5.001
Nome Artístico
Manduka
Nome verdadeiro
Alexandre Manuel Thiago de Mello
Data de nascimento
21/2/1952
Local de nascimento
Rio de Janeiro, RJ
Data de morte
12/10/2004
Local de morte
Rio de Janeiro
Dados biográficos

Compositor. Ator. Artista plástico.

Filho da jornalista Pomona Politis e do poeta Thiago de Mello. Sobrinho do músico Gaudêncio Thiago de Mello. Aos 18 anos de idade, viajou para o Chile, onde residiu durante quatro anos, convivendo com a cultura do país.

Morreu aos 52 anos vítima de problemas cardiovasculares.

Dados artísticos

Em 1971, foi convidado pelo cineasta Glauber Rocha para participar, como ator e compositor, de “A Estrela do Sol”, filme que, embora inacabado, registrou a realidade do exílio.

Na capital chilena, conheceu Geraldo Vandré, com quem compôs uma série de canções intitulada “Pátria Amada Idolatrada Salve-Salve”, uma das quais, na interpretação de Soledad Bravo, venceu o Festival de Aguadulce, realizado em Lima (Peru), em 1972. Nesse ano, lançou, pela RCA Victor, seu primeiro LP, “Brasil 1500”.

Em 1973, publicou, no Chile, o livro “Los Burros Negros”, e iniciou uma trajetória que o levou à Argentina, onde compôs, com Augusto Boal, a trilha musical da peça “A Tempestade”, uma adaptação feita a partir do original de Sheakspeare.

Em seguida, residiu na Venezuela e depois viajou para a Europa, vivendo na Alemanha, França e Espanha, países onde gravou discos e publicou livros. São dessa época os LPs “Manduka”, “Manduka e Naná Vasconcelos”, “Brasil”, “Caravana” e “Los sueños de America”.

Em 1979, retornou ao Brasil, lançando, nesse ano, o LP “Manduka”, primeiro gravado em sua terra natal.

No ano seguinte, venceu o Festival Internacional da Canção (TV Tupi), com a música “Quem me levará sou eu” (c/ Dominguinhos), interpretada por Raimundo Fagner. A música obteve bastante sucesso.

De 1978 a 1982, realizou apresentações musicais pelo Brasil, com o Projeto Pixinguinha, e ao lado de seu pai, o poeta Thiago de Mello. Nessa época, passou a dedicar-se mais assiduamente às artes plásticas.

Compôs a trilha de “Amazônia, Pátria da Água”, dirigido por Washington Novaes para a série “Globo Repórter” (Rede Globo), escolhido nos Estados Unidos como o melhor programa cultural latino-americando de 1982. Ainda neste ano, foi convidado para representar o Brasil em um encontro de músicos realizado na Cidade do México, ao lado de artistas relevantes no cenário sul-americano, como Mercedes Sosa, Omara Portuondo, Silvio Rodrigues e Pablo Milanés, entre outros.

Residiu durante seis anos no México, onde prestou assessoria cultural à Embaixada do Brasil e publicou o livro “La Pequeníssima História de La Musiquíssima Brasileña”, realizando um circuito de conferências pelas universidades mexicanas. Ainda no México, a convite do Embaixador José Guilherme Merchior, realizou a exposição de desenhos intitulada “Dibujos de mùsico”.

Em 1986, a convite de Pablo Milanés, viajou para Cuba, onde gravou o LP “Sétima vida”, também lançado no México.

Voltou para o Brasil em 1988.

Compôs parte da trilha sonora para “Inconfidência Mineira”, também para o programa “Globo Repórter”.

Como artista plástico, realizou mostras e ilustrou os livros “O povo sabe o que diz”, “Borges na luz de Borges” e “De uma vez por todas”, de Thiago de Mello, e “Grafitos nas nuvens”, de Cassiano Nunes.

Entre 1990 e 1997, desenvolveu o projeto de sua autoria “Conversas Brasileiras”, levando músicos, artistas, pensadores, desportistas, escritores e poetas brasileiros a dialogar com a juventude universitária de Brasília e das regiões Norte e Nordeste do Brasil.

Paralelamente ao projeto universitário, lançou o livro de poemas “De algo pro vinho” e gravou o CD “Terceira asa” (edição limitada patrocinada pela Telebras), além de ter registrado em estúdio sua parceria com Dominguinhos, material que permanece inédito.

De 1997 a 2001, privilegiou seu trabalho como artista plástico, área na qual teve reconhecimento de artistas e críticos, como Ferreira Gullar.

Em 2002, participou, com três canções, da trilha sonora do documentário “Rocha que voa”, de Eryk Rocha, e assinou a trilha sonora dos documentários “Se é pra dizer adeus”, de Ana Helena Nogueira e “José Lins do Rêgo”, do cineasta Vladimir Carvalho, esse último em andamento até este ano. Também em 2002, participou do documentário “Glauber, labirinto do Brasil”, de Sílvio Tendler, e deu continuidade ao ciclo de conferências “Conversas Brasileiras”, no circuito universitário brasileiro.

Desenvolveu estudos de fusão de sua técnica em desenhos (bico-de-pena com lápis de cor e pastel seco) aliada à tecnologia digital, visando a realização de uma mostra itinerante de seus desenhos reproduzidos em grandes peças em banners.

Em 2016, durante uma homenagem ao poeta amazonense Thiago de Mello (seu pai) na Biblioteca Mário de Andrade, foi homenageado por seu irmão, Thiago Thiago, que interpretou “Linda Vida” (1970).

Em 2012 o Instituto Thiago de Mello e a produtora Júpiter Music iniciaram o projeto de remasterização do disco “Manduka” (1979). O CD foi lançado no ano seguinte com o título “Por isso somos quem somos”. A obra foi remasterizada na Espanha, no Estúdio Matering Mansion em Madrid e contou com o depoimento do Historiador e Musicólogo Ricardo Cravo Albin: “A primeira vez que ouvi Manduka, fiquei impressionado. Ele também leva consigo a sorte de ser filho da jornalista grega Pomana Politis e do escritor amazonenese Thiago de Mello e como padrinho o poeta Manuel Bandeira. Reeditar Manduka é de extrema importância para a história da música popular brasileira. Quem ainda não conhece, precisa conhecer este artista.”, declarou Cravo Albin na contra-capa do disco. 

Discografias
2012 Júpiter Music CD Por isso somos quem somos
1996 Independente CD Terceira asa

(Edição limitada patrocinada pela Telebrás)

1989 Edições Paulinas LP Os estatutos do homem. Manduka e Thiago de Mello
1986 Independente (México) LP Eterna
1986 Egrem (Cuba)/Polydor (México) LP Sétima vida. Manduka e Pablo Milanês
1979 CBS LP Manduka
1978 Le Chant du Monde (França) LP Caravana
1978 Movieplay (Espanha) LP Los sueños de America. Manduka e Los Jaivas
1976 Edigsa (Espanha) LP Brasil
1975 Le Chant du Monde (França) LP Manduka e Naná Vasconcelos
1974 CBS (Argentina) LP Manduka
1972 IRT/ILS (Chile) LP Brasil 1500