
Maestro. Compositor. Arranjador. Cantor. Violonista. Guitarrista.
Filho do clarinetista Abel Ferreira, cursou regência na Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Estudou ainda no Conservatório Villa-Lobos, onde fez o curso de formação de professores de educação musical.
Recebeu de Iberê Gomes Grosso os fundamentos do violoncelo, e de José Vieira Brandão os de regência coral. Interrompeu sua graduação em regência pelo exercício da mesma.
Entre os anos de 1970 e 1985, estudou com o maestro José Siqueira.
Em 1972, recebeu do governo francês um “patronage”, freqüentando então as aulas de Olivier Messiaen e Roger Boutry, no Conservatório de Paris.
Recebeu declaração de notório saber dos maestros Mário Tavares, Ernani Aguiar, Guerra-Peixe e Henrique Morelembaum. Em outubro de 1972, fixou-se em Mannhein, Alemanha, onde recebeu orientação musical de Cláudio Santoro, então professor de composição e regência daquela respeitada Escola. Concluiu o curso de regência na UFRJ, em 2000.
Iniciou sua carreira musical na Rádio Ministério da Educação do Rio de Janeiro como barítono, aos 19 anos. Por essa época, já atuava ao lado de seu pai, tocando em shows. Em pouco tempo, passou a ser convocado para importantes gravações. Sua primeira orquestração profissional foi para o cantor e compositor Sérgio Ricardo, pela Philips (1965).
Com Gilberto Gil, gravou o LP “Louvação”, tornando-se parceiro do compositor baiano.
Em 1967, passou a integrar a Orquestra da TV Globo do Rio de Janeiro e, em seguida, a Orquestra de Erlon Chaves. A partir de então, trabalhou com Maria Bethânia, Gal Costa,Caetano Veloso, Lennie Dale, Miele e Bôscoli. Orquestrou os temas para o filme “Proezas de satanás na Vila de Leva e Traz”, do cineasta Paulo Gil Soares.
Em 1968, quando atuava com Miele, Maria Bethânia e Lennie Dale no Blow-up de São Paulo, foi convidado para reger um show latino-americano na então União Soviética, à frente da Orquestra Gosconcert de Moscou. Neste mesmo ano, Gilberto Gil incluiu em seu LP, lançado pela gravadora Philips, “Frevo rasgado”, parceria de ambos. De volta ao Brasil, gravou seu primeiro LP, “Imagem barroca nº 2”, pela CBS, depois de ter gravado em Madri, à frente da Orquestra do Palácio de Música. Voltando à TV Globo, em 1970, foi chamado para reger, ao lado de Mário Tavares, a grande Orquestra da Rede Globo, no “FIC” (Festival Internacional da Canção), orquestrando grandes sucessos do evento. Em seguida, foi nomeado diretor musical do programa “Som Livre Exportação”.
Em 1975, regeu o festival “Abertura”, realizado no Teatro Municipal de São Paulo. Nesta época, recebeu o prêmio de “Melhor arranjo” pelo LP de Maria Creuza (RCA).
Em 1976, ao lado de Augusto César Vanucci, participou dos programas “Saudade não tem idade” e das séries “Sexta nobre” e “Globo de Ouro”. Ainda neste ano, escreveu o “Especial de fim de ano”, de Roberto Carlos, tendo preparado o show do cantor no Canecão, Rio de Janeiro.
Na Rede Manchete, escreveu as partituras das novelas “Dona Beija”, “Marquesa de Santos” e do programa “Bar Academia”.
Maestro de Beth Carvalho, Alcione, Martinho da Vila, Agostinho dos Santos, Antônio Carlos e Jocafi, Clara Nunes, Moacir Franco e Maria Creuza, foi detentor de vários prêmios publicitários.
Autor da trilha sonora do anúncio de “Passport”, que esteve no ar durante 11 anos, sendo sucesso no mundo inteiro com três versões (com David Niven, Frank Sinatra e Burt Bacharach).
Como regente assistente da Orquestra de Câmara do Brasil, sob a direção de José Siqueira, gravou (como regente do coro) o LP “Barroco brasileiro”, patrocinado pelo Banco do Brasil, obtendo sucesso mundial.
Em 1983 Alcione interpretou de sua autoria “Maracatu do meu avô”, parceria com Nei Lopes.
Em 1985, assumiu a regência do Coral Pró-música de Juiz de Fora.
Em 1988, assumiu a regência da orquestra Sinfônica Estadual do Espírito Santo, da qual foi titular até 1992. Foi, neste período, regente convidado da Orquestra Sinfônica Nacional e da Orquestra do Teatro Nacional Cláudio Santoro, em Brasília.
Em 1991, orquestrou, regeu e concebeu (ao lado do violinista Jerzy Milewski) o compacto sinfônico “Ecos e reflexos”, com o qual a empresa Vale do Rio Doce presenteou os Chefes de Estado que participaram da ECO 92 – RIO.
Em 1992, assumiu a regência da Orquestra Sinfônica Jovem de Brasília.
Em 1993, reescreveu a partitura do filme “Ganga bruta”, de Humberto Mauro, executada sob a regência de Júlio Medaglia, pela Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, no Palácio das Artes; pela Orquestra Sinfônica de Campinas, no Teatro Municipal de São Paulo, e na abertura do “Festival 100 Anos de Cinema”, em Brasília. Ainda em 1993, assumiu como titular a Orquestra de Câmara da Universidade do Espírito Santo.
Em 1994, assumiu o cargo de diretor artístico e regente titular da Orquestra Sinfônica da Paraíba.
Em 1995, passou a lecionar na Universidade do Estado de Minas Gerais. No mesmo ano, criou e realizou, com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, um concerto dedicado à cultura afro-brasileira no Palácio das Artes, em Belo Horizonte. Esse espetáculo, intitulado “Concerto negro”, repetiu-se na Sala Cecília Meirelles em novembro de 1996, e na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, em Diamantina, com a participação de Martinho da Vila.
Em 1997, “Concerto negro” foi novamente apresentado no Mercado Central de Diamantina, e no ano 2000 no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, em três recitais, dos quais fez parte sua composição “Zumbi dos Palmares, Zumbi” (c/ Martinho da Vila) com direção de Ricardo Cravo Albin e Antônio Pitanga.
No ano de 1998, recebeu da família de José Siqueira a atribuição de “Depositário artístico”de sua obra.
Em 2000, dirigiu e orquestrou o CD “Cantos do Tocantins”, além de realizar vários concertos com a Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, no Ibirapuera de São Paulo. Nest mesmo ano, fundou a Orquestra Sinfônica Rio, batizada por Martinho da Vila a partir do “Concerto negro” encenado no Teatro Municipal naquele mesmo ano.
Trabalhou regularmente com o também compositor e arranjador Rildo Hora em discos de vários artistas, principalemte na série “Casa de samba”, da gravadora Universal.