
Percussionista. Ritmista. Compositor.
Filho do músico amador Belmiro Afonso Lima (tocava sanfona de oito baixos) e da dona de casa Noêmia Maria da Silva.
Nasceu na cidade de Rio Novo, do Sul do Estado de Minas Gerais. Pouco antes de completar um ano de idade, a família transferiu-se para o Rio de Janeiro, indo morar no bairro Cosme Velho. Com a separação do casal, a mãe levou os cinco filhos para morar na Tijuca, onde montou uma pensão de entregas de marmitas, tendo os filhos como entregadores. Mais tarde, aos 16 anos, começou a frequentar a quadra da Escola de Samba Unidos de Vila Isabel e atuar como ritmista nos shows do Sargentelli.
Mestre de bateria da Escola de Samba Unidos de Vila Isabel, no ano de 1978 criou a Bateria Mirim da Vila Isabel, logo depois transformada em Escola de Samba Mirim Herdeiros da Vila Isabel, na qual mantinha um projeto de ocupação para as crianças da comunidade e iniciação e formação de músicos para o mercado.
Com as escolas mirins Mangueira do Amanhã, Império do Futuro, a Herdeiros da Vila foi uma das primeiras a desfilar na Avenida Rio Branco na década de 1980.
Também foi conhecido pelos pseudônimos Zé Tambique ou apenas Trambique.
Em 1978, com Cláudio Jorge, entre outros músicos, fez parte da banda de apoio que acompanhou Cartola, Dona Zica, Cláudia Savajet e Carlinhos Vergueiro no “Projeto Pixinguinha”, em viagem pelo uma viagem pela região Norte do Brasil (Amazonas, Pará e Macapá).
Em 1982, no LP “Bezerra da Silva e um punhado de bambas” (gravadora RCA – Selo Vik), foi gravado pela primeira vez o seu samba “Na aba”, parceria com Ney Silva e Paulinho Correia. Dois anos depois, em 1984, o samba seria regravado por Martinho da Vila no LP “Martinho da Vila Isabel”, do qual se destacou como um sucesso nacional, chegando a virar um jargão popular “Ficar na aba”. Paulinho Correia, assumiu o pseudônimo (da Aba), em alusão à música.
Em 1988 ganhou do Jornal O Globo o “Estandarte de Ouro” na categoria “Personalidade Masculina”, ano em que a Escola de Samba Unidos de Vila Isabel foi a campeã do Grupo Especial.
Wilson das Neves, no ano de 1996, no CD “O som sagrado de Wilson das Neves”, gravou a sua composição “Mestre Marçal”, parceria com Wilson das Neves e Paulo César Pinheiro.
Em 2004, sua composição “Na aba” foi incluída na coletânea “Pega eu”, de Bezerra da Silva.
No ano de 2014 a composição “Mestre Marçal” seria regravada no CD “Grupo Semente”, do grupo homônimo, lançado pela gravadora Biscoito Fino. No ano seguinte, em 2015, o Departamento Cultural da Vila Isabel realizou uma série de depoimentos com personagens emblemáticos da escola, entre os quais Mestre Trambique.
Como percussionista, atuou em shows e discos de boa parte de artistas brasileiros, entre os quais Wilson das Neves, Mário Lago, Cartola, Martinho da Vila, Ney Matogrosso, João Nogueira e Teresa Cristina, entre muitos outros.
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
CAMPOS, Conceição. A letra brasileira de Paulo César Pinheiro: uma jornada musical. Rio de Janeiro: Editora Casa da Palavra, 2009.