5.001
Nome Artístico
Newton Teixeira
Nome verdadeiro
Newton Carlos Teixeira
Data de nascimento
4/4/1916
Local de nascimento
Rio de Janeiro, RJ
Data de morte
7/3/1990
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Compositor. Cantor. Violonista.

Filho de Edgar Carlos Teixeira e Nisa Chaves Teixeira, nasceu no bairro do Irajá. Fez o curso primário no Colégio Barão de Macaúbas, seguido pelo curso secundário, que abandonou no 4º ano. Aos 10 anos de idade começou a estudar bandolim com Chico Neto e a aprender violão. Irmão do violonista e compositor Valzinho, antes de iniciar a carreira profissional acompanhou cantores de prestígio, como Francisco Alves, Sílvio Caldas, João Petra de Barros e o então iniciante Orlando Silva, de quem se tornou grande amigo. Foi sócio fundador da SBACEM, tendo trabalhado como secretário da entidade.

Dados artísticos

Compôs sua primeira música aos 20 anos de idade, “Tudo me fala do teu olhar”, em parceria com Cristóvão de Alencar, gravada por Sílvio Caldas. A segunda, “Ela disse adeus”, também com Cristóvão de Alencar, foi gravada por Francisco Alves em 1936. Em 1937, estreou na Rádio Guanabara, atuando também no regional da emissora, onde permaneceu por dois anos. Em 1938, teve duas composições gravadas por Orlando Silva na Victor, o samba-canção “Adeus”, com Cristóvão de Alencar e a valsa “Deusa do cassino”, com Torres Homem, que obteve muito sucesso. Em 1939, lançou pela Odeon seu primeiro disco, com acompanhamento do grupo Boêmios da Cidade, interpretando as marchas “Quando eu for bem velhinho”, de Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins e “Eu quero ver o teu fim”, de Osvaldo Santiago e Amaro Silva. Nesse ano, fez com Alvarenga e Ranchinho a valsa “Seresta” gravada pela dupla Alvarenga e Ranchinho na Odeon. Também nesse ano, conheceu talvez o seu maior sucesso, a valsa “Deusa da minha rua”, com letra de Jorge Faraj e lançada por Sílvio Caldas na Victor. Nessa época, transferiu-se para a Tupi, onde cantou até 1943.

Para o canaval de 1940, compôs a marcha-rancho “Malmequer”, que concorreu ao prêmio de melhor marcha do ano. A composição encontrou como forte adversária a “Dama das camélias”, também marcha-rancho, de João de Barro e Alcir Pires Vermelho. O concurso, realizado no estádio do América, contou na comissão julgadora com os jornalistas Eduardo Brown e Caribé, além de figuras ilustres como Pixinguinha, Luís Peixoto e Villa-Lobos. Apesar de receber o voto de Pixinguinha, a marcha ficou em terceiro lugar. Também nesse ano, compôs com Cristovão de Alencar o “Samba serenata” gravado por Gilberto Alves e a marcha “Vamos cantar”, gravado por Orlando Silva. Com Torres Homem fez a valsa “Arco-íris” lançado na Victor por Carlos Galhardo e a canção “Passou-se o tempo” gravada por Vicente Celestino. Gravou seu segundo disco e o primeiro com composições de sua autoria, os sambas “Vinte e cinco anos”, com Cristóvão de Alencar e “Você não tem palavra”, com Ataulfo Alves. No ano seguinte, teve os sambas “Nosso juramento” e “Meu samba pra você”, parcerias com Cristóvão de Alencar gravados por Dircinha Batista e a valsa “Bonequinha de veludo”, com Aquiles Alves lançada na Victor por João Petra de Barros. Nesse ano, lançou seu terceiro disco, gravado no ao anterior com as valsas “Onde está a primavera?”, parceria com Jorge Faraj e “A lenda do pastor”, de Nássara e David Nasser. Em 1942, fez com Mário Lago o fox “Mais um minuto apenas” e com Ari Monteiro a valsa “Saudade do teu beijo” gravadas na Victor por João Petra de Barros. Para o carnaval desse ano, lançou a marcha “Tempo de criança”, de sua autoria e o samba “Não quero opinião de mulher”, parceria com Ataulfo Alves.

Em 1943, foi para a Columbia e gravou o samba “Onde está meu pensamento”, de Jorge Faraj e Antônio Almeida e o fox-trot “Não troquemos de mal”, de R. Brito e Jorge Faraj. Devido a uma operação de garganta, ficou por seis anos sem cantar. Duas de suas parcerias com Cristóvão de Alencar foram gravadas na Odeon em 1945, a marcha “Três dias é pouco”, por Orlando Silva e o samba “Quando o rei Momo me chamar”, por Aracy de Almeida.

No ano seguinte, fez a primeira composição em parceria com Wilson Batista, a marcha “Argentina” gravada por Orlando Silva. Seu samba “Ela deve saber”, parceria com Mário Rossi foi gravado em 1947 pelos Anjos do Inferno na RCA Victor.

Em 1949, fez as primeiras composições em parceria com David Nasser, os sambas-canção “Até o amargo fim” e “Estranho” lançados por Aracy de Almeida. Teve o samba “Quando te encontrei” gravado por Francisco Alves e foi para a Rádio Jornal do Brasil, onde permaneceu por três anos. Voltou a cantar em 1950 quando gravou na Continental os sambas “Quinhentos e seis”, com Fonseca Filho e “Micróbio do samba”, de sua autoria. No ano seguinte gravou os sambas Inveja”, com David Nasser e “Naquela tarde”, composição sua.

Foi gravado duas vezes por Isaura Garcia em 1952, com os sambas “O morro silenciou”, com Blecaute e “Se você voltar”, com José Roy. Nesse ano, gravou com o Trio Madrigal o baião “Caso de amor”, de sua autoria e, Lúcio Alves gravou na Continental o samba “Até o amargo fim”, com David Nasser. Gravou no ano seguinte o baião “Corpo de mulher”, com Mário Rossi e o samba “Marília”, de Milson Rodrigues, José Lopes e Valdir Gonçalves. Transferiu-se para a Rádio Nacional, na qual esteve até 1955, quando abandonou o rádio, participando apenas de apresentações especiais. Em 1954, Isaura Garcia gravou dele e Blecaute a toada “Que bom seria”. Nesse ano, gravou o samba-canção “Reflexo”, de Geneci Azevedo, Guio Medina e Alfredo ribeiro e o beguine “Cocktail para dois”, de Jonhston e Coslow, em versão de Haroldo Barbosa.Gravou em 1955, sua obra principal, a valsa “A deusa da minha”, com Jorge Faraj.

Teve duas de suas parcerias com Blecaute gravadas pelo mesmo em 1960, o samba “Balançou, balançou” e a marcha “A colombina e o tamborim”. Nesse ano, prestou com David Nasser uma homenagem à cidade do Rio de Janeiro com o samba “Eterna capital” gravado na Copacabana por João Dias. Após cinco anos sem gravar, lançou pelo selo Califórnia as marchas-rancho “Amor ilusão”, parceria com Henrique de Almeida e Max Bulhões e “Carnaval de antigamente”, de Henrique de Almeida, Nilo Silva e Rômulo Paes. Logo em seguida, gravou pelo selo Cisne Real os sambas “Parada do amor”, com Carvalhinho e “Chorei demais”, com Jorge Gonçalves.

Voltou a cantar em 1964, em um compacto duplo intitulado “A volta do seresteiro”, lançado pela Chantecler. Em 1969, alcançou um novo sucesso com a marcha-rancho “Avenida iluminada”, parceria com Brasinha que, defendida por Zé Kéti, tirou o segundo lugar em concurso promovido pela Secretaria de Turismo, MIS e TV Tupi, realizado no Rio de Janeiro, por ocasião do carnaval, quando foi julgado por um júri de notáveis do Conselho Superior de MPB do MIS.

Discografias
[S/D] Cisne Real 78 Parada do amor/Chorei demais
1960 Califórnia 78 Amor ilusão/Carnaval de antigamente
1956 Columbia 78 Professora suburbana/Não sei porquê
1955 Columbia 78 A deusa da minha rua/Só não posso
1954 Columbia 78 Reflexo/Cocktail para dois
1953 Continental 78 Corpo de mulher/Marília
1952 Continental 78 Meu confidente/Caso de amor
1951 Continental 78 Inveja/Naquela tarde
1951 Continental 78 Quinhentos e seis/Micróbio do samba
1945 Continental 78 Revelação/Chorei
1943 Continental 78 Marta/O sonho de Manon
1943 Columbia 78 Onde está meu pensamento/Não troquemos de mal
1943 Continental 78 Onde está o meu pensamento/Não troquemos de mal
1942 Odeon 78 Aquela casa discreta/Nós dois a sonhar
1942 Odeon 78 Querida/Só me falta uma mulher
1941 Odeon 78 N-a-o-til não/Se tudo fosse meu
1941 Odeon 78 Nunca/Céu de amor
1941 11.984 78 Onde estás primavera?/A lenda do pastor
1941 Odeon 78 Tempo de criança/Não quero opinião de mulher
1940 Odeon 78 Vinte e cinco anos/Você não tem palavra
1939 Odeon 78 Quando eu for bem velhinho/Eu quero ver o teu fim
Obras
A colombina e o tamborim (c/ Blecaute)
Adeus (c/ Cristóvão de Alencar)
Alucinação - com Djalma Macieira Nascimento
Amar Não É Pecado - com Sebastião Gomes
Amor ilusão (c/ Henrique de Almeida e Max Bulhões)
Aquela Dama de Preto - com Mário Rossi
Aquela casa discreta (c/ Jorge Faraj)
Argentina (c/ Wilson Batista)
Até o amargo fim (c/ David Nasser)
Avenida iluminada Lágrimas de um coração (c/ Brasinha)
Balançou, balançou (c/ Blecaute)
Bonequinha de veludo (c/ Aquiles Alves)
Caso de amor
Chorei (c/ Mário Rossi)
Chorei demais (c/ Carvalhinho)
Como é que ficou o céu (c/ Mário Lago)
Corpo de mulher (c/ Mário Rossi)
Destino cruel (c/ Luiz Bittencourt)
Deusa da minha rua (c/ Jorge Faraj)
Deusa do cassino (c/ Torres Homem)
Ela deve saber (c/ Mário rossi)
Enquanto a cidade adormece
Estranho (c/ David Nasser)
Eterna capital (c/ David Nasser)
Herança (c/ Brasinha)
Indiferença (c/ David Nasser)
Inveja (c/ David Nasser)
Jardim Botânico (c/ Ari Monteiro)
Mais um minuto apenas (c/ Mário Lago)
Malmequer (c/ Cristóvão de Alencar)
Meu confidente (c/ Adaila Barbosa)
Meu samba pra você (c/ Cristóvão de Alencar)
Meus olhos (c/ Ari Monteiro)
Micróbio do samba
Mulher de luxo (c/ Edelir Gameiro)
Naquela tarde
Ninguém há de saber (c/ Vasco Gomes)
Noite de natal (c/ Murilo Alvarenga)
Nosso juramento (c/ Cristóvão de Alencar)
Não (c/ Cristóvão de Alencar)
Não quero opinião de mulher (c/ Ataulfo Alves)
O morro silenciou (c/ Blecaute)
Onde estás primavera? (c/ Jorge Faraj)
Parada do amor (c/ Jorge Gonçalves)
Passou-se o tempo (c/ Torres Homem)
Professora suburbana (c/ Jorge Faraj)
Quando esta canção chegar ao teu ouvido (c/ Cristóvão de Alencar)
Quando o rei Momo me chamar (c/ Cristóvão de Alencar)
Quando te encontrei
Que bom seria (c/ Blecaute)
Quer tomar alguma coisa? (c/ Cristóvão de Alencar)
Quinhentos e seis (c/ Fonseca Filho)
Revelação: c/ Mário Rossi
Samba serenata (c/ Cristóvão de Alencar)
Saudade do teu beijo (c/ Ari Monteiro)
Se você voltar (c/ José Roy)
Sempre você (c/ Cristóvão de Alencar)
Seresta (c/ Alvarenga e Ranchinho)
Só não posso (c/ J. Audi)
Tempo de criança
Três dias é pouco (c/ Cristóvão de Alencar)
Vai dormir, criança (c/ Ciro de Souza)
Vamos cantar (c/ Cristóvão de Alencar)
Você e seu novo amor (c/ Mário Morais)
Você não tem palavra (c/ Ataulfo Alves)
Voltaste
tinha oito obras
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.