
Regente. Arranjador. Trompetista. Compositor.
Nascido no bairro carioca da Gamboa, iniciou seus estudos musicais aos oito anos com seu pai, Macário Duarte. Sua simpatia, reconhecida por todos que conviveram com ele, lhe rendeu o slogan de “Maestro da simpatia”, conferido pelo apresentador César de Alencar. Tinha mania de usar um lenço na mão enquanto regia pos suava muito nas mãos, o que também lhe garantiu o apelido de “maestro do lenço”. O lenço, de dimensão maior que a usual, era colocado na lapela, fazendo dele uma figura de aparência original, fato que lhe rendeu grande notoriedade.
Era um dos mais requisitados maestros para os programas de auditório, ao vivo, pois sua risada, que era engraçadíssima, era utilizada pelos apresentadores como um recurso para contagiar o público presente.
Em 1933, iniciou sua carreira como participante de vários conjuntos orquestrais, tocando em circos, quermesses e gafieiras. Em 1935, passou a integrar a Orquestra Andreazzi. Nessa época, apresentava-se em teatros tocando trompete solo. Em 1936, passou a integrar a orquestra Raul Lipofi. Em 1939, começou a atuar como solista na Rádio Tupi do Rio de Janeiro. Em 1940, integrou a Orquestra de Napoleão Tavares e, em 1941, a Orquestra de Raul Roulien. No ano de 1942 formou sua própria orquestra, passando a trabalhar em gravações na Columbia e Continental. A primeira estação de rádio em que trabalhou foi a Rádio Clube do Brasil, com o conjunto Chiquinho e seu Ritmo. Foi nesta emissora que lançou o concurso “Chiquinho à procura de alguém”, cuja vencedora, Lenita Bruno, passou a ser crooner de sua orquestra.
Em 1º de julho de 1945 foi contratado pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro, na qual foi colega de vários grandes maestros, como Radamés Gnattali e Léo Peracchi entre outros. Passou a atuar em vários programas da emissora, acompanhando os cantores mais famosos da época. Entre os programas que atuou destacam-se “Noite de estrelas” e “Gente que brilha”.
Em 1946, acompanhou com sua orquestra na Continental a cantora Emilinha Borba na gravação da batucada “Ai Luzia”, de Guaraná e Jararaca e dos sambas “Antes nunca te viste”, de Mário Rossi e Gastão Viana e “Acapulco”, de Gordon e Warren, em versão de Lourival Faissal. Acompanhou também, com sua orquestra, o cantor Nuno Roland na gravação do grande sucesso que foi a marcha “Pirata a perna de pau”, de João de Barro. Nesse período, acompanhou gravações de Nilo Sérgio, Neusa Maria, Maria da Graça e Fernando Borel. Em 1947. gravou seu primeiro disco com os choros “Casadinhos”, de Luiz Bittencourt e Tuiú e “Indecisão”, de Luiz Bittencourt e Carlos Lima do Espírito Santo. Em seguida, gravou os choros “O ritmo do Chiquinho”, de Alexandre Gnattali e “Sandoval em Bonsucesso”, de Carioca.
Em 1950, assumiu a chefia do arquivo musical da Rádio Nacional. Em 1952 recebeu o prêmio de melhor orquestra do ano. Nesse ano, gravou com sucesso o “Mambo caçula”, de Getúlio Macedo e Bené Alexandre. Gravou também o choro “Eu quero é sossego”, de K-Ximbinho e “Baiões em desfile”, um pot-pourri de baiões de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga. Em 1953, gravou o “Beguine do amor” e o mambo “Telefonando”, da dupla Getúlio Macedo e Bené Alexandre. Em 1954, gravou com sua orquestra os mambos “Mambo dos milhões”, de Getúlio Macedo e Almeida Batista e o “Mambo carioca”, de Getúlio Macedo e o choro “Remexendo”, de Radamés Gnattali.
Gravou vários discos em 78 rpm na Continental, destacando-se os choros “Rua do Passeio”, de Getúlio de Macedo, “Remexendo”, de Radamés Gnattali, e “Sandoval em Bonsucesso”, do maestro carioca. Foi homenageado por Hianto e Haroldo de Almeida com uma música inspirada no lenço que costumava ter à mão sempre que regia: “O lenço de Chiquinho”, gravada pela sua orquestra e pela cantora Marlene em 1955 pela Continental.No mesmo disco, gravou o choro “Buliçoso”, de Guido Medina e Mário Terezópolis.
Foi às lágrimas quando o arquivo foi transferido para o MIS, Museu da Imagem e do Som, pois, segundo seu próprio depoimento, lá existem mais de 10.000 músicas orquestradas por ele, arquivadas em mais de 40.000 envelopes. Mesmo depois de aposentar-se, continuou pertencendo ao elenco da Rádio Nacional, animando vários programas criados por César de Alencar e Paulo Gracindo.
(Com sua orquestra)
(Com sua orquestra)
(Com sua orquestra)
(Com sua orquestra)
(Com sua orquestra)
(Com sua orquestra)
(Com sua orquestra)
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.