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© Foto: Thais Andressa
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Nome Artístico
Luiz Carlos Prestes Filho (Luiz da Pedra)
Nome verdadeiro
Luiz Carlos Ribeiro Prestes
Data de nascimento
12/07/1959
Local de nascimento
Rio de Janeiro
Dados biográficos

Compositor, cineasta, compositor, letrista, jornalista, escritor, poeta, ator, ilustrador e especialista em Economia da Cultura.

Diretor e roteirista de filmes documentários para televisão e cinema formado pelo Instituto Estatal de Cinema da União Soviética (1978-1983).

Filho de Luiz Carlos Prestes, militar e político comunista com protagonismo na história do Brasil no século XX e da militante comunista Altamira Rodrigues Sobral, a Maria Prestes, aprendeu violão com seu irmão Pedro e com o cantor nativista do Rio Grande do Sul, Leopoldo Rassier (1971-1975).

Sua casa foi frequentada por nomes da cultura brasileira como Arthur Moreira Lima, José Siqueira, Beth Carvalho, Taiguara, Leopoldo Rassier, Vanja Orico, Ferreira Gullar e o compositor soviético Aram Khachaturian.

Em Moscou, entre 1970 e 1983, onde morou durante o exílio do pai e estudou cinema, Luiz Carlos teve seus filmes elogiados no programa de televisão do poeta Robert Rojdestvenski. Foi o amigo ator Innokenty Smoktunovsky, que o incentivou a estudar no instituto de cinema. Ao participar da equipe do filme “Teatro Caravela” (1980), de Valeriy Naumov, conheceu pessoalmente o fundador do Teatro Taganka, Yuri Liubimov, o compositor Alfred Schnittke e o poeta-artista-compositor, Vladimir Vysotsky.

Com a anistia política, em 1979, Luiz Carlos Prestes Filho reconquistou o direito ao passaporte brasileiro. Voltou para o Brasil em 1983, quando se aproximou de compositores de música de concerto, em especial de Guilherme Bauer e Harry Crowl. Conheceu e entrevistou o compositor César Guerra-Peixe. Durante viagens ao Pantanal estabeleceu amizade com o poeta Manoel de Barros, com quem trocou correspondências.

Foi amigo do escritor e poeta Antônio Fraga, autor do livro “Desabrigo”, desde os anos 1983 até o falecimento deste em 1993. Desde 1983, também, foi amigo do poeta, escritor, jornalista e ex-secretário municipal de cultura do Rio de Janeiro, Gerardo Mello Mourão, até o falecimento deste, em 2007.

Fundou o jornal especializado em cinema brasileiro – “Cine Imaginário” (1985-1990). Idealizou e desenvolveu séries de reportagens especiais para a revista “Manchete” (1987-1996) e publicou livros pelas editoras Record, Rocco, Topbooks, E-Papers, Estúdio F, Lacre, INAE Réptil e Quanta. Publicou artigos nos jornais “O País”, “Tribuna da Imprensa”, “O Globo” e “Jornal do Brasil”. Também nas revistas “Cinemin”, “Política Democrática” e “Inteligência Empresarial – UFRJ/Coppe-Crie”.

Em 1995, percorreu os 24 mil km das trilhas da Coluna Prestes entrevistando 450 testemunhas sobre a passagem da marcha (1924-1927). Como resultado, idealizou e realizou no Rio Grande do Sul, Paraná, Tocantins e Ceará, monumentos e memoriais em homenagem à Coluna Prestes. Coordenou a realização das obras mencionadas, que a seu convite, tiveram projetos arquitetônicos realizados pelo amigo Oscar Niemeyer (1996-2001). Nesta viagem vivenciou o nativismo gaúcho, o rasqueado pantaneiro, a catira goiana, a jiquitaia tocantinense, o bumba-meu-boi maranhense, o xaxado nordestino e a viola caipira mineira.

Entre 1999 e 2006, foi membro do Conselho Estadual de Cultura ao lado do compositor Edino Krieger, do pianista Arthur Moreira Lima, da escritora Nélida Piñon e da atriz Léa Garcia. Neste período iniciou seus estudos sobre Economia da Cultura.

Entre 2002 e 2013, exerceu o cargo de Superintendente da Economia da Cultura do Governo do Estado do Rio de Janeiro.

Em 2003, fundou o curso de graduação e o MBA de Gestão Cultural da Universidade Cândido Mendes. No mesmo ano, realizou o planejamento estratégico do Arranjo Produtivo Local de Música de Conservatória (Valença-RJ).

Em 2009, coordenou o estudo sobre o Arranjo Produtivo Local de Entretenimento de Nova Friburgo (RJ).

Entre 2010 e 2013 foi vice-presidente cultural da Associação das Escolas de Samba da Cidade do Rio de Janeiro. No mesmo período, realizou o estudo Cadeia Produtiva da Economia do Artesanato.

Em 2011, coordenou a realização da Audiência Pública “Cadeia Produtiva da Economia do Carnaval” (2011) no Congresso Nacional, Brasília, Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados Federais, juntamente com a produtora cultural, Camila Soares, e a artista, Zezé Motta.

Em 2017, lançou “Teoria das Probabilidades no Jogo, na Ciência e nas Políticas Públicas”.

Entre as homenagens recebidas, estão a Medalha Tiradentes, pelo Governo do Estado de Minas Gerais (MG); a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ) lhe conferiu o Título de Benemérito do Estado do Rio de Janeiro; as prefeituras de Crateús (CE) e de Valença (RJ) lhe concederam título de Cidadão Honorário; e a Casa de Cultura de Conservatória (Valença-RJ) lhe concedeu o título de Benemérito nº1.

Dados artísticos

Em 1973, na antiga União Soviética, organizou o conjunto musical “Saci Pererê”, do qual participaram seus irmãos Yuri, Zoia e Mariana. O grupo ganhou o primeiro prêmio do Festival da Canção Política de Togliatti, cidade da região dos Urais, Rússia.

Em 1973 começou a participar de concursos de Declamadores de Poesia de Moscou até o ano de 1977 obtendo premiações.
A partir de 1976, até 1979, foi ator do Teatro Popular do Instituto Técnico dos Bibliotecários de Moscou.

Em 1977, o grupo “Saci Pererê” se apresentou no Festival Internacional da Juventude, em Cuba.

Em 1978, na Rússia, o “Saci Pererê”, continuava apresentando repertório brasileiro em diferentes eventos dedicados ao Brasil. Em especial, naqueles relacionados com a luta contra a ditadura militar.

Em 1980, Luiz Carlos obteve o 3º lugar no Concurso Nacional da União Soviética de Declamadores de Poesia “Puchkin”, realizado na cidade de Leningrado, atual São Petersburgo, recitando o poema “Navio Negreiro” de Castro Alves, em russo e português.

Em 1989, já de volta ao Brasil, realizou o filme documentário de longa-metragem “Rio Leningrado”.

Entre 1992 e 2019 gravou o oratório “Piaçaba e Acrescidos” para coro e orquestra, com nove movimentos. Publicado em formato de livro, com ilustrações do artista Poty Lazzarotto e apresentação do poeta Alexei Bueno, foi elogiado pelos compositores Ricardo Tacuchian e Lucas Bueno; maestro Leandro Carvalho; presidente da Cia Bachiana Brasileira, Rosária Filgueiras; professora da Escola de Música de Brasília e ex-presidente do Museu Villa-Lobos, Claudia Castro; violinista da Orquestra Sinfônica Nacional, Miquelina Jorge; pelo pianista Miguel Proença; e pelos historiadores Alessandro Ventura e Ivan Alves Filho. Fazem parte da obra os movimentos “Gênese Brasil nº1”, “Abissal”, “Morro do Castelo”, “Íbis de Pedra”, “Primeiro Baile”, “Rua Fresca”, “Pharoux”, “Chapeleira”, “Dona Bárbara”, “A Praça da Baleia” e “Gênese Brasil nº2”.

Em 1993, organizou e publicou o livro de poesias “Bom Dia, Manhã” do ator Grande Othelo, com introdução de Jorge Amado e Antônio Olinto.

Em 2000, realizou o filme “A Última Coluna”.

Em 2001, realizou o filme “Vanja Vai, Vanja Vem”.

Em 2002 lançou o livro “Economia da Cultura – a força da Indústria Cultural no Estado do Rio de Janeiro”.

Em 2003, realizou o filme “Farto de Solidão”.

Em 2005 lançou o livro “Cadeia Produtiva da Economia da Música”.

Em 2010 lançou o livro “Cadeia Produtiva da Economia do Carnaval”.

Em 2016, lançou o livro “O Maior Espetáculo da Terra – 30 Anos do Sambódromo”.

Em 2019, com o nome artístico de Luiz da Pedra, gravou o álbum “Casa de Pedra”, com 24 canções, com arranjos de Luiz Eduardo de Oliveira. Seu incentivador, o Rei das Marchinhas de Carnaval – João Roberto Kelly, fez o seguinte registro sobre este trabalho: “Luiz mistura naturalmente, as canções dolentes e as cantigas folclóricas russas com a bossa e a criatividade bem cariocas de um Sinhô, de um Cartola ou de um Tom Jobim”. “Casa de Pedra”, também foi saudado pelo violinista, fundador da União Cigana do Brasil, Mio Vacite.

No álbum estão as canções “Casa de Pedra”. “Íbis de Pedra”, “Portas do Teto”, “Eu tenho um cachorrinho”, “Tôbik”, “Sementes”, “Canção da Cachorra Baleia”, “ACL”, “A Mala do Meu Pai”, “Meu Violão”, “Caixinha na mão (em parceria com João Roberto Kelly)”, “Nossa ladeira”, “Cartola”, “A Vida é Essa”, “Tentar, “Nutação, Precessão”, “Santa de Juarana”, “Labirinto”, “O que Vale”, “Sangue, Suor, Cimento”, “Extrañar”, “Esferas do Paranoá”, “Seriguela”, “Não tem Idade”. “Tem Sempre”, “Ano Novo 2018-2019”, “Recuar Jamais”, “Leilão do Coração”, “Acuse”, “Guilhotina”, “Nunca é tarde”, “Viagem”, “Marimbás”, “Corrupio”, “Guia Soberano”, “Da Vitória, Migalhas”, “Tudo Passa”, “Fome de Poder”, “Chegou a minha Vez”, “Duas Irmãs”, “Definição”, “Hoje, Vinte Minutos”, “O Di Tatuou”, “O Campista e o Joel”, “Vandreniana”, “Altay”, “Arrebentou”, “Sem Data”, “O Vidraceiro”, “O Sapateiro do Catete”, “Espelho”, “Um Olhar”, “Darlan”, “Oito, Dois, Cinco”, “Terrafusões”, “O Médico-Marceneiro”, “A Terra é Plana”, “Vila Angelina”, “Cartas sem Respostas” e “Testamento”.

Em 2019, a canção “Marimbas”, que faz parte do seu primeiro álbum, foi celebrada em grande evento no Clube Marimbas, Copacabana, tendo João Roberto Kelly como mestre de cerimônias.

Com a obra musical editada pela Todamérica Edições Ltda. ,ainda em 2019 se tornou sócio da Associação Brasileira de Música e Artes (ABRAMUS).

Em 2020, gravou com arranjos de Luiz Eduardo de Oliveira o poema para orquestra e coro “Lendas – Coluna Prestes”, obra dedicada aos 100 anos da histórica marcha revolucionária (1924-2024) liderada por seu pai, Luiz Carlos Prestes, o Cavaleiro da Esperança. Fazem parte da obra “Avante Camarada”, “Visões”, “O Herói”, “Cavalgando Peixes”, “Lendas Coluna Prestes”, “Nossa Senhora de Lourdes”, “O Anel de Ferro”, “Vivandeiras”, “Jaguncinho”, “Recuar Jamais”, “Xibéu”, “Padre Cícero e Lampião”, “A Coluna Prestes”, “Santos Revoltosos”, “O Chamado da Coluna Prestes”, “A Velocidade Marcha”, “A Travessia do Pantanal”, “Eterniza”, “A Liberdade Marcha”.

Ainda em 2020, “Imensidão”, samba de sua autoria, foi interpretado por Neguinho da Beija-Flor.

Em 2021 e 2022, publicou, respectivamente, “Brasil, você tá duro porque quer” e “Trilogia Heroica”.

Além de “Imensidão, teve ainda lançados, como fonogramas independentes, “Escadas do Metro”, ‘Anísio – Coração Maior que o Peito” e “Contato Imediato”.

Ainda em 2022, gravou o poema para orquestra e soprano “Molhem Minha Goela com Cachaça da Terra”. Obra realizada em parceria com o compositor Lucas Bueno e arranjos de Luiz Eduardo de Oliveira. A obra foi apresentada pela primeira vez na cidade de Coronel Xavier Chaves (MG), no Alambique Boa Vista, que pertenceu a Domingos, irmão do mártir da independência do Brasil, Joaquim José da Silva Xavier, conhecido pela alcunha de Tiradentes. Os arranjos e orquestração foram executados pelo maestro Modesto Fonseca. A intérprete foi a soprano Julia Félix. O trabalho foi elogiado pelas compositoras Roseane Yampolschi e Silvia Berg; compositores Ricardo Tacuchian, Hélio Sena e João Roberto Kelly; e pelo poeta Gerson Valle. Fazem parte da obra “Alambique Boa Vista”, “Evocação”, “Escritura”, “A Velha Fachada”, “Aguardente”, “Tradição”, “Gerações” e “Epílogo”.

No mesmo ano, no dia 17 de outubro, a cantora Julia Félix, acompanhada por Fernando Leitzke no piano, interpretou novamente  “Molhem minha goela…”. A apresentação aconteceu na Sala Darcy Ribeiro da Biblioteca Parque. O evento fez parte das ações em torno do projeto “Passaporte do Bicentenário”, que comemorou os 200 anos na Independência do Brasil, realizado com o apoio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa e o Instituto Estadual do Patrimônio. No mesmo evento, o presidente do Instituto Cultural Cravo Albin, Ricardo Cravo Albin falou sobre o tema “porque a cachaça foi eleita pelos participantes da Inconfidência Mineira como símbolo de brasilidade e liberdade”. O compositor Ricardo Tacuchian, ex-presidente da Academia Brasileira de Música (ABM), palestrou sobre a estrutura musical e poética da obra. Nos dias 12 e 13 de novembro, a obra foi apresentada mais uma vez. O concerto aconteceu no Teatro Guaíra, em Curitiba, no âmbito da oitava edição do Festival de Ópera do Paraná. A obra foi interpretada pela orquestra de cordas da Universidade Federal de São João del-Rei com arranjos de  Modesto Fonseca.

Em dezembro de 2022 foi eleito sócio do Pen Clube do Brasil.

Em janeiro de 2023 lançou o EP “Fantasia Musical do Jogo do Bicho”. O EP teve gravadas três peças de composição próprias  “A Invenção do Barão de Drummond”, “O Jogo do Bicho Conquista o Brasil” e “O Sonho da Sorte”. A peça “Brasil, Você Tá Duro Porque Quer” é um arranjo autorizado pelo autor da música João Roberto Kelly. A direção musical foi de Luiz Eduardo de Oliveira e o arranjo de Luiz Eduardo de Oliveira e Luiz Carlos Prestes Filho.

Em abril de 2023, no dia 25, apresento no Teatro da UFF, em Niterói(RJ) a obra “Molhem a minha goela com a cachaça da terra” acompanhado de Julia Felix na voz e Lucas Bueno no piano. A apresentação fez parte de um programa dupli no qual o percussionista Robertinho Silva mostrou o espetáculo “O império dos metais”.

Em junho de 2023 publicou, no site “O Progresso”, texto sobre a peça “Olga e Luiz Carlos”, que ficou em cartaz no Sesc Copacabana (Rio de Janeiro, RJ). No texto, Prestes filho discorreu sobre os amores de Luiz Carlos Prestes – Olga Benário e Maria Prestes – e um livro de ficção (“A inspiradora de Luiz Carlos Prestes”) criado com base na trajetória da Coluna Prestes, que colocava uma personagem fictícia – Taciana – como a motivação para  a formação dessa coluna: “A inspiradora de Luiz Carlos Prestes” fazendo também uma crítica à peça.

 

Discografias
2023 Fantasia Musical do Jogo do Bicho

EP

2022 Independente Molhem minha goela com a cachaça da terra
2021 Independente Lendas - Coluna Prestes (Poema para orquestra)
2020 Todamérica Piaçaba e acrescidos (oratório)
Clips
2016 Assistir Clip Entrevista Luiz Carlos Prestes Filho Luiz Carlos Prestes Filho, Especialista em Economia da Cultura, trata do tema "Carnaval do País da Festa" na sessão de encerramento do Fórum Especial, realizado em 15.09.2016 no BNDES - RJ.