
Maestro. Pianista. Arranjador. Aprendeu música com o pai., o coronel João Batista de Souza Brandão, que o ensinou as primeiras noções de música, quando ele tinha apenas 4 anos de idade. Aos seis anos foi morar com a família na cidade de Fortaleza, onde fez seus estudos até formar-se em Odontologia. Começou a tocar piano profissionalmente aos 14 anos, apresentando-se no Educandário Santa Maria e no Colégio Santa Cecília. Em 1954, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde cursou o Conservatório Nacional de Canto Orfeônico dirigido pelo maestro Heitor Villa-Lobos. Foi um dos sócios fundadores da SOCIMPRO. Recebeu da Câmara dos vereadores de Fortaleza o título de “Cidadão de Fortaleza”.
Iniciou a carreira artística na Rádio Clube do Ceará no período da Segunda Guerra Mundial como regente de orquestra e pianista. Trabalhou como orquestrador nas Rádios Tupi, Mayrink Veiga e Nacional. Atuou também nas TVs Tupi, Excelsior e TV Rio, além da TV Globo para a qual foi contratado no ano da fundação da emissora em 1965. Fez parte da primeira equipe de orquestradores da emissora ao lado dos maestros Lírio Panicalli e Radamés Gnatalli, entre outros. Foi durante muitos anos considerado o melhor maestro do ano. Atuou com grande destaque no quadro “Quando os Maestros se encontram”, no Programa Televisivo de Flávio Cavalcante, reedição de programa de grande sucesso na Rádio Nacional. Entre os grandes nomes da música popular brasileira que cantaram acompanhados por sua orquestra estão, entre outros, Ângela Maria, Elza Soares, Linda e Dircinha Batista, Dolores Duran, Cauby Peixoto, Lúcio Alves, Leny Everson, Nelson Gonçalves, Jamelão, Carlos Galhardo, Carmem Silva, Carmélia Alves, Ivon Cury, Nora Ney, Jorge Goulart, Carlos Augusto, Gilberto Milfont, Trio Nagô e Roberto Carlos. Atuou como orquestrador e regente nas gravadoras Odeon, RCA Victor, Continental, Copacabana, Columbia, Philips e Polygram, entre outras. Compôs, fez arranjos e regeu as gravações de músicas para historietas infantis, que foram lançadas no Brasil e em outros países como França, Itália, Portugal, Espanha e Colômbia. Na música popular, compôs sambas, frevos, marchas e maracatus, entre outros ritmos. Na música erudita destacou-se com a “Rapsódia brasileira”, um poema sinfônico para orquestra e piano, e “O Nordeste”. Foi arranjador da trilha sonora do filme “O caipora”. Também orquestrou e arranjou, além de ser o pianista, da opereta “A valsa proibida”, de Paurilo Barroso, lançada com sucesso no Ceará e no Rio de Janeiro com as participações dos cantores Ayla Maria e Raimundo Arraes. Em 1954, na gravadora Continental, acompanhou com sua orquestra a cantora Dilu Melo na gravação do samba-beguine “Sans souci”, de Dilu Melo, e do baião “Os dez mandamentos do sanfoneiro”, de J. Portela e Dilu Melo. Em 1955, retornou à Fortaleza para trabalhar na Ceará Rádio Club, sendo de lá transferido no mesmo ano para a Rádio e Televisão Tupi, pois todos faziam parte das Emissoras Associadas de Assis Chateaubriand. Entre os programas que teve sob sua responsabilidade na TV Tupi estava “Festival de vozes” no qual, grande orquestra e coro misto de 25 vozes, “empolgava o público telespectador da Cidade Maravilhosa e do Estado do Rio”, conforme escreveu o jornalista Elmo Barros na contra capa do LP “Regála-me esta noite”.
Em 1960, lançou pela RCA Victor o LP “Regalame esta noche – Mozart Brandão e Sua Orquestra”, disco no qual foram interpretadas as músicas “Regalame esta noche”, de Roberto Cantoral, “Andalucia”, de Ernesto Lecuona, “O vagabundo”, de Victor Simon, “Espere um pouco mais”, de Waldir Machado, “Cest ça lamore”, de Jean Broussolle e Pino Massara, “Donde estará mi vida”, de Segovia, Naranjo e Roman, “La violetera”, de José Padilla e Eduardo Montesinos, “At last”, de Mack Gordon e Harry Warren, “Alguém me disse”, de Evaldo Gouveia e Jair Amorim, “Romântica”, de Renato Pascal e Dino Verde, “Arrivederci”, de Umberto Bindi e G. Calabrese, e “Noites de Moscou”, de I. Dunayevsky. Nesse ano, acompanhou com sua orquestra o músico Jacob do Bandolim na gravação do LP “Valsas brasileiras de antigamente” da RCA Victor. Em 1961, sua adaptação para a valsa “Saudades de Ouro Preto” foi gravada pela pianista Tia Amélia no LP “Recordações de Tia Amélia” da RCA Victor. Em 1965, lançou pela Entré/CBS o LP “Dançando – Mozart e Sua Orquestra”, que incluiu as músicas “Io che amo solo te”, de Endrigo, “Just for tonight”, de J. Mercer e H. Carmichael, “I left my heart in San Francisco”, de D. Cross e G. Cory, “Hello Dolly”, de H. Beau e J. Herman, “Samba de verão”, de Marcos Valle e Paulo Sergio Valle, “Samba do avião”, de Tom Jobim, “Tu mi delirio”, de C. Portillo de La Luz, “Breakfast at Tiffanys”, de Henry Mancini, “Charade”, de Henry Mancini e J. Mercer, “Moon river”, de Henry Mancini e J. Mercer, “Você passou”, de Nazareno de Brito e Alcyr Pires Vermelho, e “Rio assim”, de Othon Russo e Niquinho. Nesse ano, seu samba-canção “Se voltares a mim” foi gravado por Nelson Gonçalves no LP “Saudade”, da RCA Victor. Em 1967, fez os arranjos earegência para o LP “Inspiração” lançado pelo cantor Cyro Aguiar pela Continental. Manteve-se em atividade até os 85 anos.