
Cantor. Compositor. Humorista.
Foi criado no Morro da Cachoeirinha, em Lins de Vasconcelos, zona norte do Rio de Janeiro.
Estudou durante nove anos no colégio interno Fundação Abrigo Cristo Redentor, de onde saiu com o diploma de ajustador mecânico. Trabalhou como mecânico por quase três anos e se alistou na Força Aérea Brasileira, onde ficou por por oito anos.
Teve como paixão a escola de samba Estação Primeira de Mangueira, na qual desfilava todos os anos como diretor de harmonia da Ala da Baianas. Daí veio o apelido Mumu da Mangueira.
Morreu aos 53 anos de idade, após uma cirurgia de transplante de coração e foi sepultado em São Paulo.
Uma rua do bairro Campo Lindo, em São Paulo, recebeu o nome de Comediante Mussum, em sua homenagem. O Largo do Anil em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, teve o nome mudado pelo prefeito Eduardo Paes para Largo Mussum.
A frase “só no forevis”, que criou, foi nome de álbum lançado pela banda Raimundos em 1999.
Em 2022 foi lançado o longa-metragem “Mussum, o filmis”, com direção de Silvio Guindane e roteiro de Paulo Cursino, baseado no livro “Mussum forévis: Samba, mé e Trapalhões” (Editora Leya, 2014), de Juliano Barreto. No filme, Mussum foi representado pelos atores Tawan Lucas, na infância; Yuri Marçal, na adolescência; e Ailton Graça, na fase adulta.
No ano de 1960 formou o grupo carioca Os Sete Morenos, que passou a se chamar Os Originais do Samba, em 1961. Com o grupo gravou onze discos pelo selo RCA Victor “Os Originais do Samba” (1969), “Os Originais do Samba Vol. 2” (1969), “Samba é de lei” (1970), “Originais do samba exportação” (1971), “O samba é a corda, Os Originais a caçamba” (1972), “É preciso cantar” (1973), “Pra que tristeza” (1974), “Alegria de sambar” (1975), “Em verso e Prosa” (1976), “Os bons sambistas vão voltar” (1977). “Aniversário do Tarzan” (1978), “Clima Total” (1979). Foi o primeiro conjunto de samba a se apresentar no Teatro Olympia em Paria (França).
Em 1965 estreou como humorista no programa Bairro Feliz, da TV Globo. Foi nos bastidores que Grande Otelo lhe deu o apelido de Mussum, peixe escorregadio e liso, difícil de pegar.
Participou, com Os Originais do Samba, de show realizado no Teatro Bela Vista, em São Paulo, ao lado de Baden Powell e Márcia. O registro do show foi lançado em LP pelo selo Philips em 1968.
Como humorista, integrou o grupo Os Trapalhões, ao lado de Renato Aragão, Dedé Santana e Zacarias. Devido a quantidade de compromissos que assumiu com o grande sucesso do grupo, deixou Os Originais do Samba. Atuou em 27 filmes com o grupo.
Tornou-se nos anos de 1970 e 1980 um dos poucos artistas negros mais populares na TV.
Em 1978 lançou seu primeiro disco solo “Água benta”, que incluiu as músicas autorais “Foi melhor assim” (c/ Neoci e Dedé da Portela) e “É ouro só” (c/ Almir), e também “Artigo esgotado” (Luiz Carlos da Vila), “Malandro quilombola” (Ari do cavaco), “Nego Juca” (Arlindo Cruz e Zeca Pagodinho), “Chiclete de hortelã” (Zeca Pagodinho), entre outras.
Em 1980 e 1983 lançou, pelo selo RCA Victor, dois LPs intitulados “Mussum”. Também pelo selo RCA Victor lançou em 1981 um single e um compacto, e em 1982 um single com as músicas “O amigo da criança (Melô do piniquinho)” (Mussum e Silvio da Parada) e “Camisa 10” (Hélio Matheus e Luis Vagner).
Em 1983 lançou, pelo selo EMI-Odeon, um compacto simples com Dedé Santana e Zacarias, que inclui as faixas “Todo mundo deve ser mais criança” (Renato Corrêa e Cláudio Rabello) e “Vamos a luta” (Mussum, Neoci, Adilson Victor e Jorge Aragão).
Em 1987 lançou, pelo selo Continental, o LP “Mussum”, com as músicas autorais “Because Forever” (c/ João Nogueira) e “Madureira, Vaz Lobo e Irajá” (c/ Jorge Aragão e Neoci).
Em 2014 foi lançada a biografia “Mussum forévis – Samba, mé e Trapalhões”, escrita pelo jornalista Juliano Barreto, pela editora Leya. Em 2019, teve sua vida e trajetória artística contadas no documentário “Mussum, Um Filme do Cacildis”, de Susanna Lira, com narração de Lázaro Ramos e trilha sonora original do músico Pretinho da Serrinha. No filme foram narradas histórias pessoais do artista, “como a paternidade e sua relação com a mãe, Dona Malvina, contando como ele transitou em várias artes e se tornou um ícone pop”.
BARRETO, Juliano. Mussum forévis – Samba, mé e Trapalhões. Rio de Janeiro, Leya, 2014