Violonista e compositor.
Nasceu no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro. Aos 14 anos a família transferiu-se para o bairro de Vila Rosali, em São João de Meriti, município da Baixada Fluminense.
Filho de Rozendo Menezes, frequentador do bar Sovaco de Cobra, na Penha Circular, reduto carioca do choro, para o qual levava o filho de oito anos. O pai e os tios costumavam fazer rodas de choro e samba no bairro em que moravam.
Iniciou-se nos estudos de violão com o Seu Zé do Violão, violonista clássico que tocava na Rádio Nacional. Depois, já como músico profissional, estudou com o Horondino Silva (Dino 7 Cordas).
Estudou violão no CIGAM (Centro Ian Guest de Aperfeiçoamento Musical) e no CMG (Conservatório Municipal de Guarulhos).
No ano de 2007 transferiu-se para a cidade de Guarulhos, em São Paulo.
No ano de 1991, como violonista e compositor, passou a fazer parte do grupo carioca de samba e choro Dobrando a Esquina, também integrado por Luciane Menezes (cavaquinho e voz), Lenildo Gomes (bandolim) e Paulinho Dias (percussão). Fazendo parte do grupo acompanhou sambistas como Walter Alfaiate, Cristina Buarque, Elton Medeiros, Noca da Portela, Dorina e a atriz-cantora Maria Ceiça, entre muitos outros. Participou de diversas rodas de choro no Rio de Janeiro, tais como o Bar Emporium 100 e Bar Bip-Bip em Copacabana, além de rodas de samba por outros bares e redutos musicais tal como a Toca do Vinicius, em Ipanema.
No ano de 2003, com o apoio da Embratel, o grupo Dobrando a Esquina lançou o primeiro CD intitulado “Dobrando a esquina”, no qual foram incluídas as suas composições “Valsinha azul”, “Oito de maio” e “Canto para o mar”, as três em parcerias com o letrista Délcio Carvalho. No ano seguinte, em 2004, integrando o grupo Dobrando a Esquina, apresentou-se com Zé Luiz do Império no Casarão do Cunha, em Paraty, no Rio de Janeiro, e ainda, acompanhando a cantora Luiza Dionízio, no Centro Cultural Carioca da Gema, recebendo como convidado o cantor e compositor baterista Wilson das Neves. No ano seguinte, em 2005, o cantor Lucio Sanfilippo gravou “Bolero de Copacabana” (c/ Marceu Vieira) no CD “Canção de amor ao Léo”.
No ano de 2007 ano Délcio Carvalho gravou “Vou”, parceria de ambos no CD “Roda de samba”.
Em 2010, no disco “Flor do velho engenho”, de Lucio Sanfilippo, foram gravadas “Divisor de águas” (c/ Sérgio Fonseca), “Minha alegria” (c/ Délcio Carvalho e Pretinho da Serrinha) e “Reverso” (c/ Ivor Lancellotti). Neste mesmo ano Pedro Miranda interpretou em seu disco a composição “Cumplicidade” (c/ Teresa Cristina).
No ano de 2017, no Auditório Radamés Gnattali, da Casa do Choro, no Centro do Rio de Janeiro, lançou o CD “Festejo – Marcelo Menezes por Água de Moringa”, grupo integrado por Rui Alvim (clarinete e clarone), Marcílio Lopes (bandolim), Jayme Vignoli (cavaquinho), Luiz Flávio Alcofra (violão), Josimar Gomes Carneiro (violão de sete cordas) e André Boxexa (percussão e bateria). No disco, somente com composições de sua autoria, no qual atuou como violonista e também no show, foram interpretadas as instrumentais “Domingão na Venda Velha”, “Flor da serra”, “São Bernardes”, “Ardente”, “Oito de maio”, “Em dias de jardim”, “Tania”, “Jacaré no seco anda”, “Villar dos Telles”, “Durante o frevo”, “Edu sobe de bonde” e “Vamos pegar os salgadinhos da festa”. Neste mesmo ano, de 2017, com Afonso Machado (bandolim), Alceu Maia (cavaquinho), Celsinho Silva (percussão), Dirceu Leite (sopros), Jorge Simas (violão 7 cordas), Marco César (bandola), Marquinho China (voz) e Tiago Machado (violão 6 cordas), integrou como violonista o grupo Os Outros Batutas apresentando-se no Teatro Municipal de Niterói.
No ano de 2019 lançou o CD “Guardião – Marcelo Menezes & Paulo César Pinheiro”, somente com parcerias da dupla, interpretando as composições “Rio-Salvador”; “Bala de festim”; “Xeque mate”; “Amor refeito”, com a participação especial de Cristina Buarque; “Eu sou do mar”; “Mareação”; “Gota acesa” e “Fora de lugar”, ambas com a participação especial do violonista Hélio Delmiro; “Cintura bamba”; “Vida, mundo e tempo” e “Sem nenhum tormento”, as duas com a participação especial do pianista Cristóvão Bastos; “Por onde eu vim”, com participação da cavaquinista Luciana Rabello, e ainda, “Eu sou de lá”, com a participação especial do parceiro Paulo César Pinheiro, além da faixa-título “Guardião”. Fez shows de lançamentos do disco em São Paulo e no Rio de Janeiro, tais como no SESC Teresópolis, acompanhado por Thiago da Serrinha e Paulino Dias (percussões); Espaço AUH (na cidade de Lumiar, Região Serrana do Rio de Janeiro); Armazém Andar de Cima e Espaço Ana Bacana, com participações especiais de Jansen Queiroz, Sérgio Prata e do grupo Moderna Boemia e na Casa do Choro, na Rua da Carioca, no centro do Rio de Janeiro.
Em 2022 lançou o CD autoral “Marcelo Menezes”, em comemoração aos seus 30 anos de carreira musical, com 14 faixas e participação especial de Geraldo Azevedo na faixa “É xote, Mariana!” (c/ Roberto Dídio); Áurea Martins em “Cidade vencida” (c/ Délcio Carvalho) e de Zé Renato em “Na cintura dela” (c/ Paulo César Pinheiro). Interpretou ainda as faixas “Que tempo é esse?” (c/ Eduardo Gudin); “Metade” (c/ Chico Alves); “Avesso do avesso” (c/ Mário Lago Filho); “Saudade que faz doer” (c/ Marceu Vieira); “Cumplicidade” (c/ Teresa Cristina); “Boas lembranças” (c/ Ivor Lancellotti); “Há um leme” (c/ Ana de Hollanda); “Essa dor” (c/ Jorge Simas); “Dia da virada” (c/ Gisa Nogueira), “Samba do Largo” (c/ Nei Lopes) e “Samba meu” (c/ Roque Ferreira). O disco foi lançado em Portugal (nas cidades de Porto e Lisboa) neste mesmo ano; na Casa do Choro, no centro do Rio de Janeiro (com a participação especial de Áurea Martins e Zé Renato) e no teatro Oswaldo Mazoni, na cidade de Guarulhos. O trabalho contou com a participação de diversos músicos e arranjadores, tais como Edmilson Capelupi (arranjo e violão de 7 cordas); Léo Rodrigues (percussão), Conrado Bruno (trombone), Luiz Filipe de Lima (arranjo e violão 7 cordas); Maurício Carrilho (arranjo e violão), Ana Rabello (cavaquinho); Pedro Amorim (bandolim); Paulino Dias (percussão), Netinho Albuquerque (pandeiro), Jorge Quininho (percussão), Lucas Porto (arranjos e violão 7 cordas); Alexandre Romanazzi (flauta); Luciana Rabello (cavaquinho); Kiko Horta (sanfona); Rui Alvim (clarone e clarinete); Paulo Aragão (arranjo); Jayme Vignoli (arranjo); Cristóvão Bastos (arranjo e piano); Edu Neves (flautas); Mateus Gusmão (fagote); Mayo Pamplona (contrabaixo); Everson Moraes (trombone); Jorge Simas (arranjo); Paulão 7 Cordas (arranjo); Cláudio Jorge (arranjo e violão), Almir Cortes (arranjo, violão e viola machete) e com o coro formado por Alcides Sodré, Alice Passos, Michele Agra e Cris Pelarin, que também assinou a produção executiva.
No ano de 2023, lançou o CD “Mafuá”, com suas parcerias com o letrista Roberto Dídio, com direção musical de Maurício Carrilho, produção musical sua e do parceiro, produção de Memeca Moschkovich e produção executiva de Cris Pelarin. No CD, interpretou as faixas “Acalanto de rua” (com a participação da cantora Fabiana Cozza); “Trilha velha”, “Vitória de Oxum” (com a participação da cantora Carmen Queiroz); “Caboverdiana”, “Devagar, rapaz”; “Chef Carolina”, “Destinadora”, “É Dia de Reis” (com a participação de Renato Braz); “No vira e mexe” (com a participação de Durval Pereira) e “Jongo pro Moreira”. No disco, contou com os músicos Maurício Carrilho (violão 7 cordas), Paulo Aragão (violão 8 cordas); João Lyra (viola); Hugo Pilger (cello); Paulino Dias (percussão), Marcus Thadeu (percussão); Kiko Horta (acordeom); Rui Alvim (clarinete e clarone); Pedro Aune (contrabaixo acústico); Luciana Rabello (cavaco); Cristóvão Bastos (piano); Aquiles Moraes (flugel); Everson Moraes (trombone) e o coro formado por Anabela Leandro, Cris Pelarin, Helena Gouveia, Lazir Sinval, Deli Monteiro e Paulino Dias. Sobre o trabalho escreveu Maurício Carrilho:
“A parceria de Marcelo Menezes e Dídio é um presente para quem gosta de música brasileira. Marcelo é compositor de versatilidade impressionante. O que você pedir de ritmo brasileiro ele faz: samba, choro, ijexá, toada, forró, e tudo mais que se inventou por estas terras. Dídio é um letrista fabuloso que nos faz rir ou chorar com a mesma maestria, acaricia ou fere profundamente nossa alma com a riqueza de sua narrativa. Esses dois camaradas juntos representam, como poucas parcerias, o que de melhor se produz por aqui hoje.”
O disco foi lançado neste mesmo ano de 2023 no teatro Padre Bento, em Guarulhos, e na Casa do Choro, no Rio de Janeiro, no qual contou com acompanhamento de Rui Alvin (clarinete), Maurício Carrilho (violão), Ana Rabelo (cavaquinho), Fernando Leitzek (piano), Paulinho Dias (percussão) e Marcus Thadeu (percussão).
No ano de 2024, lançou o CD “Lamentos”, com direção musical e arranjos de Maurício Carrilho, produção musical sua, produção de Memeca Moschkovich e produção executiva de Cris Pelarin, com composições somente em parceria com o poeta-letrista Paulo César Pinheiro, que fez o seguinte texto de apresentação:
“Há tempos que não ouço um disco como aqueles com um regional. Marcelo nos traz isso com esse ‘Lamentos’. Adorei ouvir o trabalho. Está cantando direito e seguro. A faixa com a Maria Martha está excepcional. Os sambas de lamentos me orgulham muito nessa nossa vasta obra. O disco representa muito isto que eu almejava que acontecesse. Marcelo, você foi feliz com esse momento. Parabéns.”
No trabalho interpretou as faixas “Uma aflição”; “Formiga e cigarra”; “Tromba d’água”; “Escudo”; “Intriga”; “O que me restou”; “Trocando de mão”; “Água na fervura”; “Castelo de areia” e “Não dá não”, além de “Lembrança noturna”, esta, em dueto com a cantora Maria Martha. No disco, contou com as participações dos músicos Maurício Carrilho (violão e arranjos), Edmilson Capelupi (violão de 7 cordas), Lucas Arantes (cavaquinho), Paulinho Dias (surdo e tamborim), Alfredo Castro (ganzá, agogô, repique de anel e tamborim), Rafael Toledo (pandeiro, reco-reco e tamborim), Nailor Proveta (clarinete), Sérgio Coelho (trombone), Maria Martha (voz), Toninho Carrasqueira (flauta) e Cristóvão Bastos no piano, em participação especial na faixa ‘Trocando de mão’.
Entre seus parceiros de composições gravadas e inéditas constam Roque Ferreira, Nei Lopes, Eduardo Gudin, Sérgio Natureza, Délcio Carvalho, Ivor Lancellotti, Sérgio Fonseca, Marceu Vieira, Teresa Cristina, Roberto Dídio, Mário Lago Filho, Lefê Almeida, Ivor Lancellotti, Ana de Holanda, Gisa Nogueira, Chico Alves, Jorge Simas, Gessé Fróes, Pierre Aderne e Pretinho da Serrinha, além de Paulo César Pinheiro como o parceiro mais constante.
(c/ o grupo Dobrando a Esquina)
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.