0.000
Nome Artístico
Napoleão Tavares
Nome verdadeiro
Napoleão Tavares
Data de nascimento
23/7/1892
Local de nascimento
Ubá, MG
Data de morte
22/4/1965
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Regente. Trompetista. Compositor. Arranjador.

Transferiu-se para o Rio de Janeiro no início da década de 1910.

Dados artísticos

Iniciou sua carreira como trompetista, na capital do país. Em 1912, gravou um solo na valsa “Marta”, de Elias Amaral, juntamente com a Banda Faulhaber. Integrou a orquestra do violonista Cícero Meneses, em apresentações na ante-sala do Cine Avenida. Nessa época, gravou na Favorit Revord a valsa “Marta”, de autor esconhecido. Em fins dos anos 1920, formou a orquestra Colbáz (grupo de estúdio da gravadora Colúmbia), que reuniu importantes instrumentistas da época como Gaó, Zé Carioca e Jonas Aragão, entre outros. Nessa época, com outra orquestra, a Apolo Jazz, formada por ele em 1918, excursionou pela Bahia, tendo como pianista Ary Barroso, seu conterrâneo. Gravou, em 1930, o choro “Peri”, de Jonas Aragão, em solo de trompete. Nesse ano, teve duas composições suas gravadas pela Columbia Brasil Orquestra, os choros “Recordando-te” e “Laís”. No mesmo ano, fez com Jaime Redondo a valsa “Meu amor é só teu” gravada na Columbia pelo próprio Jaime Redondo. Homenageou nesse mesmo ano o cantor paulista Paraguasse com a embolada “Paraguassu se diverte” gravada por Paraguassu, que lançou também a embolada “Miss Brasil do coração”, parceria com Arsênio Palácios.
Compôs com João Castilho no ano seguinte o samba “Cabrocha dengosa” gravada por Leonel Faria na Columbia.  Gravou várias músicas com a Orquestra Colbáz, pela Columbia, entre elas: “Amo-te”, de Sílvio Perazzini; “Não estrila”, choro de Atílio Grany; “Rapaziada do Bom Retiro”, de G. Negrini; além de “Tico-tico no fubá”,  “Branca” e “Os pintinhos no terreiro”, de Zequinha de Abreu, também em 1931. Ainda em 1931, participou com sua orquestra do filme musical “Coisas nossas” dirigido por Wallace Downey. Em 1935, o maestro era diretor de orquestras da Rádio Mayrink Veiga, onde o locutor César Ladeira passou a chamar seu grupo de “Napoleão Tavares e seus Soldados Musicais”. Acompanhou o cantor Sílvio Caldas na gravação do grande sucesso de 1937 “As pastorinhas”, marcha de Noel Rosa e João de Barro, e também, do samba Choro por teu amor”, de Castro Barbosa e Kid Pepe, e das marchas  “Seu Gaspar”, de Hervé Cordovil e “Ratoeira”, de André Filho e Alberto Ribeiro. Sua orquestra alcançou grande sucesso nas décadas de 1930 e 1940. Atuou vários anos na Rádio Clube do Brasil. Em 1939, acompanhou com seus soldados musicais a gravação das marchas “Pirolito” e “Havaiana”, de João de Barro e Alberto Ribeiro, e do hino “Alegria o nosso Brasil (hino do carnaval)”, de Heitor dos Prazeres, lançadas por Nilton Paz. Nesse ano, acompanhou também a gravação do sucesso carnavalesco “Eu não te dou a chupeta”, marcha de Silvino Neto e Plínio Bretas, lançada pelas Irmãs Pagâs. Fez também acompanhamento para gravações de Barbosa Júnior, Arnaldo Amaral, Castro Barbosa, Gilberto Silva, Emilinha Borba e André Filho.
Em 1941, gravou com sua orquestra com os vocais do Quarteto e Bronze e Mário Petra de Barros os sambas “Nega, meu bem” e “Sapateia morena”, de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira. Em 1943, acompanhou com sua orquestra a gravação da marcha “Os homens do lar!” e do samba “Só me falta dinheiro”, ambas de Roberto Roberti e Pedro Camargo, feitas por Joel e Gaúcho na Odeon. No ano seguinte, ingressou na gravadora Continental e estreou acompanhando Dircinha Batista na gravação dos sambas “Meu amor onde é que está”, de Vicente Paiva e Luiz Peixoto, e “Convite da Bahia”, de J. Portela e Moacir Bernardino. Nesse ano, acompanhou gravações de Rosina Pagã, Manoel Reis, Déo e Nelson Novaes. Voltou a acompanhar Dircinha Batista em 1945, na gravação dos sambas “Eu quero é sambar” , de Afonso Teixeira e Alberto Ribeiro, e “Calendário” e “Não tens a lua”, de Vicente Paiva e Chianca de Garcia, e da dança brasileira “Tumba-tumba”, de Peterpan e Afonso Teixeira. Ainda nesse ano, acompanhou Emilinha Borba, Déo, João Petra de Barros e Castro Barbosa.
Em 1946, acompanhou Janet de Almeida, irmão de Joel de Ameida na gravação da marcha “Iaiá não vai”, de João de Barro, Dunga e Mário Rossi, e da batucada “Quem sabe da minha vida”, de Dunga, e Sílvio Caldas nas gravações das marchas “Anda Luzia!”, de João e Barro, “Tire a camisa”, de Antônio Almeida, “Companheira de quem ama”, de Antônio Almeida e Alberto Ribeiro, e “O teu olhar”, de Antônio Almeida e Sílvio Caldas. Em 1952, acompanhou com sua orquestra a gravação das marchas “Senhor Cabral”, de Pedro Caetano e Cláudio Sandoval, “Saudade da Aurora”, de Antônio Almeida, Jorge Faraj e Arlindo Marques Jr, e “Aves de arribação”, de Norival Reis e Alberto Rego, pela dupla Joel e Gaúcho na Todamérica.  
Como regente e trompetista, acompanhou Sílvio Caldas em várias  gravações. Atuou até o início da década de 1950.

Discografias
1941 RCA Victor 78 Nega, meu bem/Sapateia morena
1931 Columbia 78 Amo-te
1931 Columbia 78 Rapaziada do Bom Retiro/Não estrila
1930 Columbia 78 Peri
1912 Favorite Record 78 Marta
Obras
Cabrocha dengosa (c/ João Castilho)
Laís
Meu amor é só teu (c/ Jaime Redondo)
Miss Brasil do coração (c/ Arsênio Palácios)
Paraguassu se diverte
Recordando-te
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

VASCONCELOS, Ari. Panorama da música popular brasileira – volume 2. Rio de Janeiro: Martins, 1965.