Marcos Souza

Iniciou sua carreira profissional aos 16 anos de idade, atuando em um show em homenagem a Chico Mário, realizado no Teatro João Caetano (RJ), onde tocou músicas do maestro Guerra Peixe. O espetáculo contou com a participação de Milton Nascimento, Chico Buarque, Gonzaguinha, Paulinho da Viola, Emílio Santiago e Dona Ivone Lara, entre outros. Seu pai, já debilitado pela doença, tocou “Ressurreição”, ao final da apresentação.

Desde a morte de Chico Mário, em 1988, tem-se dedicado ao lançamento e divulgação da obra de seu pai. Ainda nesse ano, editou “Dança do mar”, até então inédito, registro de um show realizado por Chico Mário na Sala Cecília Meireles (RJ), com a participação dos músicos Raphael Rabello, Mauro Senise e Antonio Adolfo e apresentação do ator Tony Ramos.

Em 1992, lançou “Suíte Brasil”, também do pai, no Centro Cultural Banco do Brasil (RJ), durante o evento que produziu e batizou de “Movimentos de Minas”, no qual participaram o grupo de teatro Galpão, Toninho Horta, Fernando Brant, o sociólogo Betinho e o cineasta Helvécio Ratton, todos mineiros como Chico.

Em 1996, criou a “Semana Chico Mário”, com exposição, vídeo, poesia, teatro, música, debate e o lançamento em CD do primeiro disco do pai, “Terra”, e de “Dança do mar”, no Museu da Imagem e do Som, no Rio de Janeiro, e no Crav, em Belo Horizonte.

Fez parte, ao lado de Queca Vieira (violino), Marcello Lessa (violão), Dom Chacal (percussão) e Paulo Heleno (cavaquinho), da primeira formação do conjunto Conversa de Cordas, considerado Grupo Revelação de 1995 pelos jornais “O Globo” e “O Estado de S. Paulo”. Com o conjunto, gravou e produziu os CDs “Biscuit” (1995) e “Vou vivendo de folia” (1997), este último eleito o Melhor Disco do Mês de Janeiro de 1997, pelo júri do “Jornal do Brasil”. Apresentou-se, com o Conversa de Cordas, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Macapá, Belém, Manaus e Rio Branco. Ainda em 1997, o grupo foi contemplado com o Troféu Coca-Cola de Melhor Trilha Sonora, pela peça infantil “O circo mágico de Provolone, Goiabada e Guaraná”, apresentada pela Companhia de Teatro Artesanal. Também nesse ano, participou do primeiro CD com renda revertida para a “Campanha do Natal Sem Fome”, idealizada por seu tio Betinho, com a música “Prato feito”.

Em 1998, produziu a faixa instrumental de sua composição inédita “Rancho do paraíso” (c/ Betinho e Paulo Heleno), no CD “Brasil são outros 500”, ao lado de instrumentistas como Carlos Malta & Pife Muderno e Afonso Machado, além de cantores e atores como Chico Buarque e Fernanda Montenegro, Milton Nascimento e Marília Pêra, Elba Ramalho e Miguel Fallabela, Daniela Mercury, Marisa Orth e Ivete Sangalo. A renda do disco reverteu para a campanha do Betinho. Também em 1998, produziu, dirigiu e tocou no CD “O negócio é amar”, da cantora Anna Lengruber. Ainda nesse ano, produziu e lançou o CD “Paraíso perdido”, com o Duo 2, formado por ele (piano) e Paulo Heleno (cavaquinho), fazendo shows em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizontealém de uma turnê de 15 dias nas principais salas e cidades de Portugal. O Duo 2 gravou apenas esse disco.

Em 1999, criou a palestra musical “Suíte Brasil – 500 anos”, que fez parte das comemorações do cinqüentenário de Chico Mário, realizada no Museu do Telephone (RJ). Lançou, nesse mesmo ano, o CD “Marionetes”, contendo composições do pai, interpretadas por sua prima, a cantora mineira Regina Spósito. Assinou a produção musical e os arranjos, além de atuar como instrumentista no disco, que contou com a participação de Afonso Machado, David Chew, Maurício Maestro, Pascoal Meirelles, Mauro Senise, Jorginho, do grupo Época de Ouro, e Robertinho Silva. Também em 1999, produziu a exposição de charges “20 anos de anistia com charge”, com Ziraldo, Jaguar, Henfil, Miguel Paiva, Ique e outros relevantes artistas da charge brasileira, e organizou uma palestra, também dentro das comemorações de 20 anos da Lei da Anistia, junto com o lançamento em CD do disco “Suíte Brasil”, de Chico Mário, pelo selo da Funarte, Centro Itaú Cultural e Atração. Ainda nesse ano, apresentou-se no Auditório Romeu Correia, na cidade de Almada, em Portugal, interpretou a “Suíte Brasil” e realizou show solo no Museu da República (RJ).

Em fevereiro de 2000, idealizou e produziu o projeto “Rio Sesc instrumental”, contemplando ritmos embrionários da Cidade Maravilhosa, choro, samba e bossa nova, levando nomes como João Donato, Paulo Moura, Trio Madeira Brasil, Galo Preto, Guinga, Marcus Vianna, Leandro Braga e Nelson Ayres, entre outros, aos palcos do Sesc Copacabana e Tijuca. Em abril desse mesmo ano, lançou a segunda fase do projeto, que levou ao palco os instrumentistas Antonio Adolfo, Pascoal Meirelles, Rildo Hora, Mauro Senise, Sivuca, Cristóvão Bastos, Zé Nogueira e Gilson Peranzetta.

Em janeiro de 2005, foi curador do projeto “Cinema tocado”, gravação em DVD de shows, realizados no espaço Sesc Copacabana (RJ), com a trilha sonora de filmes nacionais para exibição no Cine Sesc, antes da projeção dos respectivos filmes. Participaram do projeto Carlos Malta, responsável pela trilha sonora do filme “Eu tu eles”, o grupo pernambucano Sagrama, autor da trilha sonora de “O auto da compadecida”, e o DJ Dolores e Orquestra Santa Massa de Recife, autores da trilha sonora de “Narradores de Javé”.