Miguel Cidras

Em 1958, já no Brasil foi morar em Porto Alegre onde começou a trabalhar como pianista e arranjador na Rádio Gaúcha. Pouco depois conheceu a cantora Elis Regina que o convidou a ir com ela para o Rio de Janeiro onde chegou a morar por 15 dias com a cantora gaúcha e seu pai. No Rio de Janeiro, trabalhou como arranjador e pianista para emissoras de Rádio e Tv e também para gravadoras. Em 1965, utilizando o nome artístico de Miguel Angel, e acompanhado pelo conjunto Os Ipanemas, integrado por Jorge Arena, atabaque, Rubens Bassini, pandeiro, Humberto Garin, guiro, Wilson das Neves e Fernando, bateria, Cacho, contrabaixo, Neco, guitarra, e Coro de Joab, gravou o LP “Samba na onda”, pela gravadora Equipe, interpretando os sambas “Deixa Isso Pra Lá”, de Alberto Paz e Edson Menezes, “Dá Bola”, de Tranca e Luis Sergio Pacce, “Telefone”, de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli, “Na Base do Balanço”, de Anselmo Mazzoni e Jorge Canseira, “Balanço do Mar”, de Zil Rosendo, “Lágrima Flor”, de Billy Blanco, “Isto É Samba”, de  J. Canseira e Paulo Silva, “Bate a Palma”, de Trancredo de Oliveira e Luis Sergio Pacce, “Balanço Zona Sul”, de Tito Madi, “Vou Andar Por Aí”, de Newton Chaves, ”    Na Roda de Samba”, de Orlandivo e Hélton Menezes, e “Consolação”, de Baden Powell e Vinicius de Moraes. Em 1967, sua composição “Merengue Jugueton” foi gravada pelo grupo Los Malandros no LP “Cumbias & Merengues”, da gravadora Polydor. 
Em 1969, participou como pianista, compositor e arranjador da série Boogaloo Combo, que pretendia lançar no Brasil o ritmo latino boogaloo. O primeiro disco do novo ritmo foi “Na onda do bugaloo”, do selo Epic/CBS, com o grupo The Boogaloo Combo, que incluiu suas composições “Som Bugaloo”, com Freddy Baylon, “Bonequinha”, com Waltel Branco, “Nem Chá-chá Nem Babalú”, com Freddy Baylon, e “Ritmo Ardente”. Em 1970, no segundo disco, além de tocar piano no LP “Boogaloo Quente”, da gravadora Epic/CBS, com o grupo The Boogaloo Combo, teve gravadas suas composições “Boogaloo Combo”, “Pela Praia Pensando Em Ti”, com Waltel Branco, “Vem Logo Dançar (My Cool Boogaloo)”, com Angel Lebron, “Baby Vem Aqui (Let S Boogaloo)”, com Bobby Valentin, e “Ana Mana Maria (Mary Mary)”, com José Lebron.
No começou dos anos 1970, conheceu o então produtor Rauzito, futuro Raul Seixas, com faria diversos trabalhos, além de ter sido, por um curto período no começo dos anos 1980, empresário do cantor e compositor. Em 1973, tocou órgão na faixa “Ouro de tolo”, de Raul Seixas, grande sucesso do LP “Krig-há, bandolo”, da Philips. Em 1974, fez as regêncas, e como integrante da banda tocou piano, no LP “Gita”, lançado por Raul Seixas, pela Philips. Em 1975, fez arrajos e regências para o LP “A Era de Ouro do Tango – Gran Orchestra Porteña” do selo Fontana/Philips, no qual tocou piano registrando diversos tangos clássicos. Em 1976, lançou o segundo volume da série “A Era de Ouro do Tango – VOL. 2 – Gran Orchestra Porteña”, com uma nova seleção de tangos clássicos, em disco no qual atuou ao piano, além de fazer arranjos e regências. No mesmo ano, tocou piano no LP “Eu nasci há dez mil anos atrás”, lançado por Raul Seixas pela Philips, e para o qual também fez os arranjos. Em 1977, fez os arranjos do LP “O dia em que a Terra parou”, lançado por Raul Seixas pela WEA. No mesmo ano teve duas parcerias com o cantor e compositor Peninha, “Novidades” e “Está Faltando Alguma Coisa”, gravadas por Peninha no LP “Sonhos”, lançado pela Polydor. Em 1978, a balada “Está Faltando Alguma Coisa”,com Peninha,e na gravação de Peninha, foi incluída na trilha sonora da novela “João Brasileiro, O bom baiano”, da Rede Tupi, lançada pela gravadora Philips. No mesmo ano, foi parceiro de Robert Livi, no grande sucesso “Sandra Rosa Madalena, A Cigana”, gravada por Sidney Magal em LP da Polydor e um dos maiores êxitos do cantor.
Em 1980, sua balada “Se Alguém Errou”, com Arnaldo Saccomani, foi gravada por Alvinho, no LP “Momentos (Quarto de Motel”, da gravadora Continental. Em 1981,  Tony Lemos, em LP do selo Entré/CBS gravou a balada “Sorrindo Ela Chegou”, com Ernesto Escudero. Em 1982, o artista Antônio Marcos, no LP “O Tempo Conta Dobrado”, da RCA Victor, registrou a balada “Viver Por Viver”, com Chico Anysio e Antônio Marcos. Em 1983, produziu o LP “Raul Seixas”, lançado pelo selo Eldorado.
Em 1985, tocou piano na música “Marly”, de Alcyr Pires Vermelho e F. Guimarães Jr., para o LP “Canta Brasil – 50 Anos de Música”, da gravadora Doble U, um tributo aos 50 anos de carreira do pianista e compositor Alcyr Pires Vermelho. Em 1988, produziu com Raul Seixas o LP “A pedra do Gênesis”, lançado pela gravadora Copacabana. Como produtor, arranjador e instrumentistas trabalhou ainda com difererentes artistas, entre os quais Tim Maia, nos discos de 1976, 1977 e “Tim Maia dance club”, MPB4, “Antologia” (1974), Raul Seixas, pois além dos já citados trabalhou nos álbuns “Novo Aeon” (1975), “Mata virgem” (1978) e “Abrete-te sésamo (1980), Gerson King Combo (1977), Orquestra Som Bateau, no LP “Ataca Para Todas As Festas (1976), As Frenéticas (Frenéticas), de 1977, Balthazar, em “Transas de Amor” (1977), Sidney Magal, em “Magal”, de 1978, Alceu Valença, nos LPs “Coração Bobo”, de 1980, e “Cinco Sentidos”, de 1981, Gilberto Gil, em ” Luar (A Gente Precisa Ver o Luar)”, de 1981, e  Ney Matogrosso, no LP “Coração Aprisionado”, de 1983.