Cantor. Compositor. Instrumentista (violonista)
Filho de Silvio Pereira de Sá e Zuleika Jambo da Costa Sá, Luiz Carlos Pereira de Sá nasceu na Casa de Saúde São Sebastião, em Laranjeiras, no Rio de Janeiro. Cresceu e passou a infância em Vila Isabel, ouvindo Noel Rosa em serestas promovidas pelo pai para a vizinhança. Começou a compor e tocar violão aos 17 anos. Passou a adolescência na Tijuca e, por saber bem o inglês aprendido nas aulas do IBEU, dava canjas cantando na língua nos bailes do Tijuca Tenis Clube quando o cantor do conjunto do acordeonista Chiquinho , Venilton Santos- que não cantava inglês – o convocava para o palco.Depois formou com os amigos Elvert Brandão, Hélio Celso Suarez, Máriozinho Pires e Pedrinho “Poeta”, um grupo que tocava nas festinhas do mesmo clube.
Luiz Carlos Sá fazia parte de um grupo de compositores e cantores que se reunia na casa de Luhli, da dupla Luhli & Lucina. Ela foi quem gravou, em 1965, suas primeiras músicas. Chegou nas gravadoras – no caso a Odeon, pelas mãos do companheiro de conjunto Mariozinho Pires. Ele o apresentou ao produtor Milton Miranda, o que teve como consequência as primeiras músicas gravadas: “Giramundo” com Pery Ribeiro, “Baleiro” com Luhli e “Capoeira de Oxalá” com Rosa Maria Colyn.
Antes de um breve período trabalhando como oficial de chancelaria no Itamaraty e como jornalista, Luiz Carlos Sá teve uma carreira solo, gravando compactos produzidos por Oscar Castro Neves na RCA com as músicas “Inaiá” e “Canto do Quilombo” e sendo gravado por nomes como o MPB4 (“Siá Menina”) e Nara Leão(“Menina de Hiroshima”, em parceria com Chico de Assis).
Ainda durante os anos 1960, se formou em direito pela Universidade Cândido Mendes, mas enquanto não consolidou a carreira de músico e compositor, o que aconteceu quando formou com Zé Rodrix e Guarabyra o trio Sá, Rodrix & Guarabyra, trabalhou como jornalista. No jornalismo, fez parte da equipe do jornal-escola “O Sol” conviveu com mestres como Reynaldo Jardim , Martha Alencar, Nelson Rodrigues, Ana Arruda Callado e Otto Maria Carpeaux, entre outros. Depois, trabalhando como programador da Rádio JB, foi chamado ara integrar a equipe do “Correio da Manhã”, editando o suplemento de música “Plug”, que fez história na época com colaboradores como Torquato Neto e Wally Salomão.
Em 1965, teve pela primeira vez gravada uma música de sua autoria: “Baleiro”, pela cantora Luli. Em seguida, Pery Ribeiro lançou “Giramundo”, que se tornou seu primeiro sucesso como autor, e Nara Leão gravou “Menina de Hiroshima” (c/ Chico de Assis). Ainda nesse ano, formou, com Sonia Ferreira, Marco Antonio Menezes, Paulo Tiago e Sidney Miller, o grupo Mensagem, acrescido, mais tarde de Luli. O grupo participou, a convite de Oduvaldo Viana Filho, do show “Samba pede passagem”, ao lado de Araci de Almeida, Baden Powell, MPB-4, Ismael Silva e o conjunto Época de Ouro.
Em 1966, participou do I Festival Internacional da Canção (TV Rio), com sua música “Inaiá”, que foi lançada em compacto simples, contendo, do outro lado, “Rei do quilombo”.
No ano seguinte, apresentou-se no programa “Ensaio Geral”, transmitido pela TV Excelsior (SP), ao lado de Gilberto Gil, Caetano Veloso e Sidney Miller, entre outros. Participou, também, ao lado de Guarabyra e Sidney Miller, do espetáculo de inauguração do Teatro Casa Grande (RJ).
No final da década de 1960, começou a atuar também como compositor de jingles, ao ser convidado por Nelsinho Motta para integrar, com Marcos e Paulo Sergio Valle, a equipe de criação da produtora Aquarius.
Em 1971, formou, com Zé Rodrix e Guarabyra, o trio Sá, Rodrix & Guarabyra.
A partir de 1974, com o desligamento de Zé Rodrix do trio, passou a atuar em dupla com Guarabyra, mantendo paralelamente a criação de jingles para campanhas publicitárias, fundando, com Rogério Duprat, Guarabyra, Luiz Arruda Botelho e Vanderlei Rodrigues o estúdio Vice Versa. Entre seus trabalhos de maior destaque nessa área, estão os jingles “Só tem amor quem tem amor pra dar” (c/ Guarabyra), para a Pepsi Cola, e “Vem pra Caixa você também”, para a Caixa Econômica Federal.
Depois de 26 anos de dupla com Guarabyra, retomou, com a volta de Zé Rodrix, a atuação em trio, cuja reestréia aconteceu no Rock in Rio III, em 2001. O trio foi, em seguida, contratado pela gravadora Som Livre, lançando o CD e DVD “Outra vez na Estrada – ao vivo”.
A partir de 2004 começou a escrever crônicas para a Revista Backstage, especializada em produção musical.
Em 2010, chegou ao mercado o CD “Amanhã”, gravado ao lado de Zé Rodrix e Guarabyra, em 2008. No repertório, suas canções “Sonho triste em Copacabana” (c/ Zé Rodrix), “Logo eu, saudade” (c/ Zé Rodrix e Guarabyra) e “Novo Rio”, além de “Nós nos amaremos” e “Marina, eu só quero viver”, ambas de Guarabyra, entre outras. O disco contou com arranjos e produção musical de Tavito.
Em setembro de 2019 foi lançado “A Ilha”(Sá & Guarabyra), o primeiro single do álbum solo de Luiz Carlos Sá batizado “Solo e Bem Acompanhado”. O single teve a participação de Roberto Frejat na voz e guitarra “slide”. Originalmente a música foi lançada por Tavito no álbum “Tavito”. Em março de 2020 foi lançado o segundo single, “Caçador de Mim”(Luiz Carlos Sá e Sérgio Magrão), com a participação do grupo Roupa Nova. A pandemia do coronavírus interrompeu o processo de lançamento do álbum. Apenas em março de 2023 foi lançado mais um single, “Mato e Morro”(Luiz Carlos Sá).
“Solo e Bem Acompanhado” foi produzido por Vinicius Sá com a coprodução de Felipe Freire e Lourival Franco. Além de “A Ilha”, Caçador de Mim” e “Mato e Morro”, as músicas registradas no álbum foram “Pra Contar Pra Mim”(Sá e Flávio Venturini), “Os 10 Mandamentos do Amor”(Sá e Pedro Baldanza), “Sem Uma Luz”(Sá, Pedro Baldanza e Vinicius Sá), “Cada Um de Nós Dois”(Sá e Cid Ornellas), “Um Povo com Vida”(Sá e Mamour Ba), “Eu Te Via Clareando (Sá e Torquato Neto), “Serra Mineira” (Luiz Carlos Sá), “Não me Empurre A Toa”(Luiz Carlos Sá) e “Sobreviver”(Luiz Carlos Sá)
O álbum foi gravado no decorrer de 20 anos, entre interrupções e retomadas do projeto por conta do trabalho de Sá com o trio, durante os anos 2010, e com a dupla Sá & Guarabyra nos anos 2010. As gravações aconteceram no Estúdio Joá, na Cia dos Técnicos e no Impressão Digital. A transcrição analógico/digital foi feita por Ricardo Carvalheira, na IAI Áudio, o álbum foi mixado na Cia. dos Técnicos por Flavio Senna. e a masterização ficou por conta der Ricardo Cecchi, na Masterização Online. Tocaram no álbum os músicos Filipe Freire (arranjos de base e violão de aço), Piero Grandi (guitarras), Miguel Sá(violão de aço), André Agra e Eugenio Dale(violão de nylon), Luiz Otávio e Márcio Pombo (teclados e pianos acústicos), Pedrão Baldanza, Alexandre Cavallo, Arthur Maia, Marcelo Mariano e Pedro Moraez (baixos), Jurim Moreira, Christiano Galvão, Cláudio Infante e Carlos César (baterias), Beto Saroldi (saxofones), Zero Telles e Armando Marçal (percussão) e Ricardo Gomes (apoio vocal). O álbum completo foi lançado em maio de 2023, no dia 19
Teve músicas de sua autoria gravadas por Ney Matogrosso, Milton Nascimento, Erasmo Carlos, Elza Soares, Golden Boys, Nara Leão, Evinha, Zizi Possi, Jorge Goulart, Gal Costa, Marina Lima, Sérgio Reis, MPB-4, Quarteto em Cy, Biquíni Cavadão e Nora Ney, entre vários outros artistas, totalizando um repertório editado de mais de 300 canções.
Entre seus maiores sucessos como compositor, constam “Primeira canção da estrada” (c/ Zé Rodrix), “Mestre Jonas” (c/ Zé Rodrix e Guarabyra), “Dona” (c/ Guarabyra), “Roque Santeiro” (c/ Guarabyra) e “Caçador de mim” (c/ Sérgio Magrão).°
Single
Participações de Frejat, Roupa Nova, Golden Boys, Armandinho Macedo, Lucy Alves e Beto Saroldi
Single com Roupa Nova
Single com Roberto Frejat
Single com Chal
(Participação:)
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.