Cantor. Compositor. Ritmista.
Nascido e criado no Morro de Mangueira.
Seu tio China (Florípes dos Santos) tocava surdo e foi um dos fundadores da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, sendo conhecido por “O Rei do Surdo” por seus malabarismos com as baquetas.
Aos 15 anos já desfilava na Ala dos Nobres, da Mangueira.
Irmão mais novo do compositor mangueirense Aylton João de Oliveira (também integrante da Ala de Compositores da Mangueira), com quem compôs os seus primeiros sambas aos 16 anos.
Em 1958 passou a integrar a Ala de Compositores da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, apadrinhado pelo compositor Padeirinho, sabatinado por uma comissão formada por Nelson Cavaquinho, Cartola, Zagaia, Marreta, Geraldo das Neves e Carlos Cachaça, entre outros.
Foi dono de um boteco no Morro da Mangueira.
Em 1991 parou de disputar samba-enredo na Estação Primeira de Mangueira, mas manteve a sua filiação à Ala de Compositores da escola.
Em 1958 compôs com o irmão Aylton o samba “Retorno da felicidade”, além do seu primeiro sucesso na Escola, “Sou bem feliz”, um “samba de terreiro”, pois na época não se falava “samba de quadra”, pois os espaços ainda não eram calçados ou acimentados.
Em 1964 disputou com o samba-enredo “História de um Preto Velho”.
No ano de 1970 foi o campeão na disputa interna da Mangueira, tendo o seu samba-enredo, “Um Cântico à Natureza”, defendido pela Escola, que conquistou o 3º Lugar no Desfile Oficial da Escolas de Samba do Rio de Rio de Janeiro, ainda Candelária. A gravação do samba no LP oficial das Escolas de Samba ficou por conta do irmão, o cantor Aylton João de Oliveira.
Em 1980 e 1989 a Mangueira desfilou com sambas-enredos de sua autoria.
No ano de 2008 lançou o CD “Mangueira que dá samba”, disco do qual se destacam o samba-enredo composto para a Mangueira na década de 1970, “Um Cântico à Natureza”, além de “Domingo em Mangueira”, considerado um de seus clássicos de repertório:
“Passei um domingo diferente / Tive no Buraco Quente / É gente pra lá e pra cá / Vi uma malandragem consciente / Um sambista sorridente / Batucando sem parar / De lá meti o pé fui ao Chalé / Dando uma de migué / Só pra ver como é que é / Foi lá que eu vi aquela criatura / Que beleza, que ternura / Moradora no Pendura / Passei pelo Cruzeiro / E como regra / Me benzi, subi a Pedra / Vi o Cristo Redentor / Maracanã, Corcovado, Pão de Açúcar / A Floresta da Tijuca / Êta Rio sedutor / De lá escorreguei / Fui pra outra área / Desci lá pra Candelária / Que beleza, que primor / Tomei uma no bar Ponto Certo / Rolava um pagode esperto / Com cabrochas de valor / Sambei com a Georgete / Com Arlete / Renilda, Simone e Odete / Até levantar poeira / Quando eu vi / Já era segunda-feira / Eu tomei a saideira / E me despedi de Mangueira.”