5.001
Nome Artístico
Moraes Neto
Nome verdadeiro
Feliciano Constantino de Moraes Neto
Data de nascimento
23/3/1918
Local de nascimento
Machado, MG
Dados biográficos

Cantor.

Proveniente de uma família de músicos, seu avô, Feliciano Constantino de Moraes, era maestro, condecorado pelo imperador d. Pedro II, no Rio de Janeiro, cidade onde atuava . A mãe, Augusta de Moraes Anoni, tocava piano e acompanhava os artistas que aportavam para se apresentar no Teatro de Machado. O pai era comerciante. Em 1946, casou-se com Maria Fraga Moraes Neto, funcionária da embaixada brasileira, com quem teve um filho. Com a transferência da esposa para servir em Buenos Aires, o casal lá permaneceu entre 1975 e 1982.

Dados artísticos

Em 1936, aos 18 anos de idade, foi para Belo Horizonte a convite de Israel Pinheiro, tendo sido aprovado em teste que lhe possibilitou atuar na Rádio Inconfidência, vínculo que manteve por três anos. Em seguida, convidado a apresentar-se na Ceará Rádio Clube (PRF-9) de Fortaleza, manteve-se na cidade durante todo o ano de 1940. No ano seguinte, ingressou na Tupi, do Rio de Janeiro, onde se firmou, conquistando a admiração de Ary Barroso, que o chamava de Boi, por “não saber a força que tinha” como cantor. Ary preparou então duas músicas para seu disco de estréia: a marcha “Chula-ô” e o samba “Isto aqui o que é” , numa gravação com orquestra comandada pelo maestro Fon-Fon, ambas para o carnaval de 1942.

Gravou oito discos na Odeon, caracterizando-se sempre pelo bom gosto na escolha de seu repertório. Ainda em 1942, participou do famoso filme “Tudo é verdade” (Its All True), de Orson Welles. Cantou nos estúdios da Cinédia três músicas: “Carinhoso” (com Odete Amaral no contracanto), “Alô, alô, América” e “Escravos de Jó”, substituindo Francisco Alves. No mesmo ano, gravou o samba “Brasil novo”, de Saint Clair Sena e Alcyr Pires Vermelho e a valsa “Alma dos violinos”, de Lamartine Babo e Alcyr Pires Vermelho. Na mesma época, engajado no esforço de guerra gravou o dobrado “Pelo Brasil! Pela vitória”, de Humberto Teixeira e Caio Lemos. Em 1943, gravou acompanhado ao acordeom por Antenógenes Silva a canção “Luar do sertão”, de Catulo da Paixão Cearense e João Pernambuco. No mesmo ano, voltou a gravar duas músicas de Ary Barroso, a marcha “Quem cabras não tem…” e o samba “Madrugada”. No mesmo ano, gravou de Lupicínio Rodrigues, a quem conheceu em Porto Alegre e de quem se tornou amigo, o samba “Eu é que não presto”. Em 1944, gravou as primeiras composições de Jair Amorim em parceria com José Maria de Abreu, a valsa “Adeus, amor” e o fox-canção “Bisarei esta canção”. Em 1945, gravou a valsa “Sonhando”, de Joyce, com versão de Paulo Roberto e o fox “Hei de encontrar-te algum dia”, de Steiner e Washington, com versão de Mário Mendes.

Em 1949, passou a atuar na Rádio Nacional, regressando posteriormente à Tupi. Transferiu-se para a Argentina, onde atuou em várias rádios e casas noturnas, sempre acompanhado pelo violonista Paulinho de Pinho. Ao regressar, fixou-se em Curitiba, onde continuou cantando. Em 2000, a EMI/Copacabana relançou sua gravação de “Isto aqui é que é”, no CD “Cantores do rádio volume 1”.

Discografias
1945 Odeon 78 Sonhando/Hei de encontrar-te algum dia
1944 Odeon 78 Adeus, amor/Bisarei esta canção
1943 Odeon 78 Eu é que não presto/Quando a saudade vier
1943 Odeon 78 Luar do sertão
1943 Odeon 78 Quem cabras não tem.../Madrugada
1942 Odeon 78 Brasil novo/Alma dos violinos
1942 Odeon 78 Chula- ô/Isto aqui é que é
1942 Odeon 78 Pelo Brasil pela vitória/Canção do estudante
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.