Cantora. Compositora.
Filha de músico, seu pai foi um dos integrantes do grupo Raciocínio Lento, também formado por músicos e compositores de Salvador, onde nasceu e foi criada.
Começou a compor aos 17 anos.
No ano de 2007 entrou para o curso Direito, na Universidade do Estado da Bahia.
Em 2011 começou a estudar canto popular na Escola Baiana de Canto Popular, da professora Ana Paula Albuquerque. No ano posterior, em 2012, participou da oficina “AlimaCanta”, de Canto Essencial, ministrada pela cantora e compositora argentina Mariana Pereiro. Também em 2012, na cidade de Salvador, passou a fazer parte do Bando Cumatê, coletivo que trabalhava com pesquisa, difusão e fomentação de manifestações artísticas tradicionais da cultura brasileira.
Foi co-fundadora do Palavra Preta, mostra que reunia compositoras e poetas negras de todo o Brasil.
A partir do ano de 2011 apresentou-se em recitais nos principais palcos de Salvador, atuando também como cantora da noite nos bares, principalmente em Rio Vermelho, bairro boêmio da cidade.
No ano de 2013 tornou-se a vencedora da etapa regional do “Festival da Canção Francesa”, realizado na Aliança Francesa. No mesmo ano, cantou no espetáculo “Ponto Negro em Tela Branca”, da diretora Kléia Maquenda. Neste mesmo ano de 2013, foi uma das fundadoras do coletivo de compositoras M.O.V.A, da cidade de Salvador. No ano seguinte, em 2014, lançou o single “Dentro ali”, com as faixas autorais “Asas”, “Eu rio” (ou águas de Júnia) e “Às cegas”, esta última em parceria com Emillie Lapa, além da faixa-título “Dentro ali”.
Em 2015 finalizou o CD “UnsZansoutros”, projeto junto a compositores baianos da nova geração. O grupo foi um dos participantes do evento “Tributo aos Novos Baianos”, realizado pelo site Jardim Elétrico, em São Paulo, reunindo artistas variados, tais como Cícero, A Banda Mais Bonita da Cidade, Diogo Poças e Thamires Thanouss, além do coletivo Uns Zanzoutros, representante baiano no tributo. Ainda em 2015, apresentou-se em São Paulo e no Rio de Janeiro, acompanhada pela violonista e cantora Emillie Lapa. Também no Rio de Janeiro, abriu o show da cantora Teka Balluthy e Convidadas (Késia Estácio e Juliana Diniz), no projeto “Foco MPB”. Montou o espetáculo intitulado “Fiz uma canção para o vento”, com o qual percorreu diversos lugares de Salvador, destacando-se o Teatro XVIII.
Em 2017 lançou o CD “Um Corpo no Mundo”, canção homônima do álbum que mescla ritmos afro-brasileiros a jazz e blues. O álbum foi produzido por Sebastian Notini e mistura sonoridades como MPB, jazz, ritmos do congo, samba, reggae e batuque baiano com letras que tratam sobre pertencimento, imigração e a identidade afrobrasileira. Participaram do CD o cubano Aniel Someillan (baixo), o sueco, radicado na Bahia, Sebastian Notini (arranjo), o soteropolitano Rudson Daniel (percussão), o filho de congolês François Muleka (violão) e Kato Change (guitarra), do Kênia. Após o lançamento de “Um Corpo no Mundo”, realizou mais de 50 shows nas capitais do Brasil. “Os arranjos foram pensados coletivamente, pois era importante que cada músico se sentisse parte do trabalho e não um simples executor. Essa junção resultou uma realização sem fronteiras e de difícil definição. ‘Um Corpo no Mundo’ é um disco do mundo!”, explicou a artista ao site da Red Bull. Com este trabalho, venceu “Prêmio Afro” de 2017 e contou com a produção de Sebastian Notini, músico sueco radicado na Bahia, também produtor dos dois últimos discos de Tiganá Santana, e da também baiana Virgínia Rodrigues. No mesmo ano foi a vencedora do Prêmio Caymmi na categoria Revelação.
Em 2018, se apresentou turnê do CD “Um corpo do Mundo” por 5 estados do país, com apoio do Natura Musical. No mesmo ano foi vencedora do Natura Musical 2018 – Prêmio Bravo 2018 na categoria Revelação e indicada ao Prêmio Multishow na categoria Revelação do ano.
Em 2019 lançou EP ‘Mundo’ com releituras do CD “Um corpo no mundo” (2017), fruto de uma parceria com DJ Nyack e com participações de artistas do rap nacional, como Djonga, Tássia Reis e Rincon Sapiência. No mesmo ano iniciou a turnê internacional e lançamento do CD “Um corpo no mundo” na Europa através do selo europeu Stern Music. Apresentou-se em Montreal no Canadá, no “Montreal Jazz Festival”, ao lado de Melody Gardot, Norah Jones, Bebel Gilberto e Mr Eazy, em Toronto (Canadá) e no “Lula Lounge o ato” na abertura do show da vocalista e guitarrista Luanda Jones. Na Europa se apresentou em Amsterdã (Holanda) no “Amsterdam Roots Festival”, em Berlim (Alemanha), no “Haus der Kulturen der Welt” (HKW) durante o projeto “Wassermusik: Black Atlantic Revisited” ao lado de Milton Nascimento. Ainda na Alemanha, se apresentou em Frankfurt no “Rudolstadt Festival”. Depois seguiu para Lisboa, Porto, Ilha da Madeira e Sines em Portugal, dentre outros países europeus.
Em 2020 lançou o CD autoral “Bom mesmo é estar debaixo d’água”, em que dividiu a produção musical com o guitarrista queniano Kato Change. O disco inclui as faixas “Uanga”; “Tirania” (c/ Ravi Landim); “Chororô” (c/ François Muleka); “Ain’t got no” (c/ Conceição Evaristo); “Ain’t I a Woman?” (c/ Ravi Landim); “Recado” (c/ Dejanira Rainha Santos Melo); “Bom mesmo é estar debaixo d’água” (c/ François Muleka); “Origami”; “Lençóis” (c/ Cidinha Silva), que teve participação da cantora mineira Tatiana Nascimento; “Erro” (c/ Marissol Mwaba); “Manto da noite” (c/ Ravi Landim); “Goteira”.
Em 2022 lançou o CD “BMDA Deluxe”, em sequência ao álbum anterior “Bom mesmo é estar debaixo d’água, com 10 músicas inéditas dentre as 13 faixas, e participações especiais do duo Yoùn em “Salto”, da cantora e compositora norte-americana Mereba em “Pele”, do rapper norte-americano Oddisee em “Sinais”, das cantoras Aza Ndjeri, Linn da Quebrada, Mayra Andrade e Winnie Bueno em “O que é o amor?”, entre outros.
Em 2024 participou do “Projeto Aquarius”, ao lado de Xênia França e Rael, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, em que se apresentaram acompanhados pela Orquestra Experimental de Repertório, sob a regência do maestro Wagner Polistchuk.