
Compositor. Cantor.
Começou a tocar gaita de boca aos seis anos de idade. Em 1946, mudou-se para o Rio de Janeiro com sua família. Morou com a família por 12 anos no Hotel Rio Minas na Praça Mauá, zona portuária do Rio de Janeiro. Trabalhou como baleiro de cinema. Nessa cidade, conheceu Paulo Silvino Neto Filho, parceiro de suas primeiras composições: “Cinderela”, “João e Maria” e “Saudade dói demais”.
Em 1958, teve registrado pela primeira vez seu trabalho de compositor, com a gravação de “Vem pro samba” e “H20”, por Roberto Carreira. Por essa época, conheceu o futuro parcerio Roberto Jorge numa roda de samba no Bairro Peixoto em Niterói. No início dos anos 1960, atuou como crooner do conjunto de Ed Lincoln, com o qual se apresentou em diversos bailes de formatura realizados em clubes do Rio de Janeiro e de outras cidades e em casas noturnas como Carinhoso, Vinicius e Café Nice, interpretando várias canções de sua autoria. Em 1962, gravou na Musidisc as músicas “Samba no Japão”, Amor quadradinho” e “Vai devagarinho”, parcerias com Roberto Jorge e “Brincando de samba”, parceria com Celso Murilo. Também nesse ano, gravou seu primeiro LP, intitulado “A chave do sucesso”, cuja faixa título remete à sua personalíssima maneira de se utilizar de um chaveiro como instrumento de percussão. Nesse disco apareceram músicas como “Chavinha”, “Jura-Sinho”, “Samba Toff”, que fez bastante sucesso e foi lançada com exclusividade na Rádio JB e “Onde anda o meu amor” e “Dias de verão”, todas parcerias com Roberto Jorge. Ainda no mesmo ano, teve o samba “Tamanco no samba”, parceria com Helton Menezes, gravado por Célia Reis na Philips e por Waldir Calmon e sua orquestra na Copacabana. Em 1963, Sônia Delfino gravou na Philips “Bolinha de sabão”, parceria com Adilson Azevedo. Nessa época, participou com a cantora Sônia Delfino do programa “Alô brotos”. No mesmo ano, gravou LP que trazia entre outras, “Amor quadradinho” e “A fim de você”, parcerias com Roberto Jorge. Em 1964, teve o samba “Ela diz que estou por fora” gravado por Wilson Simonal no LP “A nova dimensão do samba”, lançado pela Odeon. Sobre a gravação de Simonal para essa faixa assim comentou o crítico Sérgio Lobo na contra capa do LP: “E seu grande feeling e invejável sentido ritmico estão mais uma vez evidenciados em “Ela diz que estou por fora”, novo samba de Orlann Divo, que é um prato especialíssimo para Simonal”.
Em 1965, gravou o LP “Samba em paralelo”. Escreveu algumas canções sob o pseudônimo de DOrlan. Destacou-se com as gravações de “Tamanco no samba”, com Helton Meneses, “Saudade em seu lugar”, com Roberto Jorge e “Bolinha de sabão”, com Adilson Azevedo. Em 1966, teve as músicas “O ganso” e “O amor que eu guardei”, parcerias com Ed Lincoln, gravadas por Ed Lincoln e seu conjunto. Participou, ainda, da trilha sonora de diversos filmes, nos quais trabalhou também como ator. Na televisão, atuou nos programas “Alô brotos”, “Aérton Perlingeiro show” e “Chico Anísio show”, na TV Tupi, e “Balança mas não cai” e “Faça humor, não faça a guerra”, na TV Globo, bem como integrou a equipe de produção musical de festivais de música de carnaval e festivais universitários (TV Tupi) e do programa “Som livre exportação” (TV Globo). Compôs jingles para campanhas publicitárias de clientes como A Exposição, Lojas Ducal, Perfumaria Mirta, Esso e Sabonete Carin, entre outros. Na década de 1970, compôs vinhetas para a Rádio Continental, Rádio Globo AM e Rádio Nacional FM. Suas canções foram interpretadas por diversos artistas como Ed Lincoln, The Golden Boys, Conjunto Farroupilha, Humberto Garin, Wilson Simonal, Cauby Peixoto, Ângela Maria, João Donato, Sônia Delfino, Trio Esperança, Dóris Monteiro, Claudette Soares, Jorge Bem, Elza Soares, Celso Murilo e Luís Carlos Vinhas, entre outros, além dos conjuntos instrumentais de Astor Silva, Maestro Zacaria, Waldir Calmon, Carlos Monteiro de Souza, Moacir Silva, Walter Wanderley, Carl Tjader, Fats Elpídio, Velhinhos Transviados e Tamba 4, entre outros.
Em 1974, compôs com Chico Anysio e Arnaud Rodrigues, a música “Vou bater pra tu”, gravada pela dupla humorística Baiano e os Novos Caetanos formada por Chico Anysio e Arnaud Rodrigues. Em 1976, lançou o LP “Orlan Divo”, com arranjos de João Donato. Fundou a banda de bailes Ipanema Dance, integrada por 12 músicos, com a qual participou de eventos promovidos pela Prefeitura do Rio de Janeiro e em clubes dessa cidade. Apresentou-se também com o quinteto Brincando de Samba e Bossa Nova, formado por Perna Fróes (teclados), Durval Ferreira (guitarra), Zé Paulo (cavaquinho), Olímpio (baixo) e Haroldo Jobim (bateria). Entre 2000 e 2001 chegaram ao Brasil notícias de que alguns dos seus discos iniciais viraram moda em discotecas londrinas, o que lhe valeu um foco novo sobre sua carreira. Em 2001, apresentou-se na casa de shows Mistura Fina no Rio de Janeiro interpretando sucessos como “Bolinhas de sabão”, “Samba toff” e “Tamanco no samba” acompanhado pelo violonista Durval ferreira e pelo tecladista Perna Fróes. Apresentou show também no “Vinícius Bar”, intitulado “Brincando de samba e bossa nova”. Em 2003, apresentou-se no Centro Cultural Banco do Brasil na série “Sambalanço – A bossa que correu o mundo”, que contou ainda com as participações de Durval Ferreira e Ed lincoln. No mesmo ano, apresentou-se no Teatro Rival no Rio de Janeiro com o grupo Eletrosamba. Em 2004, teve o samba “Tamanco no samba” regravado por Valéria Sattamini. Em 2006, lançou pela DeckDisc o CD “Sambaflex”, produzido por Henrique Cazes, no qual interpretou clássicos de sua carreira como “Palladium”, “Samba Toff”’, “Sambadinho”, “Chavinha”, “Bolinha de sabão”, “Tamanco no samba”, além de “Boogie Woogie na favela”, clássico de Denis Brean, e “Doralice” e “Rosa morena”, de Dorival Caymmi, que receberam uma releitura. O disco contou com as participações especiais de Jovi Joviniano na faixa “Eu vendo um samba”, e de Marcelinho da Lua e Flávio Mendes na faixa “Vô batê pá tu”’, parceria sua com Arnould Rodrigues e Chico Anysio, e que foi sucesso na década de 1970 na gravação de Baiano e os Novos Caetanos, personagens do programa humorístico “Chico City” interpretados respectivamente por Chico Anísio e Arnoud Rodrigues. No mesmo ano, apresentou-se no espaço “Estrela da Lapa” no bairro da Lapa no centro do Rio de Janeiro com uma banda comandada pelo cavaquinista Henrique Cazes e integrada por Humberto Araújo, Marcello Gonçalves e Omar Cavalheiro, interpretando músicas do CD “Sambaflex”. Realizou também shows no “Rio Scenarium”, também no centro do Rio de Janeiro e na “Modern Sound”, em Copacabana abrindo o “Festival Deck Disc”. Ainda em 2006, fez juntamente com o Henrique Cazes Quarteto um show no Teatro João Caetano, no centro do Rio de Janeiro, na série musical “Chorando e sambando” promovido pelo governo do Estado. Em 2009, seu sambalanço “Tamanco no samba”, com Helton Menezes, foi gravado por Claudia Telles no CD “Quem sabe você” do selo Lua Music. Em 2009, teve suas músicas “Brincando de samba”, com Celso Murilo, “Mestiço”, com Ypiranga, “Vai devagarinho”, com Roberto Jorge, e “Tamanco no samba”, com Helton Menezes, gravadas pela cantora Clara Moreno no CD “Miss balanço”. Em 2010, foi convidado pelo designer e produtor Marcus Wagner para retomar bailes ao estilo dos anos 1960 no Hotel Ouro Verde, em Copacabana. Passou a liderar a banda que ali passou a se apresentar de quinze em quinze dias. O sucesso foi tanto que logo ocorreu a segunda temporada. Para 2001, está previsto o lançamento do documentário “Sambalanço”, um tratado histórico sobre sua obra e sua turma feito por Fabiano Maciel e pelo jornalista Tárik de Souza em parceria com a TV Zero e Telenews.
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MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.
SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume 2. São Paulo: Editora: 34, 1999.