4.002
Nome Artístico
Meira
Nome verdadeiro
Jayme Tomás Florence
Data de nascimento
1/10/1909
Local de nascimento
Paudalho, PE
Data de morte
8/11/1982
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

 

Violonista. Compositor. Professor. 

Iniciou-se no violão orientado por seu irmão Robson. Em 1927, passou a integrar com o irmão o conjunto Voz do Sertão, organizado pelo bandolinista Luperce Miranda, do qual também faziam parte Minona Carneiro como cantor e José Ferreira no cavaquinho.

Em 1928, transferiu-se para o Rio de Janeiro. 

Logo que chegou ao Rio, residiu por um período em companhia de João Pernambuco, seu conterrâneo.

Tornou-se um apaixonado  torcedor do time de futebol São Cristóvão. Foi vizinho de Noel Rosa no bairro de Vila Isabel, com quem participava de apresentações na Casa de Caboclo.

 

Dados artísticos

<!–[if gte mso 9]><xml> Normal 0 21 false false false PT-BR X-NONE X-NONE MicrosoftInternetExplorer4 </xml><![endif]–><!–[if gte mso 9]><xml> </xml><![endif]–> <!– /* Font Definitions */ @font-face {font-family:”Cambria Math”; panose-1:2 4 5 3 5 4 6 3 2 4; mso-font-charset:0; mso-generic-font-family:roman; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:-1610611985 1107304683 0 0 415 0;} @font-face {font-family:Calibri; panose-1:2 15 5 2 2 2 4 3 2 4; mso-font-charset:0; mso-generic-font-family:swiss; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:-520092929 1073786111 9 0 415 0;} /* Style Definitions */ p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal {mso-style-unhide:no; mso-style-qformat:yes; mso-style-parent:””; margin-top:0cm; margin-right:0cm; margin-bottom:10.0pt; margin-left:0cm; line-height:115%; mso-pagination:widow-orphan; font-size:11.0pt; font-family:”Calibri”,”sans-serif”; mso-fareast-font-family:Calibri; mso-bidi-font-family:”Times New Roman”; mso-fareast-language:EN-US;} .MsoChpDefault {mso-style-type:export-only; mso-default-props:yes; font-size:10.0pt; mso-ansi-font-size:10.0pt; mso-bidi-font-size:10.0pt; mso-ascii-font-family:Calibri; mso-fareast-font-family:Calibri; mso-hansi-font-family:Calibri;} @page Section1 {size:595.3pt 841.9pt; margin:70.85pt 3.0cm 70.85pt 3.0cm; mso-header-margin:35.4pt; mso-footer-margin:35.4pt; mso-paper-source:0;} div.Section1 {page:Section1;} –> <!–[if gte mso 10]> <! /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-priority:99; mso-style-qformat:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:11.0pt; font-family:"Calibri","sans-serif"; mso-ascii-font-family:Calibri; mso-ascii-theme-font:minor-latin; mso-fareast-font-family:"Times New Roman"; mso-fareast-theme-font:minor-fareast; mso-hansi-font-family:Calibri; mso-hansi-theme-font:minor-latin; mso-bidi-font-family:"Times New Roman"; mso-bidi-theme-font:minor-bidi;} –> <!–[endif] –>

Ao começo da década de 1930, teve sua primeira música editada, “Falando ao teu retrato”, com De Chocolat, gravada por Augusto Calheiros cinco anos depois pela Odeon. Em 1934, estreou em disco, participando da gravação do choro “Primavera” com o regional de Benedito Lacerda. Em 1937, passou a integrar o Regional de Benedito Lacerda, um dos mais importantes e atuantes conjuntos da música popular brasileira. Naquele ano, o conjunto chegou à formação que iria perdurar por cerca de meio século com ele ao violão e mais Benedito Lacerda na flauta, Canhoto no cavaquinho e Dino no violão. O regional acompanhou em programas e gravações os mais importantes artistas de sua época. Junto a Dino Sete Cordas, realizou no conjunto um trabalho de duplas de violão com uma atuação marcante no âmbito da música popular. 

Em 1941, foi convidado pelo violonista Dilermando Reis para acompanhá-lo em sua primeira gravação. Desde então, participou de várias gravações de Dilermando em 78 rpm. Nesse mesmo ano, teve o samba “Imperatriz”, com Estanislau Silva, gravado por Gilberto Alves na gravadora Odeon. Em 1942, alcançou êxito com o samba “Aperto de mão”, com Horondino Silva e Augusto Mesquita, gravado em disco por Isaurinha Garcia, música que a tornou conhecida em todo o Brasil. Também nesse ano, teve a valsa “Quando a saudade apertar”, com Leonel Azevedo, gravada na Victor por Orlando Silva, com a qual obteria outro sucesso. Dois anos depois, teve o choro “Deixa pra lá”, com Augusto Mesquita, gravado por Isaura Garcia na Victor. Nesse ano, gravou ao violão com Dilermando Reis a valsa “Noite de lua” e o choro “Magoado”, de Dilermando Reis. 

Em 1945, Isaura Garcia gravou o samba “Amor impossível”, com Augusto Mesquita. Nesse ano, gravou ao violão com Dilermando Reis o choro “Recordando” e a valsa “Saudade de um dia”, de Dilermando Reis. Em 1946, Pixinguinha e Benedito Lacerda realizaram várias gravações, acompanhadas pelo regional do qual fazia parte, que se tornaram célebres. Nesse ano, gravou com Dilermando Reis a valsa “Noite de estrelas” e o choro “Dedilhando”, de Dilermando Reis. Também nesse ano, acompanhou ao violão o violonista José Leite na gravação da marcha “Heróis do nordeste” e da valsa “Esquecer é impossível”, de José Leite. Teve no ano seguinte três composições gravadas na Victor, os sambas “Amar foi minha ruína”, por Gilberto Alves e “Prêmio de consolação”, por Isaura Garcia, os dois com Augusto Mesquita, e a valsa “Fatal desilusão”, com Marcial Mota, lançada por Augusto Calheiros. 

Em 1948, voltou a gravar com Dilermando Reis, acompanhando ao violão o choro “Vê se te agrada” e a valsa “Dois destinos”. Teve gravado por Isaura Garcia em 1949 o samba “Não sou eu”, com Augusto Mesquita. Nesse ano, gravou ao violão com Dilermando Reis a valsa “Flor de aguapé” e o choro “Doutor sabe tudo”, de Dilermando Reis.

Em 1950, seu choro “Arranca toco” foi gravado por Garoto ao bandolim na gravadora Odeon. Nesse ano, Benedito Lacerda deixou o conjunto regional, que passou a ser liderado por Canhoto no cavaquinho, continuando assim a carreira altamente prestigiosa do conjunto, que passou a ser denominado Regional do Canhoto. Esse trio, Canhoto, Dino e Meira, foi o suporte de acompanhamento de regional da MPB até sua morte e a de Canhoto na década de 1980. 

Teve em 1951, o choro “Minha flauta de prata” gravado na flauta por Eugênio Martins na gravadora Elite Special. Em 1952, Ângela Maria em início de carreira ainda na RCA Victor gravou o samba “Meu Coração”, com Augusto Mesquita, e Isaura Garcia, na mesma gravadora, o samba “Isto é amor”, com Augusto Mesquita e Orlando Silveira. Teve também gravado na mesma época, por Canhoto e seu regional, o baião “Boi de touca”, com Orlando Silveira. Nesse ano, teve o choro “Outra chance” gravado por Raul de Barros ao trombone na Odeon, e o samba “Pra me esquecer”, com Augusto Mesquita, lançado por Castro Barbosa na RCA Victor. 

Em 1953, teve o baião “Teco-teco”, com Canhoto, e a batucada “Viagem à lua”, com Altamiro Carrilho, gravadas na RCA Victor por Canhoto e seu regional. Dois anos depois, foi gravado por Roberto Luna na Odeon aquele que seria seu maior sucesso, o samba-canção “Molambo”, com Augusto Mesquita. Em seguida, esse samba-canção foi regravado na gravadora Musidisc pelo Trio Surdina. Nesse ano, fez com Canhoto o tango “Lenço branco” gravado por Canhoto e seu regional. Em 1956, o samba-canção “Molambo” foi regravado por K. Ximbinho e seu Conjunto na Odeon, por Vera Lúcia na Continental, por Neusa Maria na Sinter e por Cauby Peixoto na Columbia.

Em 1957, Bola Sete regravou o samba-canção “Molambo”, no LP “Aqui está o Bola Sete”. Nesse ano, Linda Rodrigues gravou na RCA Victor o samba-canção “Comentário barato”, com J. Santos, e Ary Lobo na mesma gravadora o rojão “Forró de Piancó”, com N Vanderley. Em 1958, o samba “Doutor Batucada”, com Augusto Mesquita e Manoel da Conceição, foi gravado por Ângela Maria na Copacabana. Participou com o regional no qual atuava em gravações e shows memoráveis, entre os quais “O samba pede passagem” de 1965, organizado por Sidney Miller e o LP “Rosa de ouro”, lançado pela Odeon. Participou também de inúmeras gravações de diferentes artistas. Em 1969, seu samba “Prêmio de consolação”, com Augusto Mesquita, foi gravado por Elizeth Cardoso, para o LP “A bossa eterna de Elizeth e Cyro – Vol. 2”, da gravadora Copacabana. Em 1972, tocou violão nas faixas “Acorda, Adalgisa”, de autor desconhecido, interpretada po Gilberto Alves; “Jocosa”, de Pedro Galdino; “Isto e bom”, de Xisto Bahia, na interpretação de Jorge Veiga; “O vatapá”, de Paulino Sacramento, e “Vou te abandonar”, de Heito dos Prazeres, na voz de Jorge Veiga, em gravação feita especialmente para o fascículo “Donga e os primitivos” na série Nova História da Música Popular Brasileira, da Abril Cultural. Altamente reconhecido por sua atividade didática, iniciou no violão grandes artistas como Baden Powell, João de Aquino, Raphael Rabello e Maurício Carrilho.

Em 2003, teve regravadas pelo flautista Alexandre Lacerda as músicas “Arranca toco” e “Minha flauta de prata”, no CD “Benedito Lacerda – 100 anos”. Nesse ano, “Molambo” foi regravada por Zezé Gonzaga. Em 2004, o samba “Aperto de mão”, foi incluído na gravação feita nos anos 1950 por Dircinha Batista no CD “Linda e Dircinha Batista” lançado pela BMG. Em 2009, por ocasião do centenário de seu nascimento foi homenageado no show “Camerata Brasilis – Uma homenagem a Meira” realizado na Sala Baden Powell pela Camerata Brasilis, uma pequena orquestra de cordas dedilhadas e sopros dedicada a trabalhar arranjos originais para o repertório do choro. A homenagem contou com as participações especiais de Naomi Kumamoto e Pedro Paes, e teve como convidados Teca Calazans, Maurício Carrilho e Paulo Aragão.

 

Obras
Amar foi minha ruína (c/ Augusto Mesquita)
Amor impossível (c/ Augusto Mesquita)
Aperto de mão (c/ Dino e Augusto Mesquita)
Arranca toco
Boi de touca (c/ Orlando Silveira)
Comentário barato (c/ J. Santos)
Deixa pra lá (c/ Augusto Mesquita)
Doutor Batucada (c/ Augusto Mesquita e Manoel da Conceição)
Falando ao teu retrato (c/ De Chocolat)
Fatal desilusão (c/ Marcial Mota)
Forró de Piancó (c/ N. Vanderley)
Imperatriz (c/ Estanislau Silva)
Isto é amor (c/ Augusto Mesquita e Orlando Silveira)
Lenço branco (c/ Canhoto)
Meu Coração (c/ Augusto Mesquita)
Minha flauta de prata
Molambo (c/ Augusto Mesquita)
Não sou eu: c/ Augusto Mesquita
Operação amor
Outra chance
Pra me esquecer (c/ Augusto Mesquita)
Prêmio de consolação (c/ Augusto Mesquita)
Quando a saudade apertar (c/ Leonel Azevedo)
Teco-teco (c/ Canhoto)
Tempo ao tempo
Viagem à lua (c/ Altamiro Carrilho)
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume1. São Paulo: Editora: 34, 1999.

VASCONCELOS, Ari. Panorama da música popular brasileira – volume 2. Rio de Janeiro: Martins, 1965.