
Jornalista. Compositor. Nasceu no pequeno lugarejo de Jericó, município de Guimarães, no interior do Maranhão e, segundo reza a lenda, em noite com fogueira acesa e bumba-meu-boi tocando. Com um ano de idade foi levado para a cidade de São Luís, para ser criado por uma tia. Estudou nos colégios Sousândrade, Maristas Champagnat e Ateneu Teixeira Mendes. Posteriormente, ingressou na Escola Técnica de Comércio, do Centro Caixeiral. Trabalhou muito tempo com o pai na vidraçaria São João Batista. Em 1953, terminou o curso de contabilidade. Começou então a lecionar. Publicou, às próprias custas, os livros “À Luz de um novo dia”, em 1976, “Prosopopéia”, em 1979, “Pregões de São Luís”, em 1980, “Pedras da rua”, em 1988, e “Quadriculando”, em 1993. Em 1973, recebeu uma medalha de prata e um diploma do Ministério da Aeronáutica, por ocasião do centenário de Santos Dumont, para quem compôs o hino “O pai da aviação”.
Sua obra é considerada extremamente fértil, misturando ritmos locais como o carimbó e o coco, com o samba e o baião, porém obscura. Suas composições foram gravadas por artistas maranhenses, como Antonio Vieira e o grupo Cobra do Norte, e por Ari Lobo. Iniciou-se no radialismo como rádio-escuta da Rádio Timbira do Maranhão, da qual foi diretor artístico de 1966 a 1973. Foi colaborador do Jornal Pequeno. Foi conselheiro da Ordem dos Músicos do Maranhão. Em 1954, compôs sua primeira música “Manchete de jornal”. Em 1962, Ari Lobo gravou, pela RCA Victor, “350 anos de São Luís”, parceria com João do Vale. No ano seguinte, o mesmo Ari Lobo gravou “Papai Noel do rico e do pobre”, em LP CBS. Embora não tivesse formação musical formal, em 1964, regeu o Sexteto Musical e a Orquestra São Luís, com o apoio do pianista Ribamar Costa Filho. Em 1966, seu frevo “É pra valer” tornou-se o hino do Casino Maranhense. Em 1972, o coco “Romeiro” foi gravado por Ari Lobo, no LP “Piedade Senhor”, da gravadora Som/Copacabana. Dois anos depois, Ari Lobo gravou o baião “Balaio de Guarimã”, com Antônio Vieira, em LP da gravadora Som/Copacabana. Em 1975, compôs o samba “Obrigado Salgueiro”, agradecendo a Joãozinho Trinta, pela homenagem ao Maranhão, com a qual o Salgueiro tornou-se campeão do carnaval carioca naquele ano. Em 1976, a Escola de Samba Flor do Samba, cujo nome foi por ele escolhido sagrou-se campeã do carnaval de São Luís, com o enredo “Aquarela do Brasil”. Em 1978, o samba “A gente e o mar” foi gravado por Nonato, no LP “No balanço jovem de Nonato e seu conjunto” da RCA Camden. Em 1986, gravou “Encruzado”, de sua autoria, no compacto “Velhos moleques” da Sotaque Produções/MUS que contou ainda com as participações de Cristóvão Colombo, Agostinho Reis e Antônio Vieira. Em 1988, os textos musicais do livro “Pregões de São Luís” foram gravados em LP,, que seria relançado em 1998, em forma de CD, com o título de “Pregoeiros”, com arranjos do maestro Ubiratan Souza, com destaque para faixas como o samba-maxixe “Pião”. Em 2007, o selo Saravá Discos, do cantor e compositor Zeca Baleiro, produziu uma homenagem ao compositor maranhense no CD tributo “Balançou no congá”, que contou com gravações do próprio autor em algumas faixas, como “Balaiei sim” nas quais foi acompahado pelos violões de Zeca Baleiro e Swami Jr. e também com as participações especiais de Germano Mathias em “Eu sou do apartamento aqui de baixo”, Beth Carvalho em “Sambista de fato”, Rita Ribeiro em “A gente e o mar”, Genival Lacerda em “Encruzado” e Alcione em “350 anos de São Luís”, parceria com João do Vale. Também estão incluídas no disco as faixas “Balançou no congá”; “O gato ladrão (Vinheta)”; “Siricora”; “Produto de gafieira”; “Sapoti” e “Marieta”, na voz do próprio autor, além de “Balaio de Guarimã”, com interpretação de César Teixeira e Josias Sobrinho; “Minha companheira” interpretada por Zeca Baleiro; “Mimo cheiroso”, por Tião Carvalho; “Papai Noel do rico e do pobre”, por Chico Saldanha, e “Produto de gafieira”, por Criolina. Deixou cerca de 300 composições a maioria delas inéditas.