Cantora. Compositora. Produtora musical, sócia da gravadora Biscoito Fino.
Em 1969, casou-se com o compositor Francis Hime.
No início de sua carreira, integrou, com Miúcha e Telma Costa, um grupo vocal com o qual atuou em um show de Vinicius de Moraes e Tom Jobim.
Em 1977, assinou a produção musical do LP “Passaredo”, de Francis Hime. Em seguida, começou a participar de discos e shows do compositor e também a compor.
Em 1981, gravou seu primeiro LP, “Olívia Hime”, produzido por Dori Caymmi, registrando parcerias com Francis Hime nas canções “A tarde”, “Parintintin”, “Estrela do mar”, “Lua de cetim” e “Três Marias”, além de músicas de outros compositores como “1789” e “Maria Clara”, ambas de Cláudio Cartier e Paulo César Feital, “Profunda solidão” (Novelli e Cacaso) e “Dia de festa” (Nelson Angelo e Cacaso), entre outras.
No ano seguinte, lançou o LP “Segredo do meu coração”, contendo as canções “Cartão postal” e “Mariposa”, ambas de sua parceria com Francis Hime, além de “Estrela guria” (Pery Souza e Fogaça), “Zabelê” (Gilberto Gil e Torquato Neto), “Deveria” (Claudio Cartier e Paulo César Feital), “A flor das estradas” (Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro), “Próxima partida” (Nelson Angelo), “Saiçu (Segredo do meu coração)” (Kleiton Ramil), “Gongoba (Pra você que chora)” (Edu Lobo e Gianfrancesco Guarnieri), “Amazônia” (Jota Maranhão e Amaral Maia) e “Canção da noiva” (Dorival Caymmi). O disco foi produzido por Dori Caymmi e Francis Hime.
Em 1983, gravou o LP “Máscara”, registrando sua composição “Vermelha” (c/ Francis Hime), além de músicas de outros autores, como “Primeiro olhar” (Mu Carvalho e Abel Silva), “Ave” (Nelson Angelo e Cacaso), “Máscara” (Francis Hime e Ruy Guerra) e “Luar do Arpoador” (Cláudio Nucci), entre outras.
Lançou, em 1985, o LP “Fio da meada”, com arranjos e direção musical de Francis Hime, e participação de Raphael Rabello, Dori Caymmi, Cristóvão Bastos, Mauricio Einhorn e Jacques Morelenbaum, entre outros.
Musicou poemas de Fernando Pessoa, registrados no LP “A música em Pessoa”, lançado nesse mesmo ano.
Em 1987, gravou o LP “Estrela da vida inteira”, projeto para o qual convidou compositores como Gilberto Gil, Francis Hime, Tom Jobim, Milton Nascimento e Dorival Caymmi, entre outros, para musicarem poemas de Manuel Bandeira, como “Vou-me embora pra Pasárgada”, “Desencanto”, “Trem de ferro”, “Testamento”, “Balada do rei das sereias”, respectivamente, além do poema-título, musicado pela própria cantora. O disco gerou um espetáculo homônimo, estrelado pela cantora e o ator Ítalo Rossi.
Em 1997, lançou o CD “Alta madrugada”, registrando composições próprias como “Uma canção perdida” e a faixa-título, ambas com Francis Hime, além de canções de outros autores como “Morro Dois Irmãos” (Chico Buarque), “Minha desventura” (Carlos Lyra e Vinicius de Moraes), “Passaredo” (Francis Hime e Chico Buarque), “O sim pelo não” e “Canção do amanhecer” (Edu Lobo e Vinicius de Moraes), entre outras.
Em 1998, após seis anos de pesquisa sobre a obra de Chiquinha Gonzaga, promoveu parcerias entre a musicista e autores como Abel Silva, Paulo César Pinheiro e Joyce, incluindo, entre outros, títulos como “Salão ao luar”, “Serenata de uma mulher” e “O poeta e a maestrina”, respectivamente, no CD “Serenata de uma mulher – Olívia Hime canta Chiquinha Gonzaga”. O disco registrou, ainda, sua parceria com a maestrina, nas faixas “Um piano apaixonado” e “Não se impressione”.
Idealizou e produziu o projeto “Compasso”, com a participação de diversos artistas como Élton Medeiros, Cristina Buarque & Henrique Cazes, Quarteto Maogani, Zé da Velha & Silvério Pontes, Rabo de Lagartixa, Guinga e Luciana Rabello, em apresentações realizadas no Paço Imperial (RJ).
Em 2000, fundou o selo Biscoito Fino, lançando, nesse ano, um apanhado do primeiro semestre do projeto “Compasso”. Ainda em 2000, apresentou-se no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, como uma das intérpretes da “Sinfonia do Rio de Janeiro”, composta em comemoração aos 500 anos do Brasil, por Francis Hime, com letras de Geraldo Carneiro e Paulo César Pinheiro, sobre libreto de Ricardo Cravo Albin. O espetáculo foi registrado em CD.
Gravou, em 2002, o CD “Mar de algodão”, contendo exclusivamente obras de Dorival Caymmi. O disco foi produzido por Rodolfo Stroeter e contou com arranjos de Paulo Aragão, Nailor Proveta, Wagner Tiso, Francis Hime e com a participação de Sérgio Santos, Quarteto Maogani e Maurício Einhorn.
Em 2004, lançou o CD “Canção transparente”, contendo exclusivamente canções de sua autoria: “Cada canção”, “Choro rasgado”, “Disfarçando”, “Cara bonita”, “Cinzas”, “A tarde” “Cartão postal”, “Parintintim”, “Mariposa”, “Velho moinho” e a faixa-título, todas com Francis Hime, “Sinuosa” (c/ Maurício Carrilho) e “Sol forte” (c/ Sérgio Santos), além de “Meus heróis”, versão assinada pela cantora para “Whatever happened to melody” (Cynthia Thomposon e Ray Jessel). O disco contou com a participação de Lenine, do Quarteto Maogani e do grupo Tira Poeira. Nesse mesmo ano, fez show de lançamento do disco no Teatro Rival BR (RJ), acompanhada do grupo Tira Poeira e do pianista Marcos Nimrichter.
Em 2005, voltou ao palco do Teatro Rival BR, com o show “Canção Transparente”. Nesse mesmo ano, apresentou-se no Mistura Fina (RJ). Também em 2005, o disco “Fio da meada” (1985) foi lançado em CD pela Biscoito Fino.
Em 2007, registrou canções de Ruy Guerra no CD “Canções de Guerra”. No repertório, “Em tempo de adeus” e “Jogo de roda”, ambas com Edu Lobo, “Ode marítima”, “Corpo marinheiro”, “Minha” e “Último retrato”, todas com Francis Hime, “Entrudo” (c/ Carlos Lyra) e “Bárbara” (c/ Chico Buarque), entre outras. O disco contou com a participação Olívia Byington, Francis Hime, Nilze Carvalho e Quarteto Maogami, além do próprio homenageado, declamando alguns poemas.
Numa produção da gravadora Biscoito Fino em parceria com o Canal Brasil, gravou, em 2007, no Sesc Santana, em São Paulo, seu segundo DVD, cujo repertório incluiu canções do CD, “Palavras de Guerra”, lançado em homenagem ao cineasta Ruy Guerra, e outras que não entraram no disco, como “Fado tropical” e “Você vai me seguir”, ambas com Chico Buarque.
Em duo com Olívia Byington, participou, com a faixa “Bárbara” (Chico Buarque e Ruy Guerra), da coletânea “Duetos II”, lançada pela Biscoito Fino em 2007.
Em 2010, seu disco “Segredos do meu coração” foi reeditado em CD pela gravadora Biscoito Fino.
Em parceria com Francis HIme, lançou, em 2011, o CD “Alma Música”, primeiro disco que os dois artistas gravam juntos. Constam do repertório, registrado no formato piano e vozes, canções de Francis Hime, como “Saudade de amar” (c/ Vinicius de Moraes), “Balada de um Café Triste” (c/ Geraldo Carneiro) e ainda a faixa-título, parceria de ambos, além de músicas de outros autores, como “Valsa de Eurídice” (Vinicius de Moraes), “Samba do grande amor” (Tom Jobim e Vinicius de Moraes), “Tristeza e solidão” (Baden Powell e Vinicius de Moraes), “Desde que o samba é samba” (Caetano Veloso e Gilberto Gil), “Smile” (Charles Chaplin), “Paciência (Lenine e Dudu Falcão), “História antiga” (Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro) e “O que será (À flor da pele)” (Chico Buarque), entre outras. Ao lado de Francis Hime Hime, fez temporada de shows durante o mês de junho desse mesmo ano no Teatro Café Pequeno (RJ), interpretando o repertório do CD.
Em 2012, dividiu o palco do espaço Ameno Resedá (RJ) com o pianista e compositor Francis Hime, apresentando o show “Almamúsica”.
Em 2013, teve três canções de sua autoria registradas no CD “Francis e Guinga”, de Francis Hime e Guinga: “Parintintin” e “Desacalanto”, ambas com Francis Hime, e a inédita “A ver navios” (c/ Francis Hime e Guinga).
Nesse mesmo ano, uniu-se ao marido para celebrar o centenário de Vinicius de Moraes. O casal idealizou o show “Sem mais adeus”, para cujo repertório foram selecionadas músicas frutos de parcerias com Tom Jobim, Carlos Lyra, Baden Powell e Toquinho. Com direção de Flávio Marinho, o show foi sucesso por onde passou, tendo contado com apresentações em países como Noruega, Alemanha, Finlândia e China e ainda cidades brasileiras como Goiânia, Niterói, Fortaleza, Rio de Janeiro e São Paulo.
Três anos mais tarde, devido ao grande sucesso, o espetáculo virou o CD homônimo, lançado pela gravadora Biscoito Fino.
Em 2017, reapresentou o espetáculo na Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro.
Em 2018, seu novo trabalho “Espelho de Maria” foi lançado pela gravadora Biscoito Fino, estreando em 2019 no Teatro Rival na cidade do Rio de Janeiro. Os arranjos foram orquestrados por Francis Hime, com canções de Dori Caymmi, Paulo Aragão. O CD foi formatado com intervenções de outros maestros, como Jaime Alem, tocando viola na canção “Violeiro” (Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro, 2011). Com 20 faixas assinadas por Edu Lobo, Dori e Francis, o CD teria sido, segundo ela mesma, um dos preferidos em seus 40 anos de carreira. Na ocasião, preferiu abrir espaços para arranjos instrumentais em cada canção. A faixa “Canções sem fim”, contou um pout-pourri das canções “O mar é meu chão” (Dori Caymmi e Nelson Motta, 1966) e “Saveiros” (Dori Caymmi e Nelson Motta, 1966), que se misturam entre citações vocais de “O cantador” (Dori Caymmi e Nelson Caymmi, 1967). Intitulada “São bonitas as canções”, e orquestrada pelo arranjador e violonista Paulo Aragão, as canção “Sobre todas as coisas” (Edu Lobo e Chico Buarque, 1983), “Ave Maria” (Edu Lobo, Gianfrancesco Guarnieri e Augusto Boal, 1965) também tema do musical de teatro “Arena canta Zumbi” (1965) e “Reza” (Edu Lobo e Ruy Guerra, 1965), formaram o pout-pourri que segundo crítica, teria sido uma das interpretações mais emblemáticas do CD. Também estiveram presentes as canções “Valsa-rancho” (Francis Hime e Chico Buarque, 1973) e “Embarcação” (Francis Hime e Chico Buarque, 1982).
Em setembro de 2023, no dia 29, lançou o álbum “Se eu te eternizar” pelo Selo Sesc. O trabalho foi dedicado à obra de Francis Hime. As músicas registradas foram “Valsa Sedutora”(Francis Hime e Zélia Duncan); “Breu e graal”(Francis Hime e Tiago Amud); “Pássara”(Francis Hime e Chico Buarque, com participação de Zélia Duncan); “Mar enfim” (Francis Hime e Olívia Hime); “Menino de mar” (Francis Hime e Olivia Hime), “Amorosa” (Francis Hime e Olívia Hime com participação do Quarteto Maogani); “Círculo Fechado”(Francis Hime e Paulo Cesar Pinheiro); “Meu melhor amigo”(Francis Hime e Olívia Hime); “Ribeirinho”(Francis Hime e Cacaso, com participação de Pedro Amorim e Mauricio Carrilho); “Anunciação”(Francis Hime e Paulo Cesar Pinheiro); “A invenção da rosa”(Frncis Hime e Geraldo Carneiro e “Eterno retorno” (Francis Hime e Geraldo Carneiro com participação de Cristina Braga). O álbum foi gravado no estúdio Biscoito Fino por Lucas Ariel com a direção musical de Paulo Aragão.
Ao vivo com Francis Hime
Com Francis Hime
Ao vivo
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. A Letra & a Poesia na MPB: Semelhanças & Diferenças. Rio de Janeiro: EAS Editora, 2019.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.
COSTA, Cecília. Ricardo Cravo Albin: Uma vida em imagem e som. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2018.