
Violonista. Compositor.
Cego de nascença ficou também conhecido como Maestro Nezinho Lima. Estudou música desde criança. Em 1912, ingressou no Instituto Benjamin Constant no Rio de Janeiro aprendendo a ler e a escrever em Braille.
Em 1908, viajou ao Rio de Janeiro e apresentou-se no Café Mourisco durante a Exposição da Praia Vermelha. Permaneceu alguns anos no Rio de Janeiro e ganhou fama de grande violonista. Retornou depois para Alagoas continuando a realizar apresentações tendo feito concertos no Teatro Deodoro e no Cine-Teatro Floriano.
Em 1925, viajou para Pernambuco e apresentou-se no salão nobre do Diário de Pernambuco na cidade do Recife. Apresentou-se também na cidade de Guaranhuns. Nesse ano, criou com Luperce Miranda, João Miranda, Romualdo Miranda; Augusto Calheiros e João Frazão o grupo Turunas da Mauricéia, que se apresentou durante vários vezes na cidade do Recife.
Em 1927, embarcou com o grupo para o Rio de Janeiro e realizou apresentação no Teatro Lírico no festival “O que é nosso” promovido pelo Jornal Correio da Manhã. Gravou 18 discos com os Turunas da Mauricéia incluindo a clássica embolada “Pinião”, de Augusto Calheiros e Luperce Miranda. Com a separação do grupo em fins desse ano, retornou ao Nordeste. Em 1929, apresentou-se no Recife no Teatro Santa Izabel e no Cinema Moderno, entre outros locais. Apresentou-se no mesmo ano no Natal clube da cidade de Natal, RN.
Em 1934, fez apresentações no salão nobre da Escola Normal Pedro II e no jornal Diário da Manhã, na cidade de Vitória, ES. Quatro anos depois, apresentou-se em Aracaju, SE, no salão nobre da Biblioteca Pública. Apresentou-se ainda na cidade de Propriá, também em Sergipe, na Sociedade Recreativa. Em 1939, apresentou-se no Cine-teatro Guarani, em Recife.
Em 1940, apresentou-se no Cine Eldorado em Recife e no ano seguinte, no Cassino Baltazar na cidade de Carpina, PE. Em 1942, fez apresentações no Cine-Teatro Caruaru, na cidade de Caruaru, PE. Fez ainda algumas apresentações no Rio de Janeiro. Seus concertos eram bastante concorridos e chegou a ser chamados por alguns jornais de “O Mozart Alagoano”. Entre suas mais de trinta composições estão as valsas “Abandono”; “Alice” e “Amor oculto”; o samba “Escorrego do urubu”; o choro “Fuxico” e o tango “Murmúrio”, além da valsa em seis partes “Veneza americana”, homenagem à cidade do Recife.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
VASCONCELOS, Ary. A nova música da República Velha. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1985.