
Compositor. Produtor Musical. Jornalista. Radialista.Escritor. Poeta.
Diretor-Presidente da Legião da Boa Vontade (LBV).
Filho primogênito de Idalina Cecília e de Bruno Simões de Paiva, que tiveram como padrinho de casamento Dorival Caymmi, e irmão de Lícia Margarida.Sua infância e juventude foram marcadas por preocupações com temas espirituais, filosóficos, edtivos, sociais, políticos, científicos e econômicos, além do senso de auxílio aos necessitados. A música também lhe chegou cedo. A mãe tocava piano e era mezzosoprano dramáticoe ninava os filhos em francês. Com o pai, já aos 5 anos, ouvia os eruditos. Aliás, apreciavam quase todos os ritmos naquela casa, a começar por sambas, chorinhos, marchinhas e valsas. Participou, ainda menino, de serenatas com César Moreno, de rodas de samba de fundo de quintal e não perdia, no Theatro Municipal do Rio, os “Concertos para a Juventude”. Foi aluno do professor Homero Dornellas, assessor do maestro Villa-Lobos. Estudou no Colégio Pedro II, antigo Colégio-Padrão, onde recebeu o título de Aluno Eminente, possuindo placa de bronze na sede do órgão carioca.
Membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI Inter), da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), da International Federation of Journalists (IJF), da União Brasileira de Compositores (UBC), da Academia de Letras do Brasil Central, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, do Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro e do Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro dentre outras.Elaborou a Marcha dos Soldadinhos de Deus, cantada primeiramente em 21/4/1960, pelas crianças amparadas pelo Instituto São Judas Tadeu, no Rio, onde colaborava como voluntário. A apresentação foi uma homenagem a Brasília, que o Presidente Juscelino Kubitschek inaugurava naquela data. Foi um dos principais assessores do Fundador da LBV, o pensador, jornalista, radialista, escritor e poeta Alziro Zarur, durante quase um quarto de século. Entre as múltiplas atividades que desenvolvia, foi sonoplasta dos programas de Zarur, o que acentuou ainda mais seu ouvido musical. Tornou-se Secretário-Geral da LBV e, com o falecimento do Fundador, o sucedeu.
Não obstante a extrema dedicação à causa da Boa Vontade, sua ligação com a música não se perderia. Seu primeiro sucesso, um tributo ao povo baiano, com o disco “Negrada – Jesus, o Grande Libertador!”, em abril de 1983, em Salvador, vendeu 100 mil cópias, conquista inédita no gênero erudito. A obra ganhou os palcos do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, também em abril de 1983, sob a regência do conceituado maestro Isaac Karabtchevsky, então dirigente da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB) que, na ocasião, declarou: “A composição me surpreendeu pelo caráter rítmico e, ao mesmo tempo, pelo contraste marcante entre o ritmo e a melodia. É uma obra realmente muito inspirada. Estamos procurando traduzir a linguagem de José de Paiva Netto para a grande Orquestra Sinfônica. (…) Ficamos entusiasmados pela maneira com que ele conseguiu traduzir em música todo o seu grau de sensibilidade”. A respeito desse seu talento, que chama de bissexto, Paiva Netto diz: “Há décadas, vivo divorciado do estudo teórico. Sou instintivo, intuitivo. Em minha mente, melodias tocam, e eu as sinto, amo, canto. E elas vão assim fluindo. Tenho a cooperação de inestimáveis valores, que fazem os arranjos e orquestrações. Nunca fui apaixonado pela harmonia clássica, ortodoxa, mas me conforto com o que declara minha amiga Ivone Luiz de Amorim, estudiosa de violino: ‘Harmonia é ouvido’. E isso levo no coração”.
A estreia de “Negrada – Jesus, o Grande Libertador!” Teve o arranjo do professor Darcy Augusto Malheiros e, para o concerto com a OSB, a orquestração foi do maestro Osman Giuseppe Gióia. Depois, na Bulgária, Europa, foi gravada com orquestração de Alexander Yossifov e a regência do maestro Ricardo Averbach, discípulo destacado de Vladi Simeonov. A partir da década de 1980, suas composições foram apresentadas em Florianópolis/SC, Salvador/BA, Rio de Janeiro/RJ, Curitiba/PR, Belo Horizonte/MG, Brasília/DF, São Paulo/SP, Porto Alegre e Nova Petrópolis/RS, entre outras cidades, em que o repertório contou também com diversas produções dele, dedicadas a Maria Santíssima, com as quais homenageia o Brasil e vários de seus Estados. Destaque para os concertos realizados no ano de 2000, pioneiros em caráter beneficente na Bulgária, produzidos pelo maestro José Eduardo de Paiva e regidos por Bedros Papazian.
De 1987 a 1990, pela LBV Cultural, promoveu o Projeto Antares “Clássicos para o Povo”, com a Orquestra de Câmara da Legião da Boa Vontade, por ele criada.
Ressalta-se a sua parceria com o maestro Almeida Prado, com o qual escreveu a Sinfonia “Apocalipse” (1987), cuja primeira audição mundial deu-se a 21/10/1989, com a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro e o Coral Ecumênico LBV, Victoria Kerbauy (soprano) e Francisco Frias (barítono), sob a regência de Achille Picchi. Mais de 50 mil pessoas a assistiram na inauguração do Templo da Boa Vontade, fundado por Paiva Netto em Brasília, capital brasileira, . Nessa linha melódica de espiritualidade ecumênica, compõe a Suíte Aquarius “A Dança dos Mundos”, orquestração do compositor búlgaro Alexander Yossifov. Gravadas nas terras de Pancho Vladiguerov, a primeira pelo Coro e Orquestra da Rádio Nacional da Bulgária, e a segunda pela Sofia Chamber Players Orchestra. A Sinfonia Apocalipse foi apresentada, em 2000, na Sede da ONU (Organização das Nações Unidas), pelo Coral Ecumênico LBV. Glenn Waltkins, crítico de música clássica norte-americano, considerou-a uma das dez obras-primas melódicas do século 20. Outra peça de vulto é o Oratório “O Mistério de Deus Revelado”, escrito em Portugal, no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul (1998), Brasil, sob a inspiração del Villa-Lobos. Orquestrada pelo ex-roqueiro, maestro Vanderlei Alves Pereira, apresenta partes destinadas a coro e, substituindo os tradicionais recitativos, o compositor usou narrativas de passagens do Evangelho, do Apocalipse de Jesus e do Antigo Testamento, alternadas com o canto do Coro Capela Svetoslav Obretenov, da Bulgária. A obra superou 500 mil cópias vendidas, conquistando um disco de platina duplo. Em 9/4/2006, o “Oratório” teve sua primeira audição mundial em inglês na Convent Avenue Baptist Church, em Nova York, EUA, no Concerto da Semana Santa, sob a regência do maestro e pastor Gregory Hopkins e a participação do Coral do Santuário (The Sanctuary Choir), composto de afro-americanos. Transmitido ao vivo pela Super Rede Boa Vontade de Comunicação, foi acompanhado em outros países, pela internet.
Em 20/6/2006, nove dias antes de completar 50 anos de trabalho na LBV, foi homenageado pela direção do centenário Theatro São Pedro, de Porto Alegre, na pessoa da empresária cultural Eva Sopher, com a Noite Cultural “Emoções e Memórias”, evento que ficou para a história da Casa. As melodias dele foram apresentadas pela Orquestra de Câmara do Theatro São Pedro e pelo Coral Ecumênico LBV, sob a regência do maestro Antônio Carlos Borges Cunha. Nova Petrópolis foi outra cidade gaúcha que, em 2006, também executou obras do autor.
Ao longo dos anos, os trabalhos dele receberam comentários de maestros, compositores e críticos musicais de renome, como Dorival Caymmi (1914-2008), Ricardo Cravo Albin, Francisco Mignone (1897-1986), Ricardo Averbach, José do Espírito Santo (1927-2005), Hélio Rosa e Alexander Yossifov (com quem escreveu um concerto para piano e orquestra). A obra fonográfica de Paiva Netto vendeu milhões de cópias.