5.001
Nome Artístico
Miguel Gustavo
Nome verdadeiro
Miguel Gustavo Werneck de Sousa Martins
Data de nascimento
24/3/1922
Local de nascimento
Rio de Janeiro, RJ
Data de morte
22/1/1972
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Compositor. Jornalista. Radialista. Poeta.

Nascido e criado no Rio de Janeiro, morou em vários subúrbios da cidade: Sampaio, Osvaldo Cruz, Caxambi e no sopé do morro da Mangueira. Largou os estudos com 19 anos para ser discotecário na Rádio Vera Cruz. Trabalhou também como radialista, criando inclusive um programa em versos chamado “As mais belas páginas”. Foi casado muitos anos com a radialista e depois vereadora Sagramor.

Dados artísticos

Destacou-se como compositor de jingles, apesar de ter também feito sucessos como compositor de sambas e marchas. O seu jingle mais famoso é “Pra frente, Brasil”, de 1970, que se tornou hino do tricampeonato mundial no México, quando o Brasil conquistou definitivamente a Copa Jules Rimet. Os versos “Noventa milhões em ação, pra frente Brasil, do meu coração…” e a melodia tornaram-se símbolo da seleção canarinho, encobrindo a intenção governista do slogan ufanista utilizado pela ditadura militar na época (“Pra frente Brasil”). O curioso é que o jingle foi composto para uma cervejaria patrocinadora das transmissões dos jogos pela televisão, mas acabou superando sua intenção inicial. Começou compondo jingles em 1950, dentre os quais o das Casas da Banha, que criou fama e causou polêmica por utilizar um trecho da melodia “Jesus alegria dos homens” de J. S. Bach. Em 1952, compôs “Vovózinha”, uma valsa em parceria com Edmundo Souto e Juanita Castilho. Com “Café soçaite”, de 1955, alcançou seu primeiro sucesso. O samba foi gravado por Jorge Veiga na Copacabana e ironizava o colunismo social carioca dos anos 1950. Em 1956, Jorge Veiga lançou o LP “Boate Tralalá”, com a música título puxando outras, também de sua autoria. No ano seguintes, aproveitando o sucesso de “Café soçaite”, compôs a marcha “O que é café soçaite”. Em 1958, compôs “Fanzoca de rádio”, marcha gravada por Carequinha na Copacabana, que tornou-se a marchinha mais popular daquele ano. Em 1959, destacou-se com “E daí”, um samba gravado por Elizeth Cardoso na Copacabana. Em 1961, lançou o “chá chá chá” “Brigitte Bardot”, gravado por Luiz Vanderley pela RCA Vitor. Em 1963, Moreira da Silva lançou pela Odeon, “O último dos moicanos”. Na década de 1960, compôs alguns sambas “de breque”, que se popularizaram na voz de Moreira da Silva, fazendo o veterano cantor voltar ao sucesso. O mais famoso é “O rei do gatilho”. Compôs jingles para a campanha de Juscelino Kubitschek, de José Sarney e de João Goulart, entre outros. Autor do jingle “Plante que o governo garante”, em 1970. Antes de falecer, deixou gravada uma fita com canções de natal (“Feliz natal” e “Natal do ano 2000”). Em 1974, a gravadora Odeon lançou uma coletânea de sambas gravados por Moreira da Silva, dentre os quais muitos de sua autoria: “O rei do gatilho”, “O último dos moicanos” e “Conto de pintor”.

Obras
Achados e perdidos
Boate Tralalá
Brigitte Bardot
Café soçaite
Conto de pintor
E daí, samba
Fanzoca de rádio
Ibrahim piu-piu
O rei do gatilho
O último dos moicanos
Pra frente, Brasil
É sempre o papai
Bibliografia Crítica

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.