Compositor. Cantor.
Na adolescência, formou conjuntos musicais com seus irmãos, como os “Beavers”, integrado, também, por Beto Guedes. Muitos de seus 11 irmãos tornaram-se músicos, como Márcio Borges, seu parceiro constante, e Telo Borges, autor, junto com o irmão Márcio, de “Vento de maio”, música que foi gravada por Lô e também por Elis Regina.
Foi um dos “fundadores” do Clube da Esquina, ao lado de Márcio Borges, Milton Nascimento, Beto Guedes, Fernando Brant, Ronaldo Bastos, Wagner Tiso, Toninho Horta e Túlio Mourão, entre outros. O nome do grupo nasceu devido ao hábito desses compositores mineiros (com exceção de Milton, que nasceu no Rio de Janeiro, mas foi criado em Três Pontas, MG) se reunirem na esquina das ruas Paraisópolis e Divinópolis, no bairro de Santa Tereza, em Belo Horizonte, para trocar idéias musicais.
No início dos anos 1970, liderados por Milton Nascimento, foram para o Rio de Janeiro, onde, em 1972, foi lançado o disco “Clube da Esquina”. Das 21 faixas do disco, oito são de sua autoria, em parceria com Márcio Borges, Ronaldo Borges e Milton Nascimento. Sua participação foi fundamental nesse disco, ajudando a caracterizar a sonoridade do Clube da Esquina, o que faria mais tarde o guitarrista americano Pat Metheny enviar um amigo ao Brasil “para tentar descobrir a causa da originalidade da música feita por The Corner Club, a qual eles ouviam nos Estados Unidos desde meninos” ( Cf. Márcio Borges. Os sonhos não envelhecem. São Paulo: Geração Editorial, 1996, p. 351). Na contracapa do disco, seu nome aparece em destaque ao lado do de Milton Nascimento.
Em 1973, lançou pela EMI-Odeon um LP solo, que ficou conhecido como o Disco do tênis. O LP, que contou com a participação de Beto Guedes, Flávio Venturini, Vermelho e Sirlan, não atingiu o sucesso esperado.
Em 1978, foi lançado “Clube da Esquina 2”, que contou com apenas duas composições suas: “Pão e água” (c/ Roger e Márcio Borges) e “Ruas da cidade” (c/ Márcio Borges).
Em 1979, gravou o LP “Via Láctea”.
Em 1980, lançou “Os Borges”, com composições de Yé Borges, Márcio Borges, Marilton Borges, Telo Borges, Nico Borges e Solange Borges, além de “Eu não sou como você é”, de sua autoria.
Suas canções foram gravadas por vários intérpretes, como Milton Nascimento, Nana Caymmi, Simone e Gal Costa. Elis Regina gravou “O trem azul” (c/ Ronaldo Bastos), título do último show da cantora, que gerou o álbum duplo homônimo, gravado ao vivo e lançado, em 1982, pela Som Livre.
Ainda na década de 1980, lançou os LPs “Nuvem cigana” (1982), “Sonho real” (1984) e “Slolo” (1987).
Em 1996, gravou o CD “Meu filme”, contendo parcerias inéditas com Caetano Veloso (“Sem não”) e Chico Amaral, além da participaçãos de músicos como Marcos Suzano, Milton Nascimento e o grupo Uakti.
Em 2000, voltou a se reunir com os amigos do Clube da Esquina, em encontro informal na casa de seu irmão Márcio Borges, para comemorar os 30 anos da canção que compôs em parceria com Márcio, “Um girassol da cor do teu cabelo”, gravada no primeiro disco do Clube.
Em 2001, lançou o CD “Feira moderna”, contendo suas canções “Trem de doido”, “Um girassol da cor do seu cabelo”, “Ela” e “Tudo que você podia ser”, todas com Márcio Borges, “Equatorial” (c/ Márcio Borges e Beto Guedes), “Nuvem cigana”, “O trem azul” e “Sonho real”, todas com Ronaldo Bastos, “Para Lennon & McCartney” (c/ Márcio Borges e Fernando Brant), “Clube da esquina nº 2” (c/ Márcio Borges e Milton Nascimento), “Paisagem da janela” (c/ Fernando Brant) e a faixa-título (c/ Beto Guedes e Fernando Brant), além de “Fé cega, faca amolada”, (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos), “A página do relâmpago elétrico” (Beto Guedes e Ronaldo Bastos) e “Vento de maio” (Telo Borges e Márcio Borges).
Em 2003, lançou o CD “Um dia e meio”, contendo sua canção “Quem sabe isso quer dizer amor” (c/ Márcio Borges), gravada originalmente por Milton Nascimento no CD “Pietá” (2003), além das inéditas “Tudo em cores pra você”, “Olá como vai” (c/ César Maurício) e “Qualquer lugar”, todas com César Maurício, “Até o amanhecer”, “Sonho novo” e “Topo do mundo”, todas com Márcio Borges, “Chega pra ficar” (c/ Ronaldo Bastos), “Açúcar Sugar” (c/ Tom Zé), “Por que não” (c/ Arnaldo Antunes), a canção-título (c/ Chico Amaral) e “Tão bom”, essa última sem parceiro. Fez show de lançamento do disco no Canecão (RJ), com a participação de Samuel Rosa, do grupo Skank, seu parceiro em várias canções, como “Dois rios”.
Lançou, em 2007, o CD “Bhanda”, tendo a seu lado os músicos Giuliano Fernandes (guitarras e sitar), Barrat (baixo e sintetizadores), Robinson Matos (bateria) e Victor Mazarelo (teclados). No repertório, suas canções “Trem das coisas” e “Carnaval de cor”, ambas em parceria com seu irmão Marcio Borges, e “O som das estrelas”, entre outras.
Em 2017, no Circo Voador, Rio de Janeiro, apresentou o show “Disco do Tênis”, em homenagem aos 45 anos do seu disco solo de estreia “Lô Borges”, lançado em 1972. O evento foi aberto pela banda carioca Dônica, e contou com músicos acompanhantes comandados por Pablo Castro. O disco teve uma reedição especial em vinil lançada neste mesmo ano.
Em 2018 revisitou suas obras ao sair em turnê com um show autoral. Devido ao grande sucesso de público e crítica, ele decidiu produzir o DVD “Tênis + Clube Ao Vivo no Circo Voador”, lançado pela gravadora Deck Disc. O registro foi gravado com direção de Daniel Ferro. Seu repertório trouxe 24 canções, todas de sua autoria, dentre elas, 15 faixas das canções que escreveu para o LP “Clube da Esquina” e “Para Lennon & McCartney”. Na ocasião foi acompanhado por Pablo Castro (voz, violões, piano, guitarra e vocais), Gui de Marco (violões, guitarras, percussão e vocais), Paulim Sartori (contrabaixo, bandolim, percussão e vocais), D’Artagnan Oliveira (bateria, percussão e vocais), Dan Oliveira (guitarras, violões, percussão e vocais) e Alê Fonseca (teclados e programações).
Em 2019 lançou o CD “Rio da Lua”, com dez parcerias com Nelson Angelo. O lançamento ocorreu no Theatro Net Rio na cidade do Rio de Janeiro, e na ocasião foi acompanhodo por Henrique Matheus (guitarras), Telo Borges (teclados), Renato Valente (baixo) e Robinson Matos (bateria). O processo de composição de “Rio da Lua” trouxe parceria inédita com Nelson Angelo. Outra novidade foi o uso do Whatsapp, na troca dinâmica de mensagens digitais com o Nelson no ato das composições.
Em 2020 lançou o álbum “Dínamo”, contendo 10 parcerias com o compositor, poeta e violonista piauiense Makely Ka. As músicas foram compostas com o poeta mandando as letras via aplicativos de mensagem para Lô, que fez as melodias. A música que deu título ao álbum teve a participação de Samuel Rosa. Gravado e mixado pelo coprodutor Henrique Matheus, o álbum foi produzido por Lô Borges, que também cantou e tocou violão acompanhado por Henrique Matheus (guitarras), Fernando Monteiro (bateria), Nara Torres (percussões), Telo Borges (piano e teclados) e Thiago Corrêa (contrabaixo). As músicas incluídas no álbum foram “O Mundo Gira Sobre Si”; “Dínamo”; “Apontando o Norte”; “Quantos Janeiros”; “Lava do Vesúvio”, “Desvario”, “Altajuda”, “Refúgio”, “Outra Canção” e “O Caos da Cidade”.
Em 2021, lançou “Muito Além do Fim”. O trabalho foi construído a partir de 10 parcerias com o irmão Márcio Borges. Lô Borges foi acompanhado pelos músicos Henrique Matheus (guitarra), Robinson Matos (bateria) e Thiago Corrêa (contrabaixo, teclados e percussão). Henrique Matheus e Thiago Corrêa também assinam com Lô a produção musical do álbum. Paulinho Moska fez uma participação na faixa título. As músicas incluídas foram “Muito Além do Fim” (participação de Moska), “Muito Querida”, “Copo Cheio”, “Vida Ribeirão”, “Rainha”, “Canções de Primavera”, “Caos”, “Melhor Assim”, “Terra de Gado” e “Piano Cigano”.
Em março de 2022 lançou o álbum “Chama Viva”, com 10 músicas em parceria com Patrícia Maês. O trabalho teve ainda as participações de Milton Nascimento, Beto Guedes, Patrícia Maês e Paulinho Moska. Milton Nascimento cantou na faixa “Veleiro”; Beto Guedes participou de “Primeira lição”; Patricia Maês de “Desabrochando flor” e Paulinho Moska emprestou sua voz em “Fica no ar”. Lô Borges (voz e órgão) foi acompanhado por Henrique Matheus (guitarras), Thiago Corrêa (contrabaixo, teclado e percussão) e Robinson Matos (bateria). As músicas gravadas no álbum foram “Sem Véu”, “Veleiro”, “Desabrochando a Flor”, “Silêncio no Mar”, “Primeira Lição”, “Outro Verão”, “Fica no Ar”, “No Colar”, “Ascender” e “Chama Viva da Canção”.
Em outubro lançou, com o arquiteto joão Diniz, o EP Hexagono: trabalho sonoro colaborativo feito entre 2021 e 2022. O parceiro de Lô Borges, além de ser arquiteto, realizou trabalhos com artes gráficas e visuais, fotografia, literatura e música, incluindo as capas dos álbuns recentes de Lô Borges. No EP, Lô Borges colocou vocais e melodias sobre os ambientes sonoros, bases harmonicas e eletrônicas previamente compostas e gravadas pelo arquiteto.
No mesmo ano, após a pandemia, voltou a viajar para fazer shows.
Em 2024 lançou o single “Tobogã”, prévia do álbum com 12 músicas inéditas, todas parcerias com Manuela Costa. Além de Lô Borges (voz e violão), tocaram no trabalho Henrique Matheus (guitarra), Thiago Corrêa (contrabaixo, teclados e percussão) e Robinson Matos (bateria). As músicas gravadas foram “Tobogã”, com participação de Fernanda Takai, “Vou ventando pra você”, “Minas e Marte”, “Pouso da manhã”, “Esqueça tudo”, “Presente”, “Amor real”, também com Fernanda Takai participando, “Teia”, “Colar de cobre”, “Poema secreto”, “Até a Terra balança” e “Na curva de um rio”.
Single
EP em parceria com João Diniz
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.
BORGES, Márcio. Os sonhos não envelhecem. São Paulo: Geração Editorial, 1996.