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Nome Artístico
Louro
Nome verdadeiro
Lourival Inácio de Carvalho
Data de nascimento
22/4/1894
Local de nascimento
Niterói, RJ
Data de morte
17/6/1956
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Clarinetista. Compositor.

Ainda criança, fez parte do Centro Musical Fluminense, nome da banda da Companhia Manufatora Fluminense, onde trabalhava.

Dados artísticos

Um dos intérpretes mais atuantes nas primeiras décadas do século.  Formou seu próprio conjunto, o Grupo do Louro, constituído de clarinete, cavaquinho e violão.  Este grupo realizou inúmeras gravações para a Casa Edison com um repertório de polcas, valsas, tangos e gêneros característicos da época.  Foi responsável pela primeira gravação de “Urubu malandro”, em 1913 , que recebeu o título de “Samba do urubu”,  classificado como “dança característica”. A autoria da composição foi atribuída a ele embora,  tenha havido discordâncias a esse respeito.  Jota Efegê afirmou que a polca foi composta por Francisco Antônio dos Santos em  homenagem ao Grupo dos Urubus Malandros  do Clube dos Fenianos editada em 1894 por Buschmann e Guimarães.  Segundo  Jairo Severiano,  ele teria  sido somente o  autor das variações que a popularizaram, sendo o  “Urubu malandro” um antigo tema folclórico da região norte do Estado do Rio de Janeiro. O pesquisador  comparou a partitura da polca de Francisco dos Santos com a gravação realizada pelos Oito Batutas e verificou que se tratam de músicas diferentes.  Excelente para improvisos, foi um dos temas  preferidos de Pixinguinha e outros mestres do choro para a realização de variações. Ainda no mesmo ano, fez com seu grupo uma série de mais 13 gravações para a Phoenix, todas de sua autoria,  incluindo o tango “Louro na zona”; a polca “Olga no choro”; a mazurca “A moça” e a valsa “Bela”. 

Em 1914, fez diversas gravações para a Odeon com seu grupo interpretando, entre outras, as polcas “Sentida”, de Anacleto de Medeiros; “Ameno Resedá”, de Ernesto nazaré; “Bela madrugada”, de Otávio Dutra, o xote “As mágoas do Louro” e o tango “Catinga de mulato”, de sua autoria. Em 1915 gravou de sua autoria o tango “O boi no coqueiro” e teve o samba “Moleque vagabundo” gravado pelo Grupo Odeon. Em 1916 gravou com seu grupo, de sua autoria, a polca “Sai ranzinza” e a toada sertaneja “Meu boi morreu”, de autor desconhecido, entre outras. 

Em 1919, apresentou-se com seu grupo no Teatro João Caetano no Rio de Janeiro. No mesmo ano, gravou com seu grupo a valsa “Amar e sofrer”, de Cardoso de Menezes; a polca “O peru na feijoada”, de sua autoria, e o xote “Silêncio do amor”, de Carmen S. Melo. Atuou na sala de espera do mesmo teatro. Frequentador da festa da Penha, consta que em um desafio ao flautista Alfredinho teria subido os degraus da igreja da Penha tocando sua composição “Choro do galo”. Em 1921, gravou pelo selo Jurity várias músicas de sua autoria como o xote “Olhos pretos”; a mazurca “Carolina”; o samba “Pro Rei Alberto ver” e a valsa “Saudades de Iraci”. 

Em 1922, gravou pelo selo Popular o samba “Se a bomba arrebenta”, de Donga, e a marcha carnavalesca “Fala baixo”, de Sinhô, sucesso nos festejos de Momo daquele ano. Em 1976, seu choro “Urubu malandro”, foi gravado por Netinho do clarinete, no LP “Chorinho, cuíca e tamborim – Netinho e seu conjunto”, da RCA.

Discografias
1922 Popular 78 Fala baixo
1922 Popular 78 Recordação
1922 Popular 78 Sai da frente, mé mé
1922 Popular 78 Se a bomba arrebenta
1921 Jurity 78 Boa-noite, meu santo
1921 Jurity 78 Carolina
1921 Jurity 78 Choro do galo
1921 Jurity 78 Então não toca
1921 Jurity 78 No saco de São Francisco
1921 Jurity 78 O bichinho que remói
1921 Jurity 78 Olhos pretos
1921 Jurity 78 Pro rei Alberto ver
1921 Jurity 78 Sai do mato Nhô Chico
1921 Jurity 78 Saudades de Iraci
1921 Jurity 78 Sodade do sertão
1921 Jurity 78 Taco...taco...taco
1919 Odeon 78 Amar e sofrer
1919 Odeon 78 Não te quero
1919 Odeon 78 O Louro em apuros
1919 Odeon 78 O namoro do Avelino
1919 Odeon 78 O peru na feijoada
1919 Odeon 78 Oh! Com os diabos
1919 Odeon 78 Silêncio do amor
1919 Odeon 78 Traidora
1916 Odeon 78 A cara me cai
1916 Odeon 78 Afinadinho
1916 Odeon 78 Mato Grosso
1916 Odeon 78 Meu boi morreu
1916 Odeon 78 O pelintra
1916 Odeon 78 Os chaleiras
1916 Odeon 78 Quando ela gosta
1916 Odeon 78 Sai ranzinza
1916 Odeon 78 Vira negrada
1915 Odeon 78 O boi no coqueiro
1914 Odeon 78 A galinha
1914 Odeon 78 Ameno Resedá
1914 Odeon 78 As mágoas do Louro
1914 Odeon 78 Bela madrugada
1914 Odeon 78 Casamento de amor
1914 Odeon 78 Catinga de mulato
1914 Odeon 78 Coração de ouro
1914 Odeon 78 Coração que chora
1914 Odeon 78 Dois amores
1914 Odeon 78 Eugênia
1914 Odeon 78 Fugitiva
1914 Odeon 78 Jupira
1914 Odeon 78 Malandra
1914 Odeon 78 O Louro no choro
1914 Odeon 78 Pensativa
1914 Odeon 78 Perdoa
1914 Odeon 78 Rumo ao mar
1914 Odeon 78 Saudades de Dinorá
1914 Odeon 78 Se eu te dissesse
1914 Odeon 78 Sentida
1913 Phoenix 78 A moça
1913 Phoenix 78 Bandine
1913 Phoenix 78 Bela
1913 Phoenix 78 Casa Phoenix
1913 Phoenix 78 Eu sou noivo
1913 Phoenix 78 Eutímio
1913 Phoenix 78 Irene
1913 Phoenix 78 Isaura
1913 Phoenix 78 Jupira
1913 Phoenix 78 Louro na zona
1913 Phoenix 78 Mário Vieira
1913 Phoenix 78 Olga no choro
1913 Phoenix 78 Samba do urubu
1913 Phoenix 78 Vicente brincando
1913 Phoenix 78 Zumalê
Obras
A galinha
A moça
As mágoas do Louro
Bandine
Bela
Boa-noite, meu santo
Carolina
Casa Phoenix
Catinga de mulato
Choro do galo
Então não toca
Eu sou noivo
Eutímio
Irene
Isaura
Jupira
Louro na zona
Moleque vagabundo
Mário Vieira
No saco de São Francisco
Não te quero
O bichinho que remói
O boi no coqueiro
O peru na feijoada
Olga no choro
Olhos pretos
Pro rei Alberto ver
Sai do mato, nhô-Chico
Sai, ranzinza
Samba do urubu
Saudades de Iraci
Taco... taco... taco
Vicente brincando
Zumalê
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

EFEGÊ, Jota. Figuras e coisas do Música Popular Brasileira. Rio de Janeiro: MEC/FUNARTE, 1978.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume 1. São Paulo: Editora 34, 1997.

VASCONCELOS, Ary. Panorama da Música Popular Brasileira. Volume 1. Rio de Janeiro: Martins, 1965.