5.001
Nome Artístico
Nivaldo Ornelas
Nome verdadeiro
Nivaldo Lima Ornelas
Data de nascimento
22/4/1941
Local de nascimento
Belo Horizonte, MG
Dados biográficos

Instrumentista (saxofonista e flautista). Compositor. Arranjador.

Nasceu em uma família de músicos, cantores e artistas. Iniciou seus estudos musicais aos 12 anos de idade, com o professor Lindolfo Caetano (acordeon), ingressando, em seguida, na Escola de Formação Musical de Belo Horizonte, onde estudou com Ney Parrella (teoria, solfejo e clarinete), e na escola de música da UFMG, onde estudou com Luis Melgaço (ditado, solfejo e história da música) e com Arthur Bosman (composição).

Dados artísticos

Iniciou sua carreira profissional em 1964, ano em que fundou, com alguns amigos, o Clube Berimbau, ponto de encontro dos músicos mineiros, no final dos anos 1960, que viria a dar origem ao movimento Clube da Esquina.

Em 1967, passou a integrar o Quarteto Contemporâneo.

Em 1971, foi convidado por Paulo Moura para integrar sua banda, possibilidade que lhe abriu caminho para trabalhar com Hermeto Pascoal, em São Paulo.

Tornou-se músico de estúdio, gravando com nomes importantes da MPB e fez parte do grupo Som Imaginário , conjunto que acompanhava Milton Nascimento.

Em 1976, participou do projeto “Trindade”, mostrando um trabalho voltado para as raízes musicais mineiras e realizou apresentações individuais no Museu de Arte Moderna.

No ano seguinte, realizou turnê com o grupo Som Imaginário.

Em 1978, viajou para os Estados Unidos com Flora Purim e Airto Moreira, apresentando-se no Festival de Newport.

Ao retornar, gravou seu primeiro disco solo, “Portal dos anjos”, pela Phonogram, premiado com o troféu Villa-Lobos.

Em 1980, apresentou-se, com Hermeto Pascoal, no festival de Montreux, na Suíça, e no festival Ao Ar Livre de Tóquio.

Obteve novos prêmios com as trilhas sonoras feitas para “João Rosa”, filme de Helvécio Ratton, e “Encontro marcado”, peça de Fernando Sabino, em 1982.

Excursionou, em 1982, com Milton Nascimento e Wagner Tiso pela Europa, gravando na França o disco “À tarde”. Também nesse ano, lançou o LP “Viagem através de um sonho”, contemplado com o troféu Chiquinha Gonzaga.

Em 1983, foi escolhido pela Associação de Críticos de Arte de São Paulo como o melhor instrumentista de sopro do ano.

No ano seguinte, realizou turnê pelo Brasil com o Quarteto de Jazz.

Em 1986, gravou, em duo com o tecladista Marcos Resende, o LP “Som e fantasia”, na série “Todos os Sons” da Ariola, também editado em Portugal. Ainda nesse ano, teve ativa participação na Feira de Música Instrumental de Ouro Preto, organizada por Toninho Horta. Nessa época, passou a se dedicar a apresentações solo, realizando temporadas no Jazzmania e no People, no Rio de Janeiro.

Representou o Brasil na Semana Brasileira de Arte Contemporânea, realizada na Alemanha, em 1988, obtendo grande destaque para seu trabalho. Ainda nesse ano, participou, ao lado de outros artistas, do Projeto Brahma Instrumental, realizado no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

Em 1989, compôs o tema “Ar”, especialmente para o evento “Concerto Planeta Terra”, realizado no Parque Ibirapuera, em São Paulo. O espetáculo foi gravado ao vivo, gerando LP homônimo.

Em 1992 e 1994, apresentou-se com a Orquestra Jazz Sinfônica, como compositor, arranjador e solista.

Participou de diversos eventos musicais como Free Jazz Festival e festivais internacionais da Grécia, Argentina e Alemanha, e assinou arranjos e produção musical para trabalhos de vários artistas.

Em 1996, produziu, juntamente com Juarez Moreira, trabalhando nos arranjos, orquestração e regência, um CD sobre a obra de Ary Barroso, “Aquarelas”, disco indicado para o XI Prêmio Sharp de Música . Ainda nesse ano, participou como solista, de apresentações realizadas por Milton Nascimento na Universidade de Música do Brooklin, em Nova York, e no Albert Hall, em Londres, no evento “Minas além das Gerais”.

Em 1997, recebeu o troféu SESI MINAS, oferecido aos componentes do Clube da Esquina.

Trabalhou, por mais de quatro anos, no projeto “Brasil Musical”, da produtora Tom Brasil, realizando turnês pelo Brasil, atuando como solista das mais expressivas orquestras do País.

Em 1998, realizou uma grande turnê pelo interior de São Paulo e na capital, nas Unidades do Sesc (Serviço Social do Comércio), acompanhado de cello, piano, violão e percussão, executando músicas de sua autoria e uma interpretação original de dois hinos brasileiros. Ainda nesse ano, participou, como arranjador, do Concerto Erudito/Popular da Orquestra Sinfônica da Bahia, que teve como solista Armandinho. Em 1999, recebeu o Troféu Clube da Esquina, oferecido pela Câmara dos Deputados de Minas Gerais, por sua participação no núcleo inicial deste movimento musical. Ainda nesse ano, com o patrocínio da Tetra Pak , sob os auspícios da lei Rouanet e apoio cultural do Sesc São Paulo, deu início à realização do projeto “Nivaldo Ornelas – Uma longa vida musical”, para o qual elaborou o CD “Nivaldo Ornelas, ao vivo”, distribuído nos shows realizados no teatro do Sesc Vila Mariana, nos quais se apresentou acompanhado de piano, cello, violão e percussão, tendo ao seu lado, como convidados, Hermeto Pascoal, Nelson Ayres, Vânia Bastos, Oswaldinho do Acordeon e Arismar do Espírito Santo. O projeto comemorou sua contribuição de mais de 30 anos à cultura musical brasileira. Nessa oportunidade, foi homenageado por Hermeto Pascoal, convidado do primeiro show, que lhe ofereceu de presente uma música composta especialmente para aquele momento. Ainda em 1999, ao lado de Altamiro Carrilho, realizou turnê nacional com Orquestra de Câmera, Choro e MPB. Nesse mesmo ano, seu CD “Arredores” venceu o XII Prêmio Sharp de Música, na categoria Melhor Disco Instrumental. Sobre esse trabalho, comentou o jornalista Mauro Dias, no jornal “O Estado de São Paulo: “Nivaldo Ornelas inventaria os folguedos de suas Minas Gerais no precioso Arredores… São tambores, sopros e coros mineiros pela arte de um de seus mais brilhantes músicos …”. Também em 1999, sob o patrocínio da Tetra PaK (lei Rouanet), realizou o projeto “Nivaldo Ornelas – Uma longa vida musical II”, com dois espetáculos na Sala São Paulo, Complexo Cultural Júlio Prestes, tendo como convidados Toninho Horta, Nelson Ayres, Oswaldinho do Acordeon e Robertinho Silva, entre outros. O show gerou um especial apresentado pela TV Cultura, apresentado em março do ano seguinte.

Em 2000, foi convidado pelo saxofonista Proveta para participar do projeto “O espelho dos sons”. Também nesse ano, atuou intensamente como arranjador, criando 10 arranjos para a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, para “Fogueira do Divino”, ópera de Fernando Brant e Tavinho Moura, apresentada em Belo Horizonte no mês de maio.

Em 2001, voltou a se apresentar com a Orquestra Jazz Sinfônica, como compositor, arranjador e solista, e participou de Master Class do saxofonista norte-americano Dale Underwood, realizada na Escola de Música da UFRJ.

Ao longo de sua trajetória artística, foi contemplado com os seguintes prêmios: Troféu Villa-Lobos, em 1979, pelo disco “Portal dos anjos”, Melhor Trilha Sonora do XIV Festival de Cinema de Brasília, em 1981, pela trilha do curta-metragem “João Rosa”, Melhor Trilha Sonora da APATEDEMG, em 1982, pela trilha da peça “O encontro marcado”, de Fernando Sabino, Troféu Chiquinha Gonzaga, em 1983, pelo disco “Viagem através de um sonho”, Melhor Instrumentista de Sopro do Ano, em 1983, prêmio oferecido pela Associação de Críticos de Arte de São Paulo, Melhor Música Original do XII Festival de Cinema de Brasília, em 1984, pela música de “A dança dos bonecos”, filme de Helvécio Ratton, Troféu Cândido Mendes, em 1986, pelo atuação no Projeto do Meio-Dia (Brahma-Extra), Troféu Clube da Esquina, oferecido pela Federação das Indústrias de Minas Gerais e Rede Globo Minas, em 1998, Prêmio Sharp de Música, na categoria Melhor Disco Instrumental do Ano, em 1999, pelo CD “Arredores”, Troféu Clube da Esquina, em 1999, oferecido pela Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais.

Em 2001, recebeu, em Belo Horizonte, o troféu Músico do Ano.

 

Em 2016, apresentou-se na série “Brasil – Holanda”, da Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro. Acompanhado pela Orquestra de Sopros da Banda Filarmônica do Rio, regida pelo maestro Antônio Seixas, trouxe repertório que misturou o erudito e o popular. 

Discografias
[S/D] PolyGram Acústico. Wagner Tiso

(Participação:)

[S/D] Ariola Anima. Milton Nascimento

(Participação:)

[S/D] Ariola Arraial das Candongas. Wagner Tiso

(Participação:)

[S/D] Velas Cantando. Túlio Mourão

(Participação:)

[S/D] Caju Music Carioca. Túlio Mourão

(Participação:)

[S/D] EMI Circence. Egberto Gismonti

(Participação:)

[S/D] EMI Clube da Esquina. Milton Nascimento

(Participação:)

[S/D] EMI Corações Futuristas. Egberto Gismonti

(Participação:)

[S/D] EMI Dança das Cabeças. Egberto Gismonti

(Participação:)

[S/D] Esquinas. João Bosco

(Participação:)

[S/D] PolyGram Fina Estampa. Caetano Veloso

(Participação:)

[S/D] Gal Costa

(Participação:)

[S/D] EMI Igreja Majestosa. Wagner Tiso

(Participação:)

[S/D] Ariola Jasmineiro. Túlio Mourão

(Participação:)

[S/D] EMI Milagre dos Peixes ao vivo. Milton Nascimento

(Participação:)

[S/D] EMI Milagre dos Peixes. Milton Nascimento

(Participação:)

[S/D] Ariola Milton in Europe. Milton Nascimento

(Participação:)

[S/D] EMI Minas. Milton Nascimento

(Participação:)

[S/D] Warner Montreux Live. Hermeto Pascoal

(Participação:)

[S/D] Milton Nascimento Nascimento

(Participação:)

[S/D] EMI Orquestra Fantasma. Toninho Horta

(Participação:)

[S/D] EMI Palhaço. Egberto Gismonti

(Participação:)

[S/D] EMI Pantanal. Egberto Gismonti

(Participação:)

[S/D] Sony Planeta Blue na Estrada do Sol. Wagner Tiso

(Participação:)

[S/D] PolyGram Preto e Branco. Wagner Tiso

(Participação:)

[S/D] Vison Teia de renda. Túlio Mourão

(Participação:)

[S/D] EMI Terra dos Pássaros. Toninho Horta

(Participação:)

[S/D] Toninho Horta (vol.III)

(Participação:)

[S/D] EMI Trem Caipira. Egberto Gismonti

(Participação:)

[S/D] EMI Tributo a Villa-Lobos. Egberto Gismonti

(Participação:)

[S/D] PolyGram Trilhos. Túlio Mourão

(Participação:)

[S/D] Sony Txai. Milton Nascimento

(Participação:)

1999 Reciclagem (Tetra Pak) CD Nivaldo Ornelas, ao vivo
1999 Tom Brasil CD Projeto Brasil Música IV
1998 Independente CD Arredores
1997 Independente CD Aquarelas-A música de Ary Barroso
1995 Vison CD As canções de Milton Nascimento

Nivaldo Ornelas e Ricardo Leão

1995 Tom Brasil CD Projeto Brasil Música III
1994 Tom Brasil CD Projeto Brasil Música II
1993 CD Instrumental no CCBB

Paulo Moura e Nivaldo Ornelas

1993 Tom Brasil CD Projeto Brasil Música
1990 Chorus LP Colheita do trigo
1989 IBM LP Concerto Planeta Terra

Nelson Ayres, Toninho Horta, Nivaldo Ornelas e Márcio Montarroyos

1986 RCA Música Brasileira. Sarah Vaughan

(Participações em lançamentos internacionais. )

1986 PolyGram LP Som e Fantasia

Nivaldo Ornelas e Marcos Resende

1984 Ariola LP Som e Fantasia

Nivaldo Ornelas e Marcos Resende

1982 Syracuse/França LP À tarde
1981 Independente LP Viagem através de um sonho
1980 Los Angeles, EUA Touch me. Flora Purim e Airto Moreira

(Participações em lançamentos internacionais. )

1978 PolyGram LP Portal dos anjos
Obras
12 de outubro
Alto das Mangabeiras
Antílope
Ar
Araújo Pena, quinze
Arqueiro do rei
Arredores
As Minas de Morro Velho (c/ Cid Ornelas)
Bom pastor (A mais bela canção)
Bonde amarelo
Cactus
Celeste império
Cello romanceado
Cidadela (c/ Jairo Lara)
Colheita do trigo (c/ André Dequech)
Contrição
Dois engenhos (c/ Osvaldo Corrêa)
Estrada Real
Eu amo Goiânia
Folia do Jatobá
Jardim América
Lascívia
Los Angeles
Mônica
Ninfas
Nova Granada
Nova Lima inglesa
Nova Suissa, sábado à tarde
O que há de mais sagrado
Ponte
Portal dos anjos (c/ Roberto Fabel)
Querubins e Serafins
Recordações da infância
Rock novo
Rua Genebra
Sentimentos não revelados
Solo majestoso
Sorriso de criança
Sorrisos de uma criança
São Domingos do Congado
Trem carioca
Viagem através de um sonho
Óh-vó
Shows
2016. Sala Cecília Meireles, RJ “Brasil-Holanda”.
Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.