Cantora.
Mãe do músico Marcelo Mariano. É de origem de uma família que gostava muito de música e desde a infância se interessou em cantar. Devido ao seu jeito calmo de falar, recebeu de Djalma Sampaio o apelido de “Gata Mansa”, que adotou como nome artístico ainda na década de 1950.
Foi casada com o compositor e pianista César Camargo Mariano, que compôs para ela a música “Marisa”, tema da cerimônia religiosa de seu casamento com o compositor.
Em 1953, recebeu de João Gilberto a música “Você esteve com meu bem?”, de João Gilberto e Russo do Pandeiro, que gravou em seu primeiro disco, lançado pela RCA Victor. No ano seguinte, iniciou sua carreira como intérprete de jazz. No mesmo ano, gravou os sambas “Só eu não”, de Monsueto, Raul Marques e M. Fernandes, e “Quem me fez chorar”, de Caboclo, Carino e Gustavo. Atuou como crooner do Golden Room do Copacabana Palace (RJ) durante quatro anos. Em 1956, conheceu Dolores Duran, substituindo-a como cantora no Bacará. Já integrada à bossa nova, passou a cantar no Beco das Garrafas (RJ). Nessa mesma época, conheceu Antônio Maria, de cujas canções se tornou intérprete muito constante. Flávio Cavalcanti a levou para a TV Tupi, onde dividiu com Moacir Silva a apresentação do programa “Convite à música”. Nessa época conheceu Bororó, Dick Farney, Johnny Alf e Sérgio Ricardo. A partir de 1958, gravou na Copacabana o fox “You do something to me”, de Cole Porter, e o choro “Que é?Que é?”, de Bororó e Evagrio. No mesmo ano, gravou o clássico da música popular, “Chega de saudade”, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, e o samba canção “Castigo”, de Dolores Duran. No ano seguinte, gravou seu primeiro LP, “A suave Marisa”, que incluiu a faixa “A noite do meu bem”, de Dolores Duran, que foi para as paradas de sucesso. Registrou em disco quase toda a obra de Dolores Duran, que a homenageou com a canção “Não me culpe”. Ainda em 1959, participou do LP “A música de Dolores” da gravadora Copacabana lançado em homenagem à cantora e compositora Dolores Duran falecida prematuramente naquele ano. Nesse LP interpretou as músicas “Castigo”; “Se eu tiver”; “Pela rua” e “Olhe o tempo passando”. Foi casada com o compositor e pianista César Camargo Mariano, que compôs para ela a música “Marisa”, tema da cerimônia religiosa de seu casamento com o compositor. Em 1961, gravou o samba canção “Um novo céu”, de Fernando César e Ted Moreno, e o samba “Operação amor”, de Jaime Florence e Augusto Mesquita. Em 1963, participou da coletânea “5 estrelas interpretam a Bossa Nova – Elizeth Cardoso, Marisa, Carminha Mascarenhas, Morgana e Luciene Franco” da gravadora Copacabana, disco no qual interpretou as canções “Chora tua tristeza”, de Oscar Castro Neves e Luvercy Fiorini, e “Céu e mar”, de Johnny Alf. Em 1964, participou do LP “Tudo de mim – Poemas e canções de Jair Amorim” homenagem da gravadora Copacabana ao compositor Jair Amorim no qual 11 composições foram interpretadas por diferentes artistas. Nesse disco cantou a “Cantiga de quem está só”. Morou em São Paulo durante sete anos, época em que tentou fazer teatro, chegando a participar de um musical com Lennie Dale e de um espetáculo com Caetano Veloso e Taiguara, no Teatro de Arena. Voltou para o Rio de Janeiro, e passou a atuar nas boates Fossa e Taba. Gravou músicas inéditas de Johnny Alf, Carlos Lyra, Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli, entre outros. Em 1972, gravou um compacto simples com “Viagem”, de João de Aquino e Paulo César Pinheiro, marco em sua carreira. Homenageou Dolores Duran em três espetáculos: “Dolores, 20 anos depois”(1979), “A noite de meu bem” e “Tributo a Dolores Duran.” Na década de 1980, gravou os LPs “Marisa Gata Mansa” e “Leopardo”. Em 1981, realizou o show “Leopardo”, na Sala Funarte, com produção e direção de Ruy Pereira e que foi considerado pelos críticos do Jornal do Brasil como o show do ano. Em 1997, lançou um CD em homenagem ao cronista e compositor Antônio Maria, com destaque para “Samba de Orfeu” e “Manhã de Carnaval”, ambas de Antônio Maria e Luís Bonfá. Também o homenageou com o disco e espetáculo musical “Encontro com Antonio Maria”, escrito e dirigido por Ruy Faria do grupo vocal MPB-4. Teve ativa participação em projetos musicais, como “Seis e meia”, dirigido por Hermínio Belo de Carvalho e Albino Pinheiro, e “Pixinguinha”. Apresentou-se em todas as capitais e diversas cidades do interior do País.
c/ Zé Maria - pianista
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.
CASTRO, Ruy. Chega de saudade: a história e as histórias da bossa nova. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.