Mágoa de um trovador”, com 11 composições suas. Em 1960, a Musicolor relançou gravações originais da Colúmbia de 1930 a 1937. Em 1969, gravou na Fermata o LP “Canção de amor”, com antigos sucessos acompanhado pelo regional de Carlinhos Mafasoli. Paraguaçu foi o prmeiro cantor paulista a alcançar renome nacional, sem ter se transferido para o Rio de Janeiro.

Discografias
1953 Todamérica 78 Abandono/Os olhos dela
1953 Todamérica 78 O que tu és/Já tens um novo amante
1949 Continental 78 Gaúcho guapo/Minha última serenata
1948 Continental 78 As margaridas/Violeiro do luar
1945 Continental 78 Azulão
1945 Columbia 78 Estela/Manhãs de sol
1945 Continental 78 Lamentos/Triste caboclo
1945 Columbia 78 Perdão, Emília/Mentirosa
1944 Continental 78 Talento e formosura/O adeus da manhã
1943 Continental 78 Casinha pequenina/Não posso te amar
1943 Continental 78 Saudades de São Paulo/Taça da amargura
1939 Victor 78 Luar da minha terra/Ocê nasceu pra mim
1939 Columbia 78 Napolitana/Findou-se o nosso amor
1939 Columbia 78 Promessas/Pé de vento
1939 Victor 78 Tico-Tico e gavião/Pombinha branca
1938 Victor 78 Ano novo/Natal dos caboclos
1938 Odeon 78 Rutilante estrela/Já tens um novo amante
1938 Columbia 78 Samba do paieiro/Reza das mulatas
1937 Columbia 78 Baiana dengosa/olá "seu" Barnabé
1937 Columbia 78 Balão de lágrimas/São João de minha terra
1937 Columbia 78 Rumba morena/Meu gongá
1937 Columbia 78 Tabajara/Acalanto negro
1937 Columbia 78 Talento e formosura/O adeus da manhã
1937 Columbia 78 Tristeza do Jeca/Choça do monte
1936 Columbia 78 A maior saudade/Por teu amor, me perdi
1936 Columbia 78 E só a saudade ficou/História de amor
1936 Columbia 78 Luar do sertão/Poeta do sertão
1936 Columbia 78 Meu violão/Flor do dia
1936 Columbia 78 Mágoas/Lua cheia
1936 Columbia 78 Violeta/Madrugada na roça
1934 Columbia 78 A alguém/Meus amores
1934 Columbia 78 Confeitinho descorado/Paulistinha
1934 Columbia 78 Na casa branca da serra/Quero fugir-te
1934 Columbia 78 Nunca mais/Sofrer
1934 Columbia 78 Quanta saudade/Uma noite no sertão
1934 Columbia 78 Rosário de lágrimas/Versos que não te dei
1934 Columbia 78 Soluçar de vento/Prá esqueçe-la
1933 Columbia 78 Esse boêmio sou eu/Rosa, rosa de amor
1933 Columbia 78 Festa na roça/Já tequis
1933 Columbia 78 Lua triste/Morrer de amor
1933 Columbia 78 Maldição/Salve Brasil...
1933 Columbia 78 O violero do luá/Pobre amor
1933 Columbia 78 Portera véia/O sino da tarde
1933 Columbia 78 São Paulo da garoa/Pai de santo
1933 Columbia 78 Vou partir/O que vale o pranto
1932 Columbia 78 Todo poeta nasceu para sofrer/Meu cachimbo
1931 Columbia 78 Alma a sorrir/Promessa de caboclo
1931 Columbia 78 Lili, vem cá/Zic-pa-zic-pé
1931 Columbia 78 Meu passarinho/Cruel solidão
1931 Columbia 78 Tenho pena de meus olhos/Saudades de alguém
1930 Columbia 78 Acorda/Teu oiá
1930 Columbia 78 Amô de caboco/Quando anoitece
1930 Columbia 78 Azulão
1930 Columbia 78 Caboclo bom/Rosa do sul
1930 Columbia 78 Coco de Indaiá/Como a vida é boa
1930 Columbia 78 Embola Chico/Guarde esta rosa
1930 Columbia 78 Fantasia de amor/Miss Portugal
1930 Columbia 78 Gaúcha da lagoa/Taí, seu Getúlio foi
1930 Columbia 78 Gota mimosa/Na volta
1930 Columbia 78 Hino da Associação dos Empregados do Comércio do Rio de Janeiro
1930 Columbia 78 Hino social do Clube Atlético Santista
1930 Columbia 78 Legião revolucionária
1930 Columbia 78 Leão do norte
1930 Columbia 78 Meu alazão/Caboclo negociando
1930 Columbia 78 Minha mulata/Pega a espingarda
1930 Columbia 78 O nosso amor/por quê?
1930 Columbia 78 Paraguassu se diverte/Morena, minha morena
1930 Columbia 78 Perfume do passado/Morena brasileira
1930 Columbia 78 Primeiro amor/Racha-pé
1930 Columbia 78 Sonhos de Rinetti/Queres um amor que não mereces
1930 Columbia 78 Sou brasileiro/Maldição (Vem meu amor)
1930 Columbia 78 Teu quebranto/Segredo d'alma
1930 Columbia 78 Vem cá meu bem/Tá tudo se acabando
1929 Columbia 78 A alguém/Sou do sertão
1929 Columbia 78 Balança os cachos Calu/Tudo acabado
1929 Columbia 78 Bem-te-vi/Na casa branca da serra
1929 Columbia 78 Brasileirinha/Magnólia
1929 Columbia 78 Canoa furada/Meus amores
1929 Columbia 78 Casinha pequenina/Não posso te amar
1929 Columbia 78 Lamentos/Triste caboclo
1929 Columbia 78 Madalena/Miss Ceará
1929 Columbia 78 Madrugada/O beijo
1929 Columbia 78 Meu Brasil/Foi um sonho
1929 Columbia 78 Minha amada/Coração magoado
1929 Columbia 78 Morreu meu sabiá/Quero fugir-te
1929 Columbia 78 Nhô Juca/Não gosto de você
1929 Columbia 78 Nunca mais/Noites gaúchas
1929 Columbia 78 Não chores meu bem
1929 Columbia 78 Siá Maria/A juriti
1929 Columbia 78 Sofrer/Ruínas de um beijo
1929 Columbia 78 Tico-tico vuô
1927 Odeon 78 Berço e túmulo
Obras
A juriti
A maior saudade
Abandono
Amô de caboclo
Ano Novo
Balão de lágrima
Bem-te-vi
Berço e túmulo
Brasileirinha
Confetinho descorado (c/ Assunção Fleury)
Cruel solidão (c/ Paulo carvalho)
Esse boêmio sou eu
Festa na roça
Findou-se o nosso amor
Foi um sonho
Gaúcho guapo
Gota mimosa
Guarde essa rosa
Já te quis
Já tens um novo amor
Lamentos
Lili, vem cá
Lua triste
Luar da minha terra
Madalena
Madrugada na roça
Maldição
Manhãs de sol
Mentirosa
Meu Brasil
Meu alazão
Meu gongá
Minha amada
Minha mulata
Minha última serenata (c/ Mário Zan)
Morrer de amor
Morreu meu sabiá
Mágoas
Napolitana
Natal dos caboclos
Nhô Juca
Nunca mais
Não gosto de você
Não posso te amar
O nosso amor
O que tu és
O que vale o pranto
O violero do luá (c/ Assunção Fleury)
Ocê nasceu pra mim (c/ Assunção Fleury)
Olá, "seu" Barnabé!...
Os olhos dela
Pai de santo
Paulistinha
Pega a espingarda
Pobre amor
Pombinha branca
Por quê?
Por teu amor me perdi
Porteira veia
Primeiro amor
Promessa de cabolco
Quando anoitece
Quanta saudade
Rosa rosa de amor
Rosário de lágrimas
Rumba morena
Rutilante estrela
Saberei me vingar
Salve Brasil
Saudades de São Paulo
Saudades de alguém
Segredo d'alma
Siá Maria
Sou brasileiro
Sou do sertão
São João de minha terra (c/ Vicente Lima)
São Paulo da garoa
Tabajara (c/ Roberto de Andrade)
Taça da amargura
Tico-tico e gavião
Triste caboclo
Tudo acabado
Uma noite no sertão
Vagabundo
Velho monjolo
Versos que não te dei
Violeiro do luar
Zic-pá-zic-pé