
Compositor. Pesquisador musical. Professor.
Bacharel em em Letras (Lingüística), pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Bacharel em Música (Composição), pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Mestre pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, com a dissertação “Por uma semiótica da canção popular”. Doutor pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, com a tese “Elementos semióticos para uma tipologia da canção popular brasileira”. Livre-docente, pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, com a tese “Semiótica da canção: fundamentos para uma reconstrução do sentido melódico e lingüístico”. Professor do Departamento de Lingüística da FFLCH-USP. Professor Titular do Departamento de Lingüística da FFLCH-USP, a partir de 2002.
Em 1974, ao lado de Hélio Ziskind, Geraldo Leite, Paulo Tatit, Gal Oppido, Zecarlos Ribeiro e Akira Ueno, fundou o Grupo Rumo (mais tarde integrado, também, por Pedro Mourão, Ná Ozzetti e Ciça Tuccori).
Três anos depois, iniciou, com o grupo, o projeto “Rumo aos antigos”, apresentando uma reelaboração das canções das décadas de 1920 e 1930.
Em 1981, gravou, com o Rumo, o LP “Rumo”, contendo as canções de sua autoria “Encontro”, “Época de sonho”, “Ah!”, “Acho pouco”, “Verdadeiro amor”, “Canção bonita”, “Ninguém chora por você”, “Minha cabeça” (c/ Zecarlos Ribeiro), “Carnaval do Geraldo”, “Bem baixinho”, “Nostalgia e modernidade” e “Velha morena”. Ainda nesse ano, lançou, também com o grupo, o LP “Rumo aos antigos”, com canções de Noel Rosa, Lamartine Babo e Sinhô, além de sua composição “Pro bem da cidade”.
Em 1983, gravou, com o grupo Rumo, o LP “Diletantismo”, contendo suas músicas “Fundação da cidade”, “Sob o domínio do frevo” (c/ Hélio Ziskind), “Mesmo porque”, “Nego nega”, “A banda de cá e o bando de lá”, “Saudade moderna”, “Aceita a serenata”, “Sorriso”, “Hora da vida” e “Início”, além da faixa-título.
Em 1985, lançou, com o grupo Rumo, o LP “Caprichoso”, registrando suas canções “Delírio meu!”, “Vrum”, “Revelações”, “Noite inteira com você”, “Salve a vítima”, “No decorrer da madrugada”, “Olhando a paisagem” e “Release”.
No ano seguinte, publicou, pela Atual Editora, o livro “A canção: eficácia e encanto”. Nesse mesmo ano, sua canção “O rei de Roma”, foi registrada pelo Rumo no LP “Os trapalhões no rabo do cometa”.
Em 1988, lançou, com o Rumo, o disco infantil “Quero passear”, contendo, de sua autoria, as canções “Monstro”, “Marchinha do cavalo” e “Robô bibelô”. Nesse mesmo ano, sua canção “Ah!” foi gravada por Ná Ozzetti, no primeiro LP solo da cantora. Também nesse ano, iniciou sua carreira acadêmica na Universidade de São Paulo, como professor de linguística e semiótica.
Em 1989, o selo Eldorado lançou o LP “O sumo do Rumo”, com uma seleção de canções já gravadas pelo grupo.
No ano seguinte, sua música “Dúvidas” foi gravada no LP “Verão de 2001”, primeiro disco solo da cantora Titane.
Em 1992, lançou, com o Rumo, o CD “Rumo ao vivo”, com o qual o grupo encerrou, após 18 anos de existência, seu trabalho em equipe. O disco registrou suas composições “O menino”, “Rodopio”, “Dia útil” (c/ Zecarlos Ribeiro), “Esboço”, “Dúvidas”, “Trio de efeitos” (c/ José Miguel Wisnik), “Carlão”, “Banzo”, “Felicidade”, “Aurora-o cantonovela”, “Carnaval do Geraldo” e “Essa é pra acabar”. Ainda nesse ano, foram gravadas, no CD “Via Paulista”, as canções “Trio de efeitos” e “Disco”, ambas de sua parceria com José Miguel Wisnik.
Em 1993, “Mestres cantores”, canção composta com José Miguel Wisnik, foi registrada no primeiro CD solo do parceiro. Nesse mesmo ano, compôs, em parceria com Ricardo Breim, as canções “Da maré” e “Lua-de-mel”, para a fita do Projeto de Alfabetização Musical, produzida pela Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE, Secretaria de Estado da Educação.
Em 1994, sua tese de livre-docência “Semiótica da canção: fundamentos para uma reconstrução do sentido melódico e lingüístico” foi publicada, pela editora Escuta, com o título “Semiótica da canção: melodia e letra”. Nesse mesmo ano, Ná Ozzetti gravou, no CD “Ná”, as canções “Atração fatal”, “Tempo escondido” e “Nosso dia D”, todas da parceria de ambos. Teve, também, lançadas suas composições “Bondinho” (c/ Sandra Peres), “Sono preguiça” (c/ Akira Ueno) e “Dorme em paz” (c/ Paulo Tatit), no CD “Canções de ninar”, e “Esboço” e “Mestres cantores” (c/ José Miguel Wisnik), no CD “Vanguarda da Música Popular Brasileira”.
Em 1995, sua canção “Ah!” recebeu mais uma regravação, no primeiro disco solo da cantora Daúde.
No ano seguinte, sua música “Felicidade” foi relançada por Titane, no CD “Inseto raro”. Ainda em 1996, suas canções “Já sabe”, “Ana Maria” (c/ Sandra Peres), “É a vez do tamanduá” (c/ Sandra Peres e Paulo Tatit) e “Aniversário” (c/ Paulo Tatit) foram incluídas no repertório do CD “Canções de brincar”. Também nesse ano, publicou, pela Edusp, o livro “O cancionista: composição de canções no Brasil”.
Em 1997, lançou seu primeiro CD solo, “Felicidade”, contendo suas composições “Eu sou eu”, “A companheira”, “Deu pane em São Paulo”, “Quer uma coisa?”, “Luar”, “No decorrer da madrugada”, “O menino”, “Quase”, “O rei”, “Haicai”, “Depois melhora”, “Seios da voz” e “Felicidade”. Nesse mesmo ano, publicou, pela Editora Anna Blume, o livro “Musicando a semiótica: ensaios”. Ainda em 1997, foram lançadas em disco suas canções “Esboço”, no CD “Mundo São Paulo”, “Deu pane em São Paulo”, no CD “De lalá pra cá”, de Marcia Salomon, e “Marchinha da sereia” (c/ Hélio Ziskind), no CD “Meu pé, meu querido pé”.
Em 1998, sua música “Depois melhora” foi registrada por Ney Matogrosso, no CD “Olhos de farol”, e suas canções “Pindorama” e “Gramática”, ambas em parceria com Sandra Peres, e “Fome come” (c/ Sandra Peres e Paulo Tatit), foram lançadas no CD “Canções curiosas”.
Em 1999, Ná Ozzetti gravou no CD “Estopim” suas composições “Crápula”, “Nosso amor” e “Estopim”, em parceria com Dante Ozzetti, “Toque de reunir”, “Eu voltarei” e “Desfile”, parceria de ambos, e “Capitu”. Ainda nesse ano, Ana Savagni regravou sua música “Quer uma coisa?”. Também em 1999, suas canções “Noite Feliz” (c/ Zé Tatit) e “Pinheirinho de Belém” foram incluídas no repertório do CD “Noite feliz”.
Em 2000, foi indicado para o Prêmio Multicultural Estadão, na categoria Criadores. Compôs, em parceria com Dante Ozzetti, “Dentro e fora”, “Os passionais” e “Terra à vista”, com as quais este autor recebeu o Prêmio Visa de 2000. Foi finalista, ainda nesse ano, do Festival da Música Popular (Rede Globo), com a canção “Show” (c/ Fábio Tagliaferri), apresentada por Ná Ozzetti, cantora contemplada, no evento, com o prêmio de Melhor Intérprete. Também em 2000, lançou seu segundo disco solo, o CD “O meio”, registrando suas composições “O meio”, “Amor e rock”, “As sílabas”, “Capitu”, “Batuqueiro” (c/ Ná Ozzetti), “Atração fatal” (c/ Ná Ozzetti), “Trio de efeitos” (c/ José Miguel Wisnik), “Serra do Mar” (c/ José Miguel Wisnik), “Os três sentidos”, “Sonhei”, “Tanto amor” (c/ Ricardo Breim), “Esboço” e “Essa é pra acabar”. Ainda em 2000, José Miguel Wisnik registrou, no CD “São Paulo Rio”, a canção “Para Elisa”, parceria de ambos.
Em 2001, teve várias outras canções registradas pelos parceiros: “Silêncio”, “Nós seis” e “Show”, lançadas por Fábio Tagliaferri no CD “Só um é muito só”; “O dom”, lançada por Cássio Gava no CD “Dois”; “Terra à vista”, “A tardinha”, “Os passionais”, “Dentro e fora”, “Para dois”, “Estopim” e “Nosso amor”, lançadas por Dante Ozzetti no CD “Ultrapássaro”.
Lançou, em 2005, o CD “Ouvidos Uni-vos”, contendo suas canções “Baião do Tomás” (c/ Chico Saraiva), “Dodói” (c/ Itamar Assumpção), “Minta” (c/ Ricardo Breim), interpretada por Marco Janeci e Na Ozzetti em duo piano e voz, “Brincadeira” (c/ Dante Ozzetti), “A perigo” (c/ Edward Lopes), “Baião de quatro toques” (c/ Zé Miguel Wisnik), “Final feliz”, “Perdido”, “Terceira pessoa”, “Controlado”, “Tom de quem reclama”, “Tietê” e “Rock de breque”, esta última registrando uma homenagem ao amigo Itamar Assumpção. O disco, produzido por Alexandre Fontanetti (guitarra e violão de aço) contou ainda com a participação de Jonas Tatit (violão), Paulo Tatit (baixo), Alex Braga e Luiz Amato (violinos), Fábio Tagliaferri (viola e arranjos de cordas), Adriana Holtz (cello), Adriano Busko (percussão), Marcelo Jeneci (piano, teclados e programação) Alexandre Fontanetti (guitarra e violão de aço, e produção musical).
Em 2006, sua canção “Achou” (c/ Dante Ozzetti) foi contemplada com o segundo lugar no “Festival Cultura – A Nova Música do Brasil”, na interpretação de Ceumar (voz) e Dante Ozzetti (violão). Nesse mesmo ano, foi o grande vencedor do “Segundo Prêmio Bravo! Prime de Cultura”, na categoria Música Melhor CD Popular, pelo CD “Ouvidos Uni-vos”.
Publicou os livros “A canção: eficácia e encanto” (Ed. Atual, 1986), “Semiótica da canção: melodia e letra” (Ed. Escuta, 1994), “O cancionista: composição de canções no Brasil” (Edusp, 1996), “Musicando a semiótica: ensaios” (Ed. Anna Blume, 1997) e “Análise semiótica através das letras” (Ateliê Editorial, 2001).
Lançou, em 2007, o DVD e CD “Rodopio”, gravado ao vivo no Sesc Vila Mariana de São Paulo. O DVD traz 16 canções executadas ao lado da banda formada por Jonas Tatit, Fábio Tagliaferri, Adriano Busco, Clara Bastos e Marcelo Jeneci, e com a participação especial das cantoras Ná Ozzetti, Ceumar e Suzana Salles. Nos extras estão Dante Ozzetti, Zé Miguel Wisnik e a dupla Palavra Cantada. A versão em CD vem com 13 canções. Nesse mesmo ano, publicou o livro “Todos entoam” (Publifolha), incluindo um ensaio autobiográfico, uma coletânea de artigos escritos entre 1983 e 2007, uma longa entrevista e todas as letras de suas canções gravadas.
Em 2010, voltou a se reunir com os demais integrantes do grupo Rumo – Ná Ozzetti, Hélio Ziskind, Gal Oppido, Paulo Tatit, Pedro Mourão, Zecarlos Ribeiro, Akira Ueno e Geraldo Leite -, para o lançamento do CD “Sopa de concha”, interpretando um repertório de músicas do passado pesquisado por Geraldo Leite: “Gosto mais do outro lado” (Assis Valente), de 1934, “Não resta a menor dúvida” (Hervé Cordovil e Noel Rosa), de 1935, “Honrando um nome de mulher” (Gadé e Valfrido Silva), de 1936, “Menina das lojas” (Lamartine Babo), de 1937, “P.R.Você (Cristovão de Alencar e Hervé Cordovil), de 1937, “Você não tem razão” (Pedro Caetano), de 1937, “Meu amor não me deixou” (Ary Barroso), de 1938, “Fale mal.. mas fale de mim” (Ataulfo Alves e Marino Pinto), de 1939, “Juro… Juro” (Paulo Pinheiro e Valdemar Silva), de 1939, “Pão com banana” (Cícero Nunes e Portelo Júnior), de 1939, “Vida apertada” (Ciro de Sousa), de 1940, “Furacão” (Antônio Nássara e Haroldo Lobo), de 1940, “Não tenho juízo” (Haroldo Lobo e Wilson Batista), de 1944, “Pão duro” (Assis Valente e Luiz Gonzaga), de 1946, e a faixa-título (Alcyr Pires Vermelho e Pedro Caetano), de 1941. O disco contou com a participação de Swami Jr (direção artística, arranjos, violão 7 cordas e baixo), Milton Mori (cavaquinho e bandolim), Guilherme Kastrup e Douglas Alonso (percussões), e ainda de Mario Manga (dobro e violão Ttnor), Andre Mehmari (piano), Toninho Ferragutti (acordeom), Nailor Proveta (sax alto, sax soprano e clarineta), Popó (tuba), Mané Silveira (sax alto), Tiquinho (trombone), Ubaldo (sax tenor), Nahor Gomes (trumpete), Fábio Tagliaferri (viola), Valdir Ferreira (trombone de vara) e Júnior Galante (trumpete), como músicos convidados. Nesse mesmo ano, lançou o CD “Sem destino”, contendo suas composições “Por que nós?” (c/ Marcelo Jeneci), “Nando e Nanda” (c/ Dante Ozzetti), “Quem gostou de mim” (c/ Jonas Tatit), “Relembrando Nazareth“ (c/ Capiba), “Sem palavras” (c/ Alice Ruiz), “Quem sabe” (c/ Itamar Assumpção), “Quando a canção acabar”, “De favor”, “Dia sim, dia não”, “Almas gêmeas”, “A volta do sabiá”, “Raro destaque” e a faixa-título. O disco contou com a participação de Ná Ozzetti (voz em “De favor”e “Relembrando Nazareth”), Juçara Marçal (voz em “Quem gostou de mim”), Mariana Pittier (vocais), Jonas Tatit (arranjos e violão), Marcelo Jeneci (piano, teclados e sanfona) e outros músicos.
Em 2012, apresentou no Teatro do CCBB (SP), a série de shows “A canção sem fim – Luiz Tatit e Seus Convidados”, recebendo no palco, em quatro semanas consecutivas, Ná Ozzetti, Zélia Duncan, Zé Miguel Wisnik e Marcelo Jeneci.
Em 2016, lançou o disco “Palavras e Sonhos”. Produzido por J. C. Costa Netto e com projeto gráfico de Gal Oppido, o disco trouxe as faixas “Mais útil”, “Diva Silva Reis”, “Feitiço da fila”, “Das flores e das dores”, “Musa da música”, “Musa cruza”, “Estrela Cruel”, “Planeta e borboleta”, “Do meu jeito”, “Tristeza do Zé”, “Matusalém”, “Quantos desejos” e “Palavras e sonhos”.
No ano seguinte, o álbum rendeu uma indicação ao 28º Prêmio da Música Brasileira, na categoria Pop/rock/reggae/hip hop/funk.
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.