Cantor. Compositor. Instrumentista. Com 10 anos, aprendeu a tocar violão, piano e gaita. Dois anos depois, transferiu-se para Goiânia. Em 1968, mudou para o Rio de Janeiro, onde passou a se apresentar em boates e circos nos subúrbios cariocas. No final da década de 1960, casou-se com a cantora Diana. Os dois ainda estavam dando os primeiros passos na carreira artística. O casamento no entanto, durou pouco e se encerrou de maneira conturbada, ocupando as páginas dos jornais em 1974, após violentas brigas.
Ficou conhecido nacionalmente como O cantor das empregadas”, pelo sucesso alcançado entre o público feminino das camadas populares. Sua primeira composição gravada foi “Chato e atrevido”, lançada por Denise Barreto, pela Odeon, em 1970. Nesse mesmo ano, gravou, junto com José Roberto, duas músicas da cantora Diana: “Mundo Feito de Saudade” e “Que Tolo Fui”. No ano seguinte, foi levado por Rossini Pinto para o selo CBS, pelo qual lançou seu primeiro disco, o compacto simples com suas composições “Minhas coisas” e “Meu céu é você”. Em 1972, ainda pela CBS, gravou o seu primeiro LP intitulado “Meu grande amor”. A sua consagração nacional veio em 1973, quando lançou em compacto simples a música “Uma vida só — pare de tomar a pílula”, sem dúvida, o seu maior sucesso. Ainda no mesmo ano, participou com Caetano Veloso do show Phono 73, no qual interpretaram em dueto outra composição sua que virou hit nacional: “Vou tirar você deste lugar”. No mesmo ano fez sucesso também com as músicas “Cristo, quem é você?”, parceria com Silva Santos e “Eu, você e a praça”, de sua autoria. Em meados da década de 1970, lançou a música “Foi tudo culpa do amor”, em parceria com a sua então esposa, a cantora Diana. Esta mesma versão foi incluída pela EMI, em 2000, no CD duplo “Popular”, lnaçada pela gravadora. Lançou vários LPs ao longo da sua carreira e é considerado um dos ícones do que se convencionou chamar de estilo brega-romântico. Em 2005, num pleito realizado pela Revista de Domingo do Jornal do Brasil, averiguando os 10 discos que emplacaram não um, mas diversos sucessos ao mesmo tempo, entre os mais variados estilos e épocas, o cantor classificou em nono lugar “Pare de tomar a pílula”, de 1973, que estourou na mesma época juntamente com “Cadê você?”, “Deixe essa vergonha de lado” e “Revista proibida”. Em 2006, recebeu homenagem, através do CD “Vou tirar você desse lugar – Tributo a Odair José”, pela gravadora Allegro, em que nomes do pop rock lhe dedicam interpretações, relendo sucessos e temas menos conhecidos da carreira do compositor. Entre os participantes do tributo estão Zeca Baleiro (“Eu, você e a praça”), Leela (“Ninguém liga pra mim”), Pato Fu (“Uma lágrima”), Picassos Falsos (“Esta noite você vai ser minha”), Mombojó (“Ela voltou diferente”), Jumbo Elektro (“A noite mais linda do mundo”) e Arthur de Faria e seu Conjunto (“Uma vida só-Pare de Tomar a pílula”). Em 2006, lançou, pela Deskdisc, o CD “Só pode ser amor”, disco que contou com as participações de Cícero Pestana nos arranjos, guitarra e violão, Didier Fernan no contrabaixo, Alex Curi na bateria e Cleudir nos teclados, e no qual interpretou as músicas “Longe de mim” e “Pensão alimentícia”, de sua autoria; “É de matar”, “Tenta descobrir o que ela quer”, e “Eu amei”, de Ivan Medeiros; “Bebo e choro”, e “Só pode ser amor”, de Rafael Dias e Ivan Medeiros; “Vê se me entende”, de Rafael Dias e Nazildo; “Brad Pitt”, de Rafael Dias e Sicar; “Nenhuma delas”, de Rafael Dias e Altair Menezes; “Despeitada”, de Rafael Dias e André Bertoni, e “Mulher 100 preconceito”, de Ivan Medeiros e Nazildo. Na ocasião, procurado por jornais e revistas, o compositor afirmou que o tratamento a ele dado pela mídia tornou-se muito menos peconceituoso nos anos 2000, do que no auge de sua carreira, quando “Uma vida só”- (“Pare de tomar a pílula”) se tornou um sucesso. E que grande parte de seu público no terceiro milênio passou a ser de jovens. Ainda em 2006, para reforçar essa sua afirmação, artistas jovens como Pato Fu, Mombonjó e Mundo Livre S/A e Zeca Baleiro gravaram um CD em sua homenagem, intitulado “Vou tirar você desse lugar”. O álbum, lançado pela Tratore, contou apenas com regravações de músicas de sua autoria. Em 2007, sua composição “Eu, você e a praça”, que fizera parte do CD “Tributo a Odair José – Vou tirar você desse lugar” foi incluída no CD “Lado Z” lançado pelo cantor e compositor Zeca Baleiro. Em 2011, após passar, propositadamente, alguns anos em inatividade, lançou o CD “Praça Tiradentes”, cujo título foi atribuído em homenagem ao local em que se hospedou, assim que chegou ao Rio de Janeiro, contrariando seus pais, em 1968. O disco contou com parceria de Zeca Baleiro na gravação, composição e produção das faixas “Como um filme” e “E depois volte para mim”, que foi composta em homenagem a ex-garota de programa Bruna Surfistinha. Além da participação de Zeca Baleiro, o álbum contou com canções inéditas compostas pelo próprio Odair, como “Sob controle”, “Vida que não para” (em parceria com Odair JR, seu filho), “Aconteceu” e “Tanto querer”; e de outros autores como “Vou sair do interior”, de Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes. Em 2015, foi homenageado com o espetáculo “Eu Vou Tirar Você Deste Lugar”, com roteiro e direção de Sérgio Maggio, com direção musical de Alex Souza. Apresentado no Centro Cultural Banco do Brasil, o espetáculo contou em seu elenco com a presença da cantora e vedete Watusi, e teve supervisão musical do próprio cantor e compositor, sendo interpretadas as composições “Vida que não para”, “Revista Proibida”, “Cadê Você”, “E Ninguém Liga Pra Mim”, e “Vou Tirar Você Desse Lugar”, de sua autoria, além de “Uma lágrima”, com Francisco Lara; “Dê um chega na tristeza” e “Na Minha Opinião (Eu Te Quero, Te Adoro, Te Gosto)”, com Maxine; “Deixe essa vergonha de Lado”, com Adréia Teixeira; “Vida que Não Pára Nº 2”, com Júnior; “Foi Tudo Culpa do Amor”, com Diana; “Assim Sou Eu”, com David Lima, e “Uma Vida Só (Pare de Tomar a Pílula)”, com Ana Maria. No mesmo ano, lançou, pelo selo do cantor e compositor Zeca Baleiro, o CD “Dia 16”, com show realizado no Theatro Net, no bairo carioca de Copacabana, no qual gravou a música “Fera”, composta em 1976, para a Ópera Rock “O Filho de José e Maria”, mas que permanecia inédita, além de novas composições como “A Moça e o Velho”, “Deixa Rolar”, “Morro do Vidigal”, “Lembro”, “Começar do Zero”, e “Sem Compromisso”.
Em 2018, participou do “Festival Lula Livre”, realizado no bairro carioca da Lapa, centro do Rio de Janeiro, em apoio à libertação do ex presidente Lula, preso político, em Curitiba, Paraná, interpretando seu clássico “Eu Vou Tirar Você Desse Lugar”. Em seguida, afirmou referindo-se à Lula: “A história já te julgou e você foi absolvido”. Em seguida cantou: “cadê você, que nunca mais apareceu aqui, que não voltou para me fazer sorrir.” Em 2019, lançou pela Monstro discos seu 37 álbum de carreira, “Hibernar na casa das moças”, que contou com as participações dos grupos As Bahias e Cozinha Mineira, e dos integrantes do Nação Zumbi Jorge Du Peixe e Tata Ogan. O CD foi lançado em show no Sesc Belenzinho. Em reportagem a revista Carta Capital assim reportou o disco: “As faixas dividem-se em blocos, um mais político, outro mais sexual (com “Na casa das moças”, “Fetiche” e “Gang-bang”). Uma terceira vertente faz o autoelogio da vida mambembe do artista popular brasileiro: “Rapaz caipira”, “Imigrante mochileiro” (em dupla com o pernambucano Jorge Du Peixe, da Nação Zumbi), “Pirata urbano” e “Liberado”. Também fazem parte do CD as faixas “Incrível liquidação de armas de fogo” e “Chumbo grosso” que é cantada em trio com as cantoras transexuais dAs Bahias e Cozinha Mineira.
Em 2024, lançou o single “DNA” como prévia do álbum ‘Seres humanos”. O single foi produzido por Junior Freitas para a Monstro Discos. O cantor afirmou que o single se utilizou de inteligência artificial.
Single(ao vivo 1980)
Single(ao vivo 1980)
Single
Single com Marcos Magah
Single
Coletânea
Com Fernando Lélis
Coletânea
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
FUSCALDO, Chris. Discobiografia Mutante: Álbuns que revolucionaram a música brasileira. Rio de Janeiro: Editora Garota FM Books, 2018. 2ª ed. Idem, 2020.