3.001
Nome Artístico
Maestro Cipó
Nome verdadeiro
Orlando Silva de Oliveira Costa
Data de nascimento
24/11/1922
Local de nascimento
Itapira, SP
Data de morte
3/11/1992
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Saxofonista-tenor. Líder de orquestra. Arranjador. Compositor. Abandonado pela mãe, foi criado por uma parteira inglesa, conhecida como Gina Parteira. Começou a aprender a tocar clarinete aos dez anos de idade em sua cidade natal. Teve sua vida musical inicialmente ligada à bandas de música. Aos 18, mudou-se para São Paulo, já sabendo tocar saxofone. Estudou harmonia, fuga, contraponto, dodecafonia e politonalismo.

Dados artísticos

Começou a carreira artística em sua cidade natal, atuando em conjuntos de amadores. Em 1940, mudou-se para a capital paulista e passou a tocar no conjunto do maestro Gaó. Em 1943, foi para o Rio de Janeiro, contratado pela orquestra de Simon Boutman. Em 1946, gravou seu primeiro disco, pela Continental, que saiu com o título de “Cipó e Sua Orquestra”, no qual foram interpretados os choros “Um choro com swing” e “Interpretando”, ambos de sua autoria. No mesmo ano, gravou, também de sua autoria, o fox-trot “Crazy idea”, e o choro “Contaminado”. No começo dos anos 1950, ingressou na Rádio Tupi, como arranjador. Em 1957, participou com seu conjunto, do LP “Festival de Jazz – 2º Grande Concerto”, lançado pela Sinter, com diferentes maestros e conjuntos, sendo gravado ao vivo no Golden Room do Copacabana Palace em novembro de 1956. Nesse LP, interpretou com seu conjunto, as músicas “I know that you know”, de V. Youmans, e “Tema para dois” e “Bop ciponato”, ambas de sua autoria. Ainda nesse ano, atuou no grupo musical Turma da Gafieira. Em 1958, lançou pela Sinter o LP “Assim eu danço… – Cipó e seu conjunto”, no qual foram interpretadas as composições “Não se aprende na escola”,de Haroldo Barbosa; “Sedutor”, de Osvaldo Lyra e Carlito; “Juramento falso”, de J. Cascata e Leonel Azevedo; “A grande verdade”, de Luiz Bittencourt e Marlene; “Na Baixa do Sapateiro” e “Faceira”, de Ary Barroso; “Praça Onze”, de Herivelto Martins e Grande Otelo; “Comigo é assim”, de Luis Bittencourt e José Menezes, e “Joãozinho Boa Pinta”, de Geraldo Jacques e Haroldo Barbosa, além de “Assim eu danço”, “Conquistador” e “Doce recordação”, todas de sua autoria. Nesse ano, fez a trilha sonora do filme “Alegria de viver”, dirigido por Watson Macedo. Em 1959 lançou, também pela Sinter, o LP “Melodias favoritas da tela – Cipó e Seu Conjunto”, no qual foram interpretados clássicos do cinema. Na década de 1960, passou a liderar o conjunto Sete de Ouros. Ainda no começo dos anos 1960, tornou-se diretor musical da TV Tupi.
Em 1961, participou da I Semana de Música de Vanguarda, que na ocasião, assim foi noticiada pelo jornal O Globo: “O programa da I Semana de Música de Vanguarda, que se inicia na tarde de hoje, no Teatro Municipal, prosseguirá amanhã à noite com o Concerto de Jazz de Vanguarda produzido e coordenado pelo disc-jockey Estevão Hermann, da Rádio Globo. Esse espetáculo vem despertando enorme interesse, notadamente porque dele participarão os mais aclamados conjuntos brasileiros que se estão especialmente na criação de vanguarda. Lá estarão o Trio Luís Eça, o Quarteto de Câmara de K-Ximbinho. Finalizando a apresentação, uma orquestra de 30 figurinhas sob a regência do maestro Cipó executará composições e arranjos de sua autoria e de Marco Rupe.”  
Em 1962, o conjunto Sete de Ouros, sob sua direção, lançou pela Odeon, o LP “7 de Ouros”, no qual foram interpretadas as músicas “Prefixo”, de Julio Barbosa; “Menina feia”, de Luvercy Fiorini e Oscar Castro Neves; “Penúltimo”, de Guaxinin e Duba; “Never on Sunday”, de M.Hadjidakis e B.Towne; “Cocktail for two”, de Arthur Johnson e Sam Coslow, e “Fiz o bobão”, de Luiz Reis e Haroldo Barbosa, todas em interpretações instrumentais; “Dizem por aí”, de Manoel da Conceição e Alberto Paz; “Chorou, chorou”, de Luiz Antonio, e “Você passou”, de Nazareno de Brito e Alcyr Pires Vermelho, na interpretação de Zezinho, e “Saudade não tem cor”, de Lauro Miranda e Octavio Miranda; “O barquinho”, de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli; “That old black magic”, de J. Mercer e H. Arlen, e “Honeysuckle rose”, de Andy Razaf e Thomas Waller, na voz de Lenita Bruno. Em 1963, gravou pela Continental, o LP “Madison sensacional – Cipó e seus Madison Boys”. Em 1964, gravou pelo selo Imperial/Odeon o LP “Aqui começa o maravilhoso mundo da música – A Fantástica Orquestra de Stúdio de Cipó”, no qual foram registrados uma série de grande sucessos internacionais. No mesmo ano, liderou o conjunto 7 de Ouros na gravação do LP “Impacto! – Conjunto Sete de Ouros”, lançado pela Polydor, no qual foram interpretados os sambas “West samba”, de Orlando Costa; “O amor que acabou”, de Chico Feitosa e Luis Fernando Freire; “Todo dia é dia de chorar”, de Romeo Nunes e Carlito; “O morro não tem vez”, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes; “Vagamente”, de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli; “Vou de samba com você”, de João Mello; “Só balanço”, de Julinho Barbosa; “Samba day”, de Ed Maciel; “Jambete”, de Helton Menezes; “Serenata africana”, de K-Ximbinho, e “Balanço do coração”, de José Marinho, além de “Meu pranto”, de Baden Powell e Mário Telles, interpretado pelo cantor Myrzo Barroso. Em 1965, gravou, também pelo selo Imperial/Odeon, o LP “Ritmo espetacular – Cipó e Academia de Samba Imperial”, no qual foram tocados os sambas “Despedida de Mangueira”, de Benedito Lacerda e Aldo Cabral; “Implorar”, de Kid Pepe e Germano Augusto; “Tumba lê lê”, de Francisco Neto, Nilton Neves e Jarbas Reis; “Estão voltando as flores”, de Paulo Soledade; “Pierrot apaixonado”, de Noel Rosa e Heitor dos Prazeres; “General da banda”, de Sátiro de Melo, Tancredo Silva e José Alcides; “Agora é cinza”, de Bide e Marçal; “Eu chorarei amanhã”, de Raul Sampaio e Ivo Santos; “Está chegando a hora”, de Henricão e Rubens Campos; “Cai cai”, de Roberto Martins; “Arrasta a sandália”, de Osvaldo Vasques e Aurélio Gomes; “Zum zum”, de Paulo Soledade e Fernando Lobo; “Pastorinhas”, de Noel Rosa e João de Barro; “Grau dez”, de Ary Barroso e Lamartine Babo; “Recordar”, de Aldacir Louro, Aloísio Marins e Adolfo Macedo; “Império do samba”, de Zé da Zilda e Zilda do Zé; “Eu brinco”, de Pedro Caetano e Claudionor Cruz, e “Linda morena”, de Lamartine Babo. Ainda em 1965, o selo London/Odeon lançou o LP “Brazilian Beat – Cipó And His Authentic Rhythm Group”, na verdade uma redução do LP “Ritmo espetacular”, que incluiu as gravações dos sambas “Implorar”, de Kid Pepe e Germano Augusto; “General da banda”, de Sátiro de Melo, Tancredo Silva e José Alcides;  “Eu brinco”, de Pedro Caetano e Claudionor Cruz;  “Recordar”, de Aldacir Louro, Aloísio Marins e Adolfo Macedo; “Pastorinhas”, de Noel Rosa e João de Barro; “Cai cai”, de Roberto Martins, e  “Estão voltando as flores”, de Paulo Soledade. No mesmo ano, regeu a orquestra na gravação do LP “Maria Betânia”, o primeiro lançado pela cantora, na RC A Candem. Ainda a partir de 1965, e nos três anos subsequentes, foi ativo participante do Clube de Jazz e Bossa, alternando com seu colega Aurino Ferreira a direção musical do clube, dirigido por Jorginho Guinle e Ricardo Cravo Albin em várias casas noturnas do Rio. Também participou nos anos 1960 e 1970, de dezenas de programas musicais produzidos pelas tevês Tupi, Rio, Excelsior, entre outras. Em 1972, criou a Orquestra do Maestro Cipó, com a qual passou a animar bailes e gafieiras no Rio de Janeiro, misturando samba e jazz. Em 1979, lançou pela gravadora CID o LP “A Gafieira – Cipó e Sua Orquestra”, com as músicas “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso; “Na Glória”, de Raul de Barros e Ari dos Santos; “Vereda tropical”, de Gonzalo Curiel; “Cuban Love Song”, de Stothart, Fields e McRugh; “Mambo Jambo” e “Mambo Nº5”, de Perez Prado; “Paraquedista”, de José Leocádio; “Apelo” e “Pra que chorar”, de Baden Powell e Vinícius de Moraes; “Negue”, de Adelino Moreira e Enzo de Almeida Passos, e “Força estranha”, de Caetano Veloso, além dos sambas “Pra que vou recordar o que chorei”, de Carlos Dafé, e “Gotas de veneno”, de Wilson Moreira e Nei Lopes, esses dois últimos interpretados pelo vocalista Victor Hugo. Era considerado um orquestrador inovador.

Discografias
1979 CID LP A Gafieira - Cipó e Sua Orquestra
1965 London/Odeon LP Brazilian Beat - Cipó And His Authentic Rhythm Group
1965 Imperial/Odeon LP Ritmo espetacular - Cipó e Academia de Samba Imperial
1964 Imperial/Odeon LP Aqui começa o maravilhoso mundo da música - A Fantástica Orquestra de Stúdio de Cipó
1964 Polydor LP Impacto! - Conjunto Sete de Ouros
1963 Continental LP Madison sensacional - Cipó e seus Madison Boy's
1962 Odeon LP 7 de Ouros
1959 Sinter LP Melodias favoritas da tela - Cipó e Seu Conjunto
1958 Sinter LP Assim eu danço... Cipó e seu conjunto
1946 Continental 78 Crazy idea/Contaminado

- Cipó e Sua Orquestra -

1946 Continental 78 Um choro com swing/Interpretando
Obras
Assim eu danço
Bop ciponato
Conquistador
Contaminado
Crazy idea
Doce recordação
Interpretando
Tema para dois
Um choro com swing
Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.

COSTA, Cecília. Ricardo Cravo Albin: Uma vida em imagem e som. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2018.