
Instrumentista. Cavaquinista. De família negra que se reunia nos fins de semana para fazer música, aprendeu ainda criança a tocar cavaquinho com um irmão por volta dos cinco anos de idade. Em 1917, com nove anos de idade, começou a se apresentar em público cantando e tocando cavaquinho. Por essa mesma época começou a estudar violão.
Por volta de 1920, começou a atuar num grupo musical composto apenas por músicos negros formado por seu irmão e que tocava tanguinhos, maxixes e quadrilhas, além de pot-pourris de operetas. Nesse grupo ele tocava cavaquinho e bandola. Atuou nesse grupo até 1922 e depois seguiu tocando em bares e cafés, mas como o dinheiro que ganhava era pouco passou a trabalhar também como motorista particular. Conseguiu então que o patrão lhe desse de presente um sax e passou a prender o novo instrumento. Em 1923, passou a integrar o grupo Jazz Espia Só no qual tocou cavaquinho, bandola de oito cordas e depois banjo. Em 1928, foi convidado pelo maestro Paulo Coelho a tocar na orquestra dele. Em 1930, alistou-se no 7º Batalhão de Caçadores e acabou seguindo para o Rio de Janeiro onde tornou-se 3º Sargento músico. Ainda no Rio de Janeiro tocou choro no sax soprano na zona do Mangue. Em meados de 1931, voltou para Porto Alegre e ingressou na orquestra de Paulo Coelho tocando sax alto. Entre 1935 e 1936, tocou na orquestra de Paulo Coelho no Café Colombo, na Jazz Carris, ligada à empresa de transportes urbanos onde trabalhou como motorneiro de bondes, e também na Rádio Farroupilha integrando a Jazz de Paulo Coelho. Em 1938, integrou a orquestra de Paulo Coelho em viagem à Argentina para a inauguração da Rádio Municipal de Buenos Aires. Na capital argentina jornais chegaram a publicar manchetes sobre ele dizendo: “Negro brasileiro fenômeno musical”. Ainda em Buenos Aires, e com a mesma orquestra, tocou na Rádio El Mundo, considerada a melhor da capital platina, e atuou no mais famoso cabaré da América Latina, o Tabaris. Também em Buenos Aires participou da gravação do samba “Alto da bronze”, único registro fonográfico da orquestra de Paulo Coelho. Em 1939, retornou à Porto Alegre em 1940, formou sua própria orquestra e passou a atuar na Boate Marabá onde foi visto por um empresário que o convidou a tocar em São Paulo. Viajou então para a capital paulista com sua orquestra e lá assinou contrato com a Rádio Cultura. Em São Paulo, formou um quinteto com alguns dos músicos de sua orquestra e por lá tocou mais algum tempo. Com o fim do contrato, os músicos voltaram ao sul mas ele continuou em São Paulo e passou a tocar sax alto no Taxi Dance, no Salão Verde e foi contratado para atuar na orquestra de Sylvio Mazzuca tocando sax alto. Na orquestra de Sylvio Mazzuca tocou na Rádio Difusora. Ficou em São Paulo até 1948, quando retornou à Porto Alegre. De volta ao sul juntou-se ao pistonista Ernani Oliveira e criou a orquestra Ernani & Marino na qual atuou até 1954. Nesse ano foi para o Rio de Janeiro e passou a integrar a orquestra da TV Tupy, na qual ficou até 1960, quando novamente voltou para o Rio Grande do Sul. Passou então a atuar na orquestra de Karl Faust até este retornar para a Alemanha. Atuou depois na Orquestra do Maestro Campanella e na Bandinha de Hardy Vedana. Embora tenha sido um dos grandes músicos gaúchos, sua carreira permanece totalmente obscura e desconhecida.