Maestro José Catharina

Em sua trajetória musical foi maestro da Banda União Beneficente, e por algum tempo, dirigiu a Banda Aurora Aparecidense. Em 1894, foi um dos fundadores da Sociedade Carnavalesca Club dos Huguenottes. Foi juntamente com Bonfíglio de Oliveira, João Petronilho Ribeiro e outros, um dos maiores difundidores do carnaval de Guaratinguetá. Sua obra também se voltou para a música religiosa tendo composto a “Jaculatoria de Nossa Senhora”. Um espisódio que marcou sua atuação musical ocorreu em sua cidade natal. A Banda União Beneficente era protegida pela família Rodrigues Alves, que tinha como inimigos políticos a família Camargo. Era comum que a banda percorresse a cidade antes de alguma apresentação. Numa ocasião, quando fazia isso, os componentes da banda foram apedrejados pelos partidários dos Camargos e o maestro foi ferido por pedradas. Em resposta deu ordem aos músicos que parassem e tocassem um vibrante dobrado, fato que levou a banda a ser conhecida como “A Furiosa”. Costumava reger com uma batuta de prata e assim, a ele se referiu o jornalista Ferreira Júnior: “A mais bela dignidade da divina arte. Compositor fecundo e vigoroso tenor. Não regia sem estar rigorosamente trajado. Passava pelas ruas de casaca alinhada, chaminé brilhante na cabeça e batuta de prata à mão”. Grande parte de sua produção musical, como sua batuta de prata se perderam durante a Revolução Constitucionalista de 1932. Mesmo assim, boa parte de sua produção encontra-se preservada no Museu Frei Galvão em Guaratinguetá no arquivo Memória de Guaratinguetá.