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Nome Artístico
Ney Matogrosso
Nome verdadeiro
Ney de Souza Pereira
Data de nascimento
1/8/1941
Local de nascimento
Bela Vista, MS
Dados biográficos

Cantor.

Filho de militar, morou no Recife, em Salvador, no Rio de Janeiro e em Campo Grande. Aos 17 anos de idade, deixou a casa de sua família, decidido a ingressar na Aeronáutica. Trabalhou no laboratório de anatomia patológica do Hospital de Base de Brasília. Mais tarde, passou a fazer recreação com crianças. Integrou, nessa época, um quarteto vocal, com o qual participou de um festival universitário e chegou a atuar em um programa de televisão. Em 1966 viajou para o Rio de Janeiro, decidido a ser ator. Para se manter, trabalhou com confecção e venda de peças de artesanato em couro. Adepto da filosofia hippie, viveu, nesse período, entre o Rio, São Paulo e Brasília, até conhecer João Ricardo, que procurava um cantor de voz aguda para formar um conjunto musical.

Dados artísticos

Em 1971, mudou-se para São Paulo e passou a integrar, juntamente com João Ricardo e Gerson Conrad, o Secos e Molhados. Adotando o nome artístico de Ney Matogrosso, ensaiou durante um ano com o grupo, com o qual estreou profissionalmente em 1973, realizou diversos shows e gravou dois LPs com muito sucesso. Com a dissolução dos Secos e Molhados, no ano seguinte, iniciou carreira solo.

Em 1975, gravou seu primeiro LP como artista solista, “Ney Matogrosso”, com destaque para a canção “América do Sul” (Paulo Machado). Em seguida, apresentou-se no Rio e em São Paulo, singularizando-se no cenário artístico por sua voz aguda e por sua performance em palco, apresentando-se maquiado e fantasiado. Trabalhou em Milão com Astor Piazzolla, com quem gravou um compacto duplo.

 

Lançou, em 1976, o LP “Bandido”, obtendo sucesso com a faixa “Bandido corazón” (Rita Lee), e, no ano seguinte, o LP “Pecado”, contendo “Da cor do pecado” (Bororó), “Tigresa” (Caetano Veloso), “San Vicente” (Milton Nascimento e Fernando Brant) e “Sangue latino” (João Ricardo e Paulinho Mendonça), entre outras canções.

 

Em 1978, gravou o LP “Feitiço”, com destaque para as canções “Bandolero” (Luli e Lucina) e “Não existe pecado ao sul do Equador” (Ruy Guerra e Chico Buarque).

 

No ano seguinte, apresentou o show “Seu tipo”, lançando LP homônimo, no qual registrou a faixa-título (Luiz Carlos Goes e Eduardo Dusek), “Dor medonha” e “Rosa de Hiroshima” (Gerson Conrad e Vinicius de Moraes), entre outras.

 

Em 1980, gravou o LP “Sujeito estranho”, incluindo as faixas “Ando meio desligado” (Sergio Dias, Arnaldo Baptista e Rita Lee), “Um índio” (Caetano Veloso) e “Doce vampiro” (Rita Lee), entre outras.

 

No ano seguinte, sua interpretação de “Homem com H” (Antônio Barros), registrada no LP “Ney Matogrosso”, obteve muita repercussão. O disco incluiu ainda a faixa “Cubanakan” (Moisés Simon, Sauvat e Champfleury), entre outras.

 

Em 1981, a Continental lançou um LP contendo a gravação do espetáculo realizado em 1974 com o grupo Secos e Molhados no Maracanãzinho.

 

Em 1982, apresentou-se no Canecão (RJ), com o show “Matogrosso”, lançando LP homônimo, com destaque para as canções “Por debaixo dos panos” (Cecéu), “Deixar você” (Gilberto Gil) e “Tanto mar” (Chico Buarque).

 

Completando dez anos de sua estréia no cenário artístico e já tendo recebido dois Discos de Platina e dois Discos de Ouro, realizou, em 1983, sua primeira turnê pela Europa, com destaque para sua apresentação, ao lado de Alceu Valença, Milton Nascimento e Wagner Tiso, na Noite Brasileira do Festival de Montreux (Suíça), registrada em disco. Ainda nesse ano, gravou o LP “Pois é”, contendo um pout-pourri com sucessos de sua carreira, além das canções “Coração civil” (Milton Nascimento e Fernando Brant), “Babalu” (Margarita Lecuona) e “Pro dia nascer feliz” (Roberto Frejat e Cazuza), entre outras.

 

Em 1984, alugou a lona do Circo Tihany e montou o espetáculo “Destino de aventureiro”, que permaneceu em cartaz durante cinco meses no Rio e seguiu em turnê pelo Brasil. Nesse mesmo ano, gravou LP homônimo, contendo as canções “Por que a gente é assim” (Roberto Frejat, Ezequiel Neves e Cazuza) e “Vereda tropical” (G. Curriel), entre outras. Por esse trabalho, foi contemplado com um Disco de Ouro e um Disco de Platina.

 

Em 1986, lançou o LP “Bugre”, registrando suas composições “Dívidas de amor” (c/ Leoni) e “Vertigem” (c/ RPM), além de “Balada do louco” (Arnaldo Baptista) e “Las muchachas de Copacabana” (Chico Buarque), entre outras.

 

No ano seguinte, apresentou-se pela primeira vez sem maquiagem e fantasias, no show “Pescador de pérolas”, gravado ao vivo. No repertório, canções como “O mundo é um moinho” (Cartola), “Segredo” (Marino Pinto e Herivelto Martins) e “Dora” (Dorival Caymmi), entre outras.

 

Em 1988, gravou o LP “Quem não vive tem medo da morte”, contendo as faixas “Felicidade zen” (Tavinho Paes e Arnaldo Brandão), “Dama do cassino” (Caetano Veloso) e “Todo sentimento” (Chico Buarque e Cristóvão Bastos), entre outras. Ainda nesse ano, lançou, com Wagner Tiso e João Carlos Assis Brasil, o LP “A Floresta do Amazonas – Villa-Lobos”.

 

Em 1989, lançou o LP “Ney Matogrosso ao vivo”.

 

Apresentou-se com o violonista Raphael Rabello, com quem gravou, em 1990, o disco “À Flor da pele”, contendo “Modinha” (Tom Jobim e Vinicius de Moraes), “Retrato em preto e branco” (Chico Buarque e Tom Jobim), “Molambo” (Jayme Florence e Augusto Mesquita), “No rancho fundo” (Ary Barroso e Lamartine Babo) e “O mundo é um moinho” (Cartola), entre outras.

 

Em 1993, lançou, com o grupo Aquarela Carioca, o CD “As aparências enganam” e dirigiu o Prêmio Sharp, que nessa edição homenageou os cantores Cauby Peixoto e Ângela Maria. Ainda nesse ano, foi publicada a biografia “Ney Matogrosso – um cara meio estranho” de autoria de Denise Pires Vaz.

 

Em 1994, lançou o CD “Estava escrito”, interpretando canções do repertório de Ângela Maria, como “Desejo” (Paulo Marques e Othon Russo), “Balada triste” (Esdras Silva e Dalton Vogeler) e “Amendoim torradinho” (Henrique Beltrão).

 

No ano seguinte, realizou turnê de shows pelo Brasil, com as músicas do disco “Estava escrito”.

 

Homenageou Chico Buarque, registrando obras do compositor no disco “Um brasileiro”, lançado em 1996.

 

Em 1997, lançou o CD “O cair da tarde”, contendo exclusivamente composições de Villa-Lobos e de Tom Jobim. Realizou shows de lançamento do disco ao lado de Leandro Braga e do grupo Uákti.

 

Em 1999, gravou o CD “Olhos de farol”, com músicas de Pedro Luís (“Miséria no Japão”), Paulinho Moska (“Gotas de tempo puro”) e Luis Tatit (“Depois melhora”), entre outros. Apresentou-se no Canecão (RJ), realizando show homônimo, no qual interpretou o repertório do disco e sucessos dos Secos & Molhados, como “O vira”, “Rosa de Hiroshima”, “Sangue latino” e “Mulher barriguda”. O show foi gravado ao vivo.

 

Em 2000, lançou o CD “Vivo”, comemorativo dos 25 anos de carreira solo, contendo a gravação do show realizado em 1999 no Canecão. Ainda em 2000, voltou a apresentar-se nessa casa de espetáculos, com show de lançamento do CD “Vivo”. Nesse mesmo ano, atuou, ao lado do grupo Nó em Pingo DÁgua, em shows realizados no Sesc Pompéia (SP). Ainda em 2000, participou do projeto “Pão Music”, que teve como tema os 500 anos do descobrimento do Brasil, dividindo o palco armado na Praia de Ipanema com o angolano Filipe Mukenga.

 

Em 2001, lançou o CD “Batuque”, registrando obras dos anos 1920, 1930 e 1940, como “De papo pro ar” (Joubert de Carvalho e Olegário Mariano), “Tico-tico no fubá” (Zequinha de Abreu) e “O que é que a baiana tem?” (Dorival Caymmi). O disco contou com a participação do conjunto Nó em Pingo D’Água, além de Leandro Braga, Ricardo Silveira, Marcio Montarroyos, Marcos Suzano, João Lyra, Marcelo Gonçalves, Zé da Velha e Jorge Helder.

 

Em 2002, gravou o CD “Ney Matogrosso interpreta Cartola”, registrando obras do compositor da Mangueira, como “O sol nascerá (A sorrir)” (c/ Elton Medeiros), “Corra e olhe o céu” (c/ Dalmo Castello), “As rosas não falam”, “Acontece” e “Tive sim”, entre outras.

 

Ao longo de sua carreira, apresentou-se diversas vezes no exterior, realizando turnês nos Estados Unidos, Argentina, Uruguai, Europa e Israel, tendo sido contemplado com vários prêmios. Assinou, também, a iluminação de vários espetáculos, com destaque para o show “Paratodos”, de Chico Buarque.

 

Lançou, em 2004, o CD “Vagabundo”, em parceria com Pedro Luís e A Parede. Apresentou-se com o grupo, nesse mesmo ano, no Canecão (RJ) e no Claro Hall (RJ).

 

Em 2005, voltou ao Canecão, apresentando-se ao lado de Pedro Luís e A Parede. Nesse mesmo ano, lançou, em CD e DVD, “Canto em qualquer canto”, acompanhado por um quarteto de cordas formado por Marcelo Gonçalves (violão de 7 cordas), Pedro Jóia (alaúde e violão), Ricardo Silveira (guitarra e violão) e Zé Paulo Becker (viola e violão). No repertório, as canções “Ardente” (Joyce), “Amendoim torradinho” (Henrique Beltrão), “Bamboleô” (André Filho), “Dos Cruces” (Carmelo Larrea), “Retrato marrom” (Rodger Rogério e Fausto Nilo), “Oriente” (Gilberto Gil), “Bandolero” (Luli e Lucina), “O doce e o amargo” (João Ricardo e Paulinho Mendonça), “Lábios de mel” (Waldir Rocha), “Tanto amar” (Chico Buarque), “Já te falei” (Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown, Marisa Monte e Dadi Carvalho) e a faixa-título (Itamar Assumpção e Ná Ozzeti), além das inéditas “Uma canção por acaso” e “Duas nuvens”, ambas de Pedro Jóia e Tiago Torres da Silva). A produção musical foi assinada por João Mário Linhares.

 

Em 2006, lançou, com Pedro Luís & A Parede, o CD “Vagabundo – ao vivo”. Nesse mesmo ano, foi contemplado com o Prêmio Tim de Melhor Cantor, na categoria MPB.

 

Em 2007, estreou no Citibank Hall (SP) o show “Inclassificáveis”, acompanhado por Carlinhos Noronha (baixo), Júnior Meirelles (guitarra e violão), Sérgio Machado (bateria), DJ Tubarão (percussão e pick-up) e Felipe Roseno (percussão), além do antigo companheiro do grupo Secos & Molhados Emilio Carrera (piano, teclado e direção musical), com figurinos de Ocimar Versolato e cenário de Milton Cunha, e iluminação assinada em parceria com Juarez Farinon. No repertório, canções de Cazuza (“O tempo não pára”, com Arnaldo Brandão; Por que a gente é assim, com Ezequiel Neves e Frejat; e “Pro dia nascer feliz”, com Frejat), além de “Veja bem, meu bem” (Marcelo Camelo), “Mal necessário” (Mauro Kwitko), “Cavaleiro de Aruanda” (Tony Osanah), “Ode aos ratos” (Edu Lobo e Chico Buarque), “Sea” (Jorge Drexler), “Coisas da vida” (Alzira Espíndola e Itamar Assumpção), “Mente, mente” (Robinson Borba), “Lema” (Lokua Kanza), “Simples desejo” (Daniel Carlomagno e Jair de Oliveira) e a canção que dá título ao espetáculo, de autoria de Arnaldo Antunes, entre outras.

 

No início de 2008, apresentou o espetáculo “Inclassificáveis” no Canecão (RJ). Nesse mesmo ano, lançou CD homônimo com o registro do show.

 

Atuou no curta-metragem “Depois de tudo” (2008), dirigido por Rafael Saar, e no filme “Luz nas trevas” (2009), dirigido por Helena Ignez, com roteiro de Rogério Sganzerla.

 

Em 2009, lançou o CD “Beijo bandido”, contendo as canções “As ilhas” (Astor Piazzolla e Geraldo Carneiro), “Tango para Teresa (Evaldo Gouveia e Jair Amorim), “De cigarro em cigarro” (Luiz Bonfá), “A bela e a fera” (Edu Lobo e Chico Buarque) e “Mulher sem razão” (Cazuza, Dé Palmeira e Bebel Gilberto), além da inédita “A cor do desejo” (Júnior Almeida e Ricardo Guima), entre outras. Ainda em 2009, recebeu o Prêmio Shell de Música pelo conjunto da obra.

 

Em 2010, apresentou-se no Canecão, em show de lançamento do CD “Beijo bandido”, acompanhado dos músicos Leandro Braga (piano), Lui Coimbra (cello e violão), Ricardo Amado (violino e bandolim) e Felipe Roseno (percussão). Nesse mesmo ano, foi lançado pela Biscoito Fino o DVD “Ensaio – Ney Matogrosso”, registro do programa exibido pela TV Cultura em 1990, no qual o cantor concede entrevista a Fernando Faro e interpreta, acompanhado por Raphael Rabello (violão) e Don Chacal (percussão), as seguintes canções: “Sangue latino” (João Ricardo e Paulinho Mendonça), “O tic-tac do meu coração” (Alcyr Pires Vermelho e Walfrido Silva), “Da cor do pecado” (Bororó), “Rosa de Hiroshima” (Vinicius de Moraes e Gerson Conrad), “Balada do louco” (Arnaldo Baptista e Rita Lee), “Dos cruces” (Carmela Larrea), “Vereda tropical” (Gonzalo Curivel), “Alma Llanera” (Pedro Elias Gutierrez), “A lua girou” (domínio público), “O mundo é um moinho” (Cartola), “Molambo” (Jayme Florence e Augusto Mesquita), “Segredo” (Herivelto Martins e Marino Pinto) e “Oh! Lua” (Alfredo Gregório).

 

Em 2011, lançou o DVD e CD “Beijo bandido” – registro do show homônimo gravado no ano anterior no Teatro Municipal do Rio de Janeiro -, com show no espaço Vivo Rio (RJ). O espetáculo teve arranjos e direção musical de Leandro Braga. No repertório, “Bicho de sete cabeças” (Geraldo Azevedo, Zé Ramalho e Renato Rocha), “Medo de amar” (Vinicius de Moraes), “Tango para Teresa” (Evaldo Gouveia e Jair Amorim), “De cigarro em cigarro” (Luiz Bonfá), “Segredo” (Herivelto Martins e Marino Pinto), “Mulher sem razão” (Cazuza, Dé e Bebel Gilberto), “Nada por mim” (Herbert Vianna e Paula Toller), “As ilhas” (AstorPiazolla e Geraldo Carneiro), “Doce de coco” (Hermínio de Carvalho), “Invento” (Vitor Ramil), “A distância” (Erasmo Carlos e Roberto Carlos) e ainda “Fascinação” (versão de Armando Louzada). Mais uma vez, os figurinos foram assinados por Ocimar Versolato. Assinou a direção teatral do monólogo “Dentro da noite”, em segunda temporada carioca no teatro da Casa de Cultura Laura Alvim. Nesse mesmo ano, apresentou-se no Circo Voador (RJ), com o show da turnê “Beijo bandido”, interpretando “A bela e a fera” (Chico Buarque e Edu Lobo), “Medo de amar” (Vinicius de Moraes), e “Mulher sem razão” (Cazuza, Dé Palmeira e Bebel Gilberto), entre outras.

 

Em 2012, dividiu o palco do Teatro Rival (RJ) com a cantora Marília Bessy, no show “Infernynho”, com direção de Rodrigo Faour. Nesse mesmo ano, apresentou-se na casa Miranda (RJ), com o show da turnê “Beijo bandido”.

 

Em 2013, estreou a turnê nacional “Atento aos sinais” no espaço HSBC Brasil, em São Paulo, interpretando composições de uma nova geração de autores, como Criolo, Dani Black, Vitor Pirralho, Dan Nakagawa e Rafael Rocha (do grupo carioca Tono), ao lado de obras de Paulinho da Viola, Caetano Veloso e Itamar Assumpção. O cantor assinou também a direção e a iluminação do espetáculo. Nesse mesmo ano, participou do CD e DVD “Infernynho”, como convidado de Marilia Bessy. Ainda em 2013, lançou o CD “Atento aos sinais”, contendo as canções “Noite torta” e “Isso não vai ficar assim”, ambas de Itamar Assumpção, “Rua da Passagem (Trânsito)” (Lenine e Arnaldo Antunes), “Incêndio” (Pedro Luís), “Roendo as unhas” (Paulinho da Viola), “A ilusão da casa” (Vitor Ramil), “Oração” (Dani Black), “Freguês da meia noite” (Criolo), “Pronomes” (Beto Böing e Paulo Passos), “Beijos de Ímã” (Alzira Espíndola, Jerry Espíndola e Arruda), “Não consigo” (Rafael Rocha), “Tupi Fusão” (André Meira, Dinho Zampier, Pedro Ivo Euzébio e Vítor Pirralho), “Samba do Blackberry” (Alberto Continentino e Rafael Rocha) e “Todo mundo o tempo todo” (Dan Nakagawa). O disco foi produzido por José Mario Linhares e Sacha Amback.

 

No ano seguinte, lançou o DVD “Atento aos sinais”, gravado durante a turnê de 2013 e dirigido por Felipe Nepomuceno.

Em 2015, concorreu e venceu o 26º Prêmio da Música Brasileira, na Categoria Especial, com esse DVD.

 

Ainda no mesmo ano, participou do Rock in Rio, ocasião em que se apresentou no show em homenagem, justamente, aos 30 anos do festival, no Palco Mundo. Dirigido por Dinho Ouro Preto e pelo produtor Marco Mazzola, o show contou ainda com a presença de outros músicos que participaram do show de 1985, tais como Frejat, Blitz, Titãs, entre outros. Assim que subiu ao palco, cantou “Por que a gente é assim?”, seguida de “Rua da Passagem”.

 

Em 2016, foi lançada a caixa “Anos 70”, pela Warner Music, com reedições dos seus seis primeiros álbuns solo, gravados após a sua saída do grupo Secos e Molhados: “Água do céu-pássaro”, “Bandido”, “Pecado”, “Feitiço” , “Seu tipo” e “Sujeito estranho”.

 

Em 2017, foi o homenageado na 28º edição do “Prêmio da Música Brasileira”, ocorrido no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, centro da cidade. A cerimônia, apresentada por Maitê Proença e Zélia Duncan, contou com 79 indicados em 35 categorias e foi, pela primeira vez, aberta ao público para venda de ingressos, devido à falta de parocínio. A direção geral foi de José Maurício Machline, idealizador da premiação, tendo Sacha Amback como diretora musical. No palco, Ney Matogrosso apresentou cinco músicas que marcaram sua trajetória, entre elas, “Rosa de Hiroshima” (Vinicius de Moraes e Gerson Conrad), “Pro dia nascer feliz” (Cazuza e Frejat) e “Melodia sentimental” (Heitor Villa-Lobos e Dora Vasconcellos) – nesta última, foi acompanhado pelo Trio Madeira Brasil. A homenagem contou com as participações de Chico Buarque em “As vitrines”, Ivete Sangalo com “Sangue latino”, Alice Caymmi e Laila Garin interpretando “Bomba H”, Lenine em “Bicho de Sete Cabeças II”, Pedro Luís com “O mundo”, Karol Conka em versão de “Homem com H” e BaianaSystem fechando com “Inclassificáveis”. A banda de acompanhamento foi formada por Sacha Amback (programações e percussão), Marcos Suzano (programações e percussão), Marcelo Costa (percussão), Alberto Continentino (baixo), André Valle (guitarra), Everson de Moraes (trombone) e Diogo Gomes (trompete). Ainda em 2017 a atriz e contora Soraya Ravenle apresentou, no Teatro dos Quatro, no Rio de Janeiro, ao lado de Marcos Sacramento, o espetáculo híbrido “Puro Ney”, em um formato entre o show e o teatro musicado, homenageando o artista. O musical contou com músicas que ficaram conhecidas em sua voz, separadas em cinco blocos temáticos. A direção ficou a cargo do músico e produtor Luís Filipe de Lima, Luis Erlanger e Cinthya Graber.

Em 2018, a cantora Baby do Brasil o convidou para participar de sua turnê solo “Música Extravagante”. No mesmo ano, organizou e participou de show beneficente no Circo Voador, com renda revertida para o Instituto Vida Livre, que trabalha com reabilitação e soltura de animais silvestres vítimas do tráfico. Participaram do show Alice Caymmi, Beraderos, João Cavalcanti, Marcelo Caldi, Trio Madeira Brasil, dentro outros. As canções “Último Desejo”, de Noel Rosa, “Ela e eu”, de Caetano Veloso, e “Sim”, do Cartola, foram algumas que compuseram o repertório do show.

Ainda este ano, em comemoração os seus 47 anos de carreira, lançou autobiografia “Vira-lata de raça – Memórias”, com depoimentos em primeira pessoa das passagens mais marcantes da sua trajetória. O livro foi organizado pelo escritor Ramon Nunes Mello e apresentou entrevistas inéditas, em meio a fotos raras que ilustraram o lançamento. O nome “Vira-Lata de Raça” faz referência à música homônima composta pela cantora Rita Lee e seu filho, Beto Lee, que gravou no CD “Olhos de Farol”, de 1998. Além dos bastidores dos palcos, a biografia também narra seus

Ainda em 2018, encerrou a exposição “Queermuseu” no Parque Lage, com show que repercutiu na imprensa. Ao se emocionar, por ser representado na exposição com capas de seus discos, decidiu realizar pocket show surpresa que encerrou o último dia da exposição. Foi representado na exposição por fotografias de Luiz Fernando Borges da Fonseca: uma da “Série do Pantanal”, de 1982-83, e outra da “Série da Figueira Branca”, de 1975. Em declaração contou ter ficado especialmente impactado com a coleção de capas do jornal homossexual “O lampião da esquina” (editado entre 1978 e 1981), expostas em mostra paralela no Parque Lage. No palco, acompanhado do violonista Zé Paulo Becker, mostrou um repertório que definiu como “superromântico”, com canções como “Olhos nos olhos”, “Nada por mim” e “Último desejo”, ao todo o show teve 7 canções. Ao final do show, o público emocionado se atirou na piscina. Os seguranças rapidamente pediram que saíssem da água.

Em 2019 estreou o show “Bloco na rua”, que foi a referência para seu próximo disco. Na ocasião, declarou em entrevista ao jornal O Globo, “primeiro penso num show, elaboro o roteiro, aí trabalho nas músicas no palco, elas crescem, maturam, e só então eu vou para o estúdio gravar. Depois de mais um ano, fazemos o DVD ao vivo”.

Os figurinos foram assinados por Lino Villaventura. O título do show foi uma referência à canção “Eu quero é botar meu bloco na rua”, de Sérgio Sampaio. “Bloco na rua” estreou no Vivo Rio, na cidade do Rio de Janeiro e teve a mesma banda base que o acompanhou em sua turnê anterior, “Atento aos sinais”. Canções como “Jardins da Babilônia” de Rita Lee, “O beco” dos Paralamas do Sucesso, “Álcool” do DJ Dolores, e “Já sei” de Itamar Assumpção, entre outras, estiveram presentes no repertório do show.

Em outubro de 2021 a Warner Music lançou a compilação de 16 faixas “Ney 80 anos”. O  projeto foi aprovado pelo próprio cantor e inclui canções que o artista gravou antes de entrar para o grupo Secos & Molhados, inéditas nas plataformas digitais, como “Tema de Maria” e “A Estrada Azul”. As duas fizeram parte da trilha do filme “Pra Quem Fica…Tchau” (1970), de Reginaldo Faria. Também estão presentes na coletânea sucessos como “Bandido Corazón” (Rita Lee), “Coubanakan” (Moises Simons/Chamfleury/Sauvat), “Não Existe Pecado ao Sul do Equador” (Chico Buarque e Ruy Guerra), “Rosa de Hiroxima” (Vinicius de Moraes, musicado por Gerson Conrad), entre outros.

Em maio de 2022 Ney Matogrosso fez show comemorando os três anos do Teatro Prudential, no prédio da antiga TV Manchete, no Rio de Janeiro, acompanhado pelo pianista Leandro Braga. No repertório, sucessos como “Poema”, “Fala” e “Rosa de Hiroshima”. Também em 2022, Ney trabalhou a sua turnê  “Bloco na rua”, que passou por cidades como São Paulo, Vitória, Recife, Porto Alegre e Brasília.

Em setembro de 2023, no dia 20, dividiu o palco com Marisa Monte no show beneficente “Primavera dos bichos”. Os dois cantaram juntos oito das 15 músicas do repertório do show, que aconteceu na casa Vivo Rio, no Rio de Janeiro(RJ). A renda foi revertida para a ONG Instituto Vida Livre, que cuida de animais silvestres vítima de acidentes ou maus tratos. A banda de apoio teve Leandro Braga no piano, Dadi Carvalho no violão. O repertório teve as músicas “Nada por mim” (Herbert Vianna e Paula Toller); “Rosa de Hiroshima” (Gerson Conrad sobre poema de Vinicius de Moraes), “Ela e eu” (Caetano Veloso),  “Amendoim torradinho” (Henrique Beltrão), “Da cor do pecado” (Bororó), “ Poema” (Roberto Frejat e Cazuza), “Sorte” (Celso Fonseca e Ronaldo Bastos), “ Sangue latino” (João Ricardo e Paulo Mendonça), “O leãozinho” (Caetano Veloso), “Fala” (João Ricardo e Luhli), “Balada do louco” (Arnaldo Baptista e Rita Lee),  “Beija eu” (Marisa Monte, Arto Lindsay e Arnaldo Antunes),  “Carinhoso” (Pixinguinha e Braguinha), “De noite na cama” (Caetano Veloso), “Na rua, na chuva, na fazenda…” (Hyldon). A partir de “Sangue latino”, Marisa Monte e Ney Matogrosso dividiram a interpretação de todas as músicas.

Em janeiro de 2024 foi o primeiro a gravar uma faixa do projeto “Cacaso 80 anos”. Ele cantou“Lambada de serpente”(Cacaso e Djavan), escolhida como o primeiro single. A faixa teve o piano, arranjo e direção musical de Alexandre Vianna, João Benjamin (baixo acústico) e Kabé Pinheiro (bateria e percussão). O trabalho foi idealizado por Renato Vieira.

 

Discografias
2016 Warner Music. “Anos 70”.
2013 Atento aos sinais (Ney Matogrosso) – Som Livre – CD
2013 Infernynho – Marilia Bessy convida Ney Matogrosso (Marilia Bessy e Ney Matogrosso) – Coleção Canal Brasil – CD, DVD
2011 Beijo Bandido (Ney Matogrosso) – EMI Music - DVD
2010 Biscoito Fino DVD Ensaio – Ney Matogrosso (Ney Matogrosso)
2009 EMI Beijo bandido (Ney Matogrosso)
2008 EMI CD Inclassificáveis (Ney Matogrosso)
2006 Universal CD Vagabundo - ao vivo (Ney Matogrosso)
2006 Universal Music DVD Vagabundo ao vivo (Ney Matogrosso e Pedro Luís & A Parede)
2005 Universal Music Canto em qualquer canto (Ney Matogrosso)
2004 Universal Music Vagabundo (Ney Matogrosso e Pedro Luís & A Parede)
2002 Universal Music CD Ney Matogrosso interpreta Cartola (Ney Matogrosso)
2001 Universal Music CD Batuque (Ney Matogrosso)
1999 PolyGram CD Olhos de farol (Ney Matogrosso)
1999 Universal CD Vivo (Ney Matogrosso)
1997 PolyGram CD O cair da tarde (Ney Matogrosso)
1996 PolyGram CD Um brasileiro (Ney Matogrosso)
1996 PolyGram CD Vinte e cinco (Ney Matogrosso) - coletânea
1994 Mercury/PolyGram CD Estava escrito (Ney Matogrosso)
1993 PolyGram CD As aparências enganam (Ney Matogrosso e Aquarela Carioca)
1990 Som Livre CD À flor da pele (Ney Matogrosso e Raphael Rabello)
1989 CBS CD Ney Matogrosso ao vivo (Ney Matogrosso)
1988 Kuarup A Floresta do Amazonas - Villa-Lobos (Ney Matogrosso, Wagner Tiso e João Carlos Assis Brasil)
1988 CBS LP Quem não vive tem medo da morte (Ney Matogrosso)
1987 CBS Pescador de pérolas (Ney Matogrosso)
1986 Barclay/PolyGram Bugre (Ney Matogrosso)
1984 Barclay Destino de aventureiro (Ney Matogrosso)
1983 Ariola LP Brazil Night - Ao vivo em Montreux (Ney Matogrosso, Alceu Valença, Milton Nascimento e Wagner Tiso)
1983 Barclay Pois é (Ney Matogrosso)
1982 Ariola Mato Grosso (Ney Matogrosso)
1981 Ariola Ney Matogrosso (Ney Matogrosso)
1980 WEA LP Sujeito estranho (Ney Matogrosso)
1979 Elektra/WEA Seu tipo (Ney Matogrosso)
1978 WEA Feitiço (Ney Matogrosso)
1977 Continental LP Pecado (Ney Matogrosso)
1976 Continental LP Bandido (Ney Matogrosso)
1975 Continental LP Ney Matogrosso (Ney Matogrosso)
1974 Continental Secos e Molhados (Secos e Molhados)
1973 Continental Secos e Molhados (Secos e Molhados)
1969 Continental CD Juntos (Ney Matogrosso e Secos & Molhados) - coletânea
Shows
2019 Circo Voador, Rio de Janeiro, RJ Bloco de Rua
2018 Parque Lage, Rio de Janeiro, RJ Pocket Show – Queermuseu
2018 Circo Voador, Rio de Janeiro, RJ Show Beneficente ao Instituto Vida Livre
2017 Theatro Municipal do Rio de Janeiro, RJ. 28º Prêmio da Música Brasileira
2013 Atento aos sinais - HSBC Brasil, São Paulo
2012 Beijo bandido – Miranda, Rio de Janeiro
2012 Infernynho. Ney Matogroso e Marília Bessy – Teatro Rival, Rio de Janeiro
2011 Beijo Bandido. Show de lançamento do DVD – Vivo Rio, Rio de Janeiro
2011 Ney Matogrosso. Beijo bandido. Circo Voador, Rio de Janeiro
2010 Canecão, Rio de Janeiro. Beijo bandido. Show de lançamento do disco.
2008 Canecão, Rio de Janeiro. Inclassificáveis.
2007 Citibank Hall, São Paulo. Inclassificáveis.
2005 Canecão, Rio de Janeiro. Vagabundo. Ney Matogrosso e Pedro Luís e a Parede.
2004 Ney Matogrosso, Pedro Luís e a Parede. Claro Hall, Rio de Janeiro.
2004 Canecão, Rio de Janeiro. Vagabundo. Ney Matogrosso e Pedro Luís e A Parede.
2001 ATL Hall. Rio de Janeiro. Batuque.
2000 Praia de Ipanema. Rio de Janeiro. Ney Matogrosso e Felipe Mukenga. Projeto Pão Music.
2000 Sesc Pompéia. São Paulo. Ney Matogrosso e Nó em Pingo D'água.
2000 Canecão. Rio de Janeiro. Vivo. Show de lançamento do disco.
1999 Canecão. Rio de Janeiro. Olhos de Farol.
1997 O cair da tarde. Ney Matogrosso, Leandro Braga e Uákti. Show de lançamento do disco.
1996 Metropolitan. Rio de Janeiro. Um brasileiro.
1994 Metropolitan. Rio de Janeiro. Estava Escrito.
1992 Canecão. Rio de Janeiro. As aparências enganam.
1990 Hotel Nacional. Rio de Janeiro. À flor da pele. Ney Matogrosso e Raphael Rabello.
1989 Hotel Nacional. Rio de Janeiro. Ney Matogrosso ao vivo.
1987 Teatro Carlos Gomes. Rio de Janeiro. Pescador de Pérolas.
1984 Lona do Circo Tihany. Rio de Janeiro e outras cidades. Destino de Aventureira.
1983 Noite Brasileira do Festival de Montreux (Suíça) Ney Matogrosso, Alceu Valença, Milton Nascimento e Wagner Tiso.
1982 Canecão. Rio de Janeiro. Matogrosso.
1981 Canecão. Rio de Janeiro. Homem com H.
1980 Teatro Carlos Gomes. Rio de Janeiro. Seu Tipo.
1978 Teatro Alaska. Rio de Janeiro. Feitiço.
1976 Teatro Ipanema, Rio de Janeiro. Bandido.
1975 Hotel Nacional. Rio de Janeiro. Homem de Nenderthal.
Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.

AMARAL, Euclides. O Guitarrista Victor Biglione & a MPB. Rio de Janeiro: Edições Baleia Azul, 2009. 2ª ed. Esteio Editora, 2011. 3ª ed. EAS Editora, 2014. 4ª ed. EAS Editora, 2020.

FUSCALDO, Chris. Discobiografia Mutante: Álbuns que revolucionaram a música brasileira. Rio de Janeiro: Editora Garota FM Books, 2018. 2ª ed. Idem, 2020.