0.000
Nome Artístico
Mário Cabral
Nome verdadeiro
Mário Greenhalgh Cabral
Data de nascimento
22/2/1911
Local de nascimento
Laguna, SC
Data de morte
21/6/1968
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Pianista. Compositor. Crítico musical. Advogado. Aprendeu a tocar piano com a mãe. Estudou piano com Terán e harmonia com o maestro Lorenzo Fernandes. Acabou se apaixonando pela música popular. Estudou no Colégio dos Jesuítas em Florianópolis. Mudou-se para o Rio de Janeiro com a família aos 15 anos de idade. Seus famíliares queriam que ele seguisse carreira na Marinha do Brasil como era costume na família mas ele não conseguiu ingressar na Escola Naval e resolveu fazer a Faculdade de Direito. Formou-se em Direito em 1937 e retornou à sua cidade natal onde advogou e foi professor primário.

Dados artísticos

Iniciou a carreira artística tocando piano em emissoras de rádio. Consta que perdeu um ano de faculdade para viajar à Porto Alegre para acompanhar ao piano apresentações de Carmen Miranda. Trabalhou no “Programa Casé”, onde Noel Rosa era contra regra. Como crítico musical assinou coluna sobre música na “Tribuna Popular” e, depois, durante muito tempo, uma coluna no jornal “Tribuna da Imprensa”. Acompanhou ao piano apresentações de diferentes artistas. Ganhou o apelido de “Saudoso” a partir de um caso narrado pelo cronista Rubem Braga em crônica escrita para a revista Manchete em 1953: “Uma vez no palco do cinema Capitólio, em Petrópolis, Orlando Silva disse: “agora vou interpretar “Rosa”, de Pixinguinha, acompanhado ao piano pelo saudoso Mário Cabral”, e Mário até hoje tem o apelido de saudoso, o que lhe dá um ar ligeiramente falecido; uns o acham parecidíssimo com Fred Astaire, outros com o finado Mário de Andrade, apenas mais claro e mais magro. Acha excelente viver, mas, se tiver mesmo de morrer, prefere que isso aconteça ouvindo “Jesus, alegria dos homens”, coral de Bach”.
Grande boêmio, foi frequentador assíduo do “Baile dos mendigos”, que ocorria na antiga sede do Cordão do Bola Preta, durante o qual tocava piano e Pixinguinha, saxofone. Em 1962, foi, juntamente com Mozart de Araújo, Francisco Mignone, e Helena Lorenzo Fernandez, um dos convidados de honra do “Seminário Nazareth”, realizado na cidade de Vitória, Espírito Santo por iniciativa do Conselho Nacional de Cultura. Em 1966, passou a integrar o Conselho Superior de Música Popular criado pelo crítico Ricardo Cravo Albin no Museu da Imagem e do Som. Por ocasião de seu falecimento, a Revista da Sbacem publicou a seguinte nota: “Com a morte de Mário Cabral, em 21 de junho p. p. morreu um pouco desse Rio antigo de que nos falam, ainda uns poucos que restam de uma era cheia de poesia, quando o Largo da Lapa era uma espécie de quartel-general da boemia carioca. Apesar de haver estudado piano e conhecer abalizadamente a música mais cultivada, o que lhe valeu a conquista de um lugar de crítico musical, cargo que há muito exercia na “Tribuna da Imprensa”, entregou-se com verdadeiro entusiasmo à música popular brasileira, convivendo com todos os grandes compositores e intérpretes contemporâneos. Deles, desses compositores populares, aliás, se tornou ele próprio, um apreciável executante, tendo sob seus dedos até há pouco, um repertório enorme de valsas, canções, sambas, marchas, etc., que vivia sempre com um brilho invulgar, enriquecendo-os através de harmonizações próprias e que lhes davam um sabor todo especial.”