
Atriz. Cantora. Filha única de imigrantes italianos, sua mãe suicidou-se quando ela tinha seis anos, o que fez com que fosse mandada para um colégio interno e, posteriormente, para a casa da madrinha. Trabalhou como secretária e datilógrafa. Incentivada por uma amiga, fez o curso de modelo do Museu de Arte Moderna de São Paulo, onde também participou do primeiro desfile de modas do Brasil. Faleceu de infarto, aos 85 anos, em uma clínica de repouso, no Rio de Janeiro, onde estava morando desde que havia fraturado o fêmur em uma queda.
Sua carreira artística teve início no começo da década de 1950, quando foi indicada por Otomar dos Santos, para a recém-inaugurada TV Tupi. Na emissora de Assis Chateaubriand, atuou inicialmente como garota propaganda e, depois, na versão brasileira da peça “Luz de gás”, com Tônia Carreiro e Paulo Autran. Em seguida, interpretou a Rainha Má, em “Branca de neve e os sete anões”. Pouco depois, tornou-se a estrela do programa “TV de Vanguarda”. Na TV Tupi, atuou ainda nas telenovelas “As bruxas”, “A volta de Beto Rockefeller” e “Em busca da felicidade”. Contratada pelo grupo teatral Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), estreou na peça “Santa Marta Fabril S/A”, dirigida por Adolfo Celi. Estreou no cinema em 1956, atuando no filme “O gato de madame”, comédia dirigida por Agostinho Martins Pereira. Em 1957, atuou nos filmes “Uma certa Lucrécia” e “Absolutamente certo”. Em 1959, atuou nos filmes “Moral em concordata” e “Dona Xepa”. Em 1960, atuou em mais quatro filmes “Sábado a la noche”; “Dona Violante Miranda”; “Na Garganta do Diabo” e “Duas histórias (Cacareco vem aí)”. Nesse último, interpretou o samba-canção “Franqueza”, de Denis Brean e Osvaldo Guilherme. No ano seguinte, atuou em “Mulheres e milhões”, e em 1962, fez “Esse Rio que eu amo” e “As sete Evas”. Em 1963, em pleno sucesso, atuou nos filmes “Sonhando com milhões”, “Boca de ouro” e “Bonitinha mas ordinária”, adaptação da peça de Nelson Rodrigues. Nesse ano, fez com Vinícius de Moraes, o espetáculo “Skindô” que, gravado ao vivo, resultou no LP “Vinícius e Odette Lara”, lançado pelo selo Elenco. Nesse disco ela interpretou os sambas-canção “Só por amor”, “Seja feliz”; “Hoje só”; “Deve ser amor” e “Além do amor”, todas de Vinícius de Moraes e Baden Powell. Ainda em 1963, suas interpretações para os sambas-canção “Só por amor” e “É hoje só” foram incluídas na coletânea “Première”, com gravações extraídas dos seis primeiros LPs do selo Elenco. Em 1964, participou do LP “Rio Capítal da Bossa Nova”, da gravadora Elenco, cantando com Vinícius de Moraes, o samba “Mulher carioca”, de Baden Powell e Vinícius de Moraes. No mesmo ano, atuou nos filmes “Noite vazia” e “Pão de Açúcar”. Em 1965, participou do filme “Mar corrente”. No mesmo ano, apresentou-se no Teatro Paramount, em São Paulo, ao lado de Chico Buarque, no show “Meu refrão”. Em 1966, lançou, pela Elenco, o LP “Contrastes”, no qual interpretou os sambas “Tem mais samba” e “Meu refrão”, de Chico Buarque; “Apelo” e “Canção do amor”, de Baden Powell e Vinícius de Moraes; “Canção em modo menor”, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes; “Minha desventura, de Carlos Lyra e Vinícius de Moraes; “Sem mais adeus”, de Francis Hime e Vinícius de Moraes; “Pra você que chora”, de Edu Lobo e Giangranceso Guarnieri; “Funeral de um lavrador”, de Chico Buarque e João Cabral de Melo Neto, e “Morrer de amor”, de Oscar Castro Neves e Luvercy Fiorini. Em 1967, sua interpretação para “Funeral de um lavrador”, de Chico Buarque e João Cabral de Melo Neto, foi incluída na coletânea “Grande parada Elenco – Vol. 1”, da gravadora Elenco. No mesmo ano, participou da coletânea “Vinícius de Moraes – Máximo da bossa”, da gravadora Elenco, interpretando os sambas “Labareda” e “Samba em prelúdio”, ambos da dupla Baden Powell e Vinícius de Mortaes. Ainda no mesmo ano, atuou no filme “As sete faces de um cafajeste”. Em 1968, atuou no filme “Câncer em família”, e, no ano seguinte, atuou com sucesso nos filme “Copacabana me engana”, dirigido por Antônio Carlos da Fontoura, e “O Dragão da maldade contra o Santo Guerreiro”, dirigido por Glauber Rocha. Em 1970, gravou, especialmente para a série “História da Música Popular Brasileira – Vol. 4 – Chico Buarque”, o samba “Noite dos mascarados”, de Chico Buarque de Holanda, cantando em dueto com Chico Buarque. No mesmo ano, atuou nos filme “Em família”, dirigido por Paulo Porto; “Os herdeiros”, dirigido por Cacá Diegues, e “Vida e glória de um canalha”. Em 1971, trabalhou nos filmes “Aventuras com Tio Maneco”; “Lúcia McCartney, uma garota de programa”; “O jogo da vida e da morte”, e “Viver de morrer”. Em 1972, atuou no filme “Quando o carnaval chegar”, de Cacá Diegues, no qual contracenou com Chico Buarque de Holanda, Maria Bethânea e Nara Leão. Atuou também em “Primeiros momentos”, de Pedro Camargo, e “Vai trabalhar, vagabundo”, de Hugo Carvana. Em 1974, suas interpretações para “Samba em prelúdio” e “Labareda”, ambas de Baden Powell e Vinícius de Moraes, foram incluídas na coletânea “Série autógrafos de sucesso – Vinícius de Moraes”, da Fontana/Philips. Nesse ano, trabalhou nos filmes “A estrela sobe”, de Bruno Barreto, e “A rainha diaba”, de Antônio Carlos Fontoura. Em 1975, sua gravação do “Samba em prelúdio”, feita em dueto com Vinícius de Moraes, foi incluída na compilação “Encontros”, lançada pela gravadora Philips, em caixa com três LPs. Em 1976, o selo Fontana/Philips lançou o álbum duplo “A arte de Vinícius de Moraes”, que incluiu sua interpretação para “Samba em prelúdio”, de Baden Powell e Vinícius de Moraes. No mesmo ano, a Philips lançou o LP “Assim era a Atlântida”, com fonogramas retirados de filmes produzidos pela Atlântida Cinematográfica, no qual está incluída sua interpretação para o samba-canção “Franqueza”, de Dênis Brean e Osvaldo Guilherme. Em 1978, atuou no filme “O princípio do prazer”, que seria seu último filme. Por essa época, converteu-se ao budismo e abandonou a carreira indo morar reclusa num sítio na região de Friburgo, no Rio de Janeiro. Em 1981, sua interpretação para o samba-canção “Só por amor”, de Baden Powell e Vinbícius de Moraes, foi incluída na coletânea “A mulher, o amor, o sorriso e a flor”, lançada pela PolyGram, com quatro LPs em homenagem à obra de Vinícius de Moraes. Publicou os livros autobiográficos “Eu nua”; “Minha jornada interior” e “Meus passos na busca da paz”, além de ter traduzido várias obras do budismo. Em 1991, com quase 63 anos, retornou à televisão para atuar na novela “O Dono do Mundo”, da TV Globo. Em 1994, atuou em sua última novela, “Pátria Minha”, também na TV Globo. Nos anos 2000, por motivos de saúde voltou a morar no Rio de Janeiro, no bairro do Flamengo. Foi premiada no Festival de Gramado, com o troféu Oscarito, por sua contribuição ao cinema brasileiro. Destacou-se como intérprete da obra de Vinícius de Moraes, sendo a gravação de “Samba em prelúdio”, uma das mais festejadas.
- Participação -
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