
Cantora. Atriz.
Foi casada com o ator João Gomes.
Iniciou carreira artística no circo, subindo ao picadeiro pelas mãos de seu marido, João Gomes, o seu maior incentivador. Estreou como atriz dramática na peça “O divino perfume”. Permaneceu no gênero comovendo a platéia por dez anos. Por volta de 1938, já interessada na arte da caricatura, teve a oportunidade de substituir a titular de um circo. Criou a personagem Nhá Barbina, solteirona, que fazia tudo para arrumar um bom marido. Impressionou tanto que ninguém mais a chamou de Conceição. Passou a ser chamada pelo nome de seu personagem, inclusive por seus familiares. Trabalhou excursionando pelo Brasil em inúmeros circos e pequenos teatros. Participou de 11 filmes, entre eles, “Lá no sertão”, de Eduardo Lorente em 1959, co-estreando com Tonico e Tinoco e “O cabeleira”, de Milton Amaral em 1962. Nesse período trabalhou na rádio Tupi de São Paulo, no programa “Festa na roça”, de Lulu Benacasi. Era a ínica humorista sertaneja no Brasil e foi consagrada com o título de Mãe Sertaneja. Em 1960 gravou na Odeon, de Valter Amaral e Ado Benatti, o baião “O galo cantou” e a marcha “Arquimedes, deixa disso”. Em 1963, filmou “O Rei Pelé”, de Carlos Hugo Christensen. Em 1970, destacou-se como caricata no filme “Sertão em festa”, de Osvaldo Oliveira. No msmo ano gravou o arrasta-pé “Puxa-saco”, parceria de Ariovaldo Pires e Zé Cupido. Ainda no início da década de 1970, voltou à tela no filme “No rancho fundo”, de Osvaldo de Oliveira, cantando “Tô maluca por você”, de Capitão Furtado e Zico e “Puxando o fole”, de Argonauta (Juvenal Fernandes) e Piquerobi (Madalena Maria Pires). No ano de 1971, lançou o LP “Nhá Barbina no Rancho Fundo”, pela RGE, no qual registrou, entre outras, “Ranquei pena de Poty e Ariovaldo Pires. No mesmo ano, lançou pela CBS seu segundo disco, com piadas e canções, dentre elas, “Ranquei pena” de Piquerobi e Poti; “Olha a polícia”, de Arlindo Pinto e Peteleco (Adoniran Barbosa) e “Cachorro louco”, da própria Nhá Barbina em parceria com Onofre. Gravou novo LP em 1975, contendo “Casa caipira”, com letra de Cornélio Pires e música de Tinoco, além de, entre outras, três números humorísticos: “Família Repinica” de Piquerobi e Poti; “Puxa e repuxa”, de Manezinho Araújo e Mané Baião e “Penha-Lapa”, de Martins Neto. Trabalhou também em vários programas de rádio e televisão. Gravou em torno de 10 discos. Recebeu vários troféus, diplomas e medalhas por sua atuação. Deixou dezenas de “causos”, que contava com graça peculiar. Nos últimos anos, antes de seu falecimento atuava no programa “A Praça é nossa”, no SBT.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.