Compositor. Radialista.
Atuou como radialista na Rádio Tupi da qual foi um dos fundadores. Compôs principalmente marchas e sambas, com grande número de composições gravadas principalmente nos anos 1950. Entre seus parceiros estão Humberto Teixeira, com quem compôs o samba “Martírio”, Wilson Batista com quem compôs a marcha “Pé de ouro” e Gilvan Chaves com quem compôs o baião “Fé em Deus”. Seu mais constante parceiro foi Candeias Jota Jr com quem compôs entre outras “A onda do jacaré”, “Dora me disse”, “Garota bombom” e “Chorei, chorei”. Entre seus intérpretes estão Flora Matos, Helena de Lima, Ademilde Fonseca, Blecaute, Virgínia Lane, Linda Batista e Moreira da Silva.
Em 1950, Flora Matos gravou o batuque “Nêga babalaô”, parceria com J. Batista, Helena de Lima gravou o samba “Martírio” e Ademilde Fonseca o samba “Meu senhor”, todas pela Todamérica. Em 1951, obteve o seu maior sucesso, com a marcha “Sassaricando”, feita com Zé Mário (pseudônimo de Jota Junior) e Luiz Antônio por encomenda para a revista “Jabaculê de penacho” e gravada pela Vedete Virgínia Lane pela Todamérica. A composição fez enorme sucesso no carnaval do ano seguinte e tornou-se um clássico do carnaval carioca. Em 1952, Zilá Fonseca gravou a marcha “Príncipe Maru” e Araci Costa a rumba “Rumba, rumba”, com Rosalino Senos. Em 1953, Ruth Amaral gravou o samba “Cena repetida”, parceria com Alberto Jesus e Roberto Paiva o samba “A carne é fraca”, parceria com Luiz Antônio. No mesmo ano fez sucesso com o samba “Barracão”, outra de suas parcerias com Luiz Antônio, gravada originalmente por Heleninha Costa e logo depois por vários intérpretes, a mais célebre das quais viria a ser Elizeth Cardoso, que incluiu a música nos célebres elepês duplos do MIS “Elizeth-Zimboo Trio-Jacob”, produzidos por R. C. Albin. Em 1954, Zilá Fonseca gravou o samba canção “Dois estranhos”, parceria com Alberto Costa e Ruth Amaral o batuque “General Guanabara”, parceria com Sussu. Em 1955, Blecaute gravou a marcha “Napoleão boa boca”, parceria com Arnô Provenzano e Otolindo Lopes, e que foi escolhida por um júri reunido no Teatro João Caetano como um das dez mais populares marchas do carnaval daquele ano, e Roberto Silva gravou o samba “Lar desmoronado”, com Raul Marques e Armínol do Vale, ambos pela Copacabana. Em 1957, Virgínia Lane gravou pela Transamérica a marcha “Mão de gato”, parceria com José Roberto, e Raul Moreno registrou também na Todamérica o samba “Para sempre adeus”, com Eden Silva e Nilo Moreira. Em 1958, Odete Amaral gravou o samba “Amor sincero”, com Eden Silva e José Garcia e Jackson do Pandeiro o samba “Sem querer”, parceria com o próprio Jackson e José Garcia. No mesmo ano, Gilberto Alves gravou na Copacabana o samba “Verbo amar”, com Rubem Gerardi e Linda Batista gravou na RCA Victor o samba “O morro está doente”, parceria com Luiz Antônio. Em 1959, Hebe Camargo gravou na Odeon o rock balada “Quem é”, parceria com Osmar Navarro.
Em 1960, Nora Ney gravou na RCA Victor o samba “Teleco teco nº 2”, parceria com Nelsinho e o maestro Patané gravou com sua Orquestra Típica na Continental o tango “Favela amarela”, parceria com Candeias, o Jota Jr. No mesmo ano, Elza Soares regravou na Odeon o samba “Teleco teco nº 2” e Gilvan Chaves gravou o baião “Fé em Deus”, parceria de ambos. Em 1961, Emilinha Borba gravou pela Columbia o samba “Demorei”, parceria com João Oliveira e Dircinha Batista gravou pela Chantecler o samba “Só mora comigo quem quer”, parceria com João de Oliveira e Cirino. Em 1962, Moreira da Silva gravou pela Odeon “Que loura é essa?”, parceria com Alberto Costa, Ari Cordovil, pela Continental, o samba “O que ela me faz”, parceria com Candeias J. Júnior e Mário Alves pela RCA Candem o samba “Vai depressa”, com João de Oliveira. No mesmo ano, obteve outro grande sucesso no carnaval, a “Marcha do remador”, parceria com Antônio Almeida e gravada por Emilinha Borba na Columbia e que se tornou muito cantada pelas torcidas de futebol pelos anos afora. Em 1963, Araci Costa gravou na Continental os sambas “Quero chorar” e “Vem cá, João”, ambos parcerias com João de Oliveira. Em 1964, Dircinha Batista gravou na Carrousel os sambas “Só você não vê”, com João de Oliveira e William Duba e “Chegou saudade” com Candeias Jota Jr. No mesmo ano, Gilberto Alves gravou, na Copacabana, o samba “Verbo amar”, com Rubem Gerardi.
Em 1965, teve gravados os sambas “Eu vou embora”, parceria com João de Oliveira, por Mário Alves na Philips e “Fui covarde” e “A vida é uma cebola”, parcerias com Linda Batista, gravados pela própria Linda Batista na RCA Victor. No mesmo ano, Cauby Peixoto gravou sua marcha “A onda do jacaré”, parceria com Candeias, o Jota Jr, na RCA Victor. Em 1966, Cauby Peixoto gravou na RCA Victor a marcha “Palhaço não chora”, parceria com Candeias JotaJunior e Marlene na Continental gravoiu a marcha “Samaritana”, parceria com Candeias Jota Junior e Vicente Longo. Em 1967, Gilberto Alves gravou na Copacabana outra de suas marchas com Jota Junior: “Sarong”, que também tinha Jurema Martins como parceira. No ano seguinte, Roberto Audi gravou na Odeon seu samba “Linda madrugada”, parceria com Candeias Jota Junior. Em 1969, fez com Jurema Martins e Cacilda Souza a marcha rancho “É só você (É por você)” gravada por Gilberto Alves na Copacabana.
Em 1972, a cantora Vanja Orico gravou seu baião “Aproveita a maré”, parceria com Alberto Jesus. Em 1978, teve o samba “Deixa serenar”, parceria com Sidney da Conceição, gravado por Martinho da Vila em LP da RCA Victor. No ano seguinte, Paulo Lopes gravou na CBS sua marcha “Mulata de proveta”, parceria com Vicente Longo. Em 1981, a vedete Virgínia Lane gravou na Top Tape sua marcha “Meu time é o maior”, parceria com Otolindo Lopes e Joper.
Entre seus principais parceiros estão também Eden Silva e Nilo Moreira. Teve mais de 100 composições gravadas, de um total de 264 composições registradas na UBC. Em 2012, em come moração ao centenário de seu nascimento, recebeu homenagem na Confeitaria Colombo, centro do Rio de Janeiro, citada na marcha “Sassaricando”. Na ocasião, a tradicional confeitaria promoveu festa na rua com a presença da vedete Virgínia Lane, criadora de “Sassaricando”.
AMARAL, Euclides. A Letra & a Poesia na MPB: Semelhanças & Diferenças. Rio de Janeiro: EAS Editora, 2019.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Vol 1. São Paulo: Ed. 34, 1997.