Cantor. Compositor.
Seus pais eram italianos. Nasceu na Rua da Conceição no Rio de Janeiro. Em 1920, ingressou na Escola Afonso Pena na qual fez o curso primário. Em 1925, mudou-se para o bairro do Encantado e ingressou no Colégio Pedro II e lá concluiu o curso Ginasial. Em 1930, ingressou no grupo cênico Os Filhos de Talma, no qual permaneceu por três anos. Em 1959, passou a trabalhar no Departamento Artístico da editora musical CEMBRA. Foi diretor da fábrica de discos Magissom, de São Paulo.
Em 1930, fez uma prova nos estúdios da antiga Columbia cantando “Eu dava tudo”, uma parceria sua com Nicola Bruni. Ao fim do teste, foi convidado por Valdo Abreu para cantar na Rádio Mayrink Veiga, onde estreou nessa mesma noite. Foi o próprio Valdo Abreu quem o rebatizou como Léo Vilar. Nesse programa de estréia foi acompanhado pelo maestro Kalua e cantou a mesma “Eu dava tudo” e “Meu pensamento”, de Custódio Mesquita. Foi contratado imediatamente permanecendo na Mayrink Veiga por quatro anos se apresentando acompanhado pelo pianista Aluísio Silva Araújo com quem veio a constituir uma famosa dupla e com quem ganhou um concurso instituído por “A Hora”, como a melhor dupla do rádio (as outras eram Sílvio Caldas e Nonô, Luís Barbosa e Travassos). Em 1932, foi convidado por Benedito Lacerda para ser “crooner” de seu regional, “Gente do Morro”, para substituir Moreira da Silva. Em 1933, gravou seu primeiro disco, na Colúmbia com os sambas “Foi bom”, de Benedito Lacerda e Osvaldo Silva e “Não devo amar”, de Benedito Lacerda, V. Batista e Nelson Gomes, com acompanhamento do grupo Gente do Morro, de Benedito Lacerda. Na época, cantava marcando o ritmo no seu chapéu de palha, estilo que Luís Barbosa lançara pouco antes. No mesmo ano, gravou com Arnaldo Amaral, com acompanhamento de Pixinguinha e sua orquestra, os sambas “Se passar da hora”, de Osvaldo Vasques e Boaventura dos Santos e “Rindo e chorando”, de Osvaldo Vasques e Buci Moreira. Também no mesmo ano, gravou em dueto com Noel Rosa o samba “Devo esquecer”, de Gilberto Martins, também com acompanhamento de Pixinguinha e sua orquestra.
Em 1934, tinha com Gilberto Martins um sonho em comum: viajar. E resolveram ir inicialmente a Salvador, na Bahia, onde pretendiam apresentar-se cantando em dupla: ele cantando e batendo o ritmo, Gilberto Martins tocando violão e fazendo a segunda voz. Acreditavam que na Bahia houvesse algum ambiente radiofônico, mas não havia nada. As estações de rádio só funcionavam à base de discos, as orquestras tocavam sem “crooner”. Passaram três dias dormindo nos bancos das praças, até serem levados por um amigo carioca, conhecido do rancho Tenentes do Diabo que os levou ao Cassino dos Tenentes, na Praça Castro Alves, para ver se conseguiam alguma coisa. Segundo Ary Vasconcelos, foram recebidos pelo diretor da orquestra, Jonas Silva: ” – dublê de fotógrafo e diretor de orquestra -, explicou-lhes que na Bahia não se usavam cantores em orquestra, mesmo porque não havia verba…. Mas, pelas 2 horas da manhã, Machado insistiu em que eles cantassem. Jonas deu permissão e o sucesso foi surpreendente. Na mesma hora e diante dos assistentes em delírio, Léo foi contratado para “crooner” da orquestra. Durante três meses, Leo ficou cantando só no Cassino. Enquanto isso, Gilberto organizava um programa de rádio que revolucionou a radiofonia baiana. Em 1936, Gilberto e Léo eram donos da Rádio Clube da Bahia, tendo descoberto Demerval Costa Lima, Dorival Caymmi e outros. Já então Léo era ídolo na Boa Terra, cantando em rádio, cassinos e fazendo bailes em Salvador e Recife”. Ainda em 1934, gravou a marcha “Minha rainha”. De J. Miranda e Ivan Lopes com acompanhamento de Pixinguinha e sua orquestra.
Em 1936, voltou ao Rio de Janeiro, onde encontrou um conjunto, que já se apresentava há dois anos no rádio: os Anjos do Inferno, o qual passou a dirigir e onde atuou como vocalista em lugar de Oto Borges. O novo “Anjos do Inferno” estreou na Rádio Cruzeiro do Sul e se apresentou no Cassino Icaraí, em Niterói, obtendo bastante sucesso. Nesse mesmo ano o conjunto foi contratado pela Rádio Mayrink Veiga, onde permaneceu por dois anos. Em 1938, remodelou o conjunto, tirando os irmãos Antônio e José Barbosa, substituindo-os por Alberto Paes (pandeiro) e Aluísio Ferreira (violão-tenor), e fazendo entrar Harry Vasco de Almeida (pistão), no lugar de Milton Campos. Com essa nova formação, os Anjos estrearam na Rádio Tupi onde ficaram por nove anos. Paralelamente a sua atuação no Anjos do Inferno continuou gravando solo. Em 1941, gravou o samba “Bangalô e barracão”, de João de Barro e Alcyr Pires Vermelho acompanhado pelo Conjunto Regional de Benedito Lacerda. No mesmo ano, gravou com Beatriz Costa a marcha “Não te cases Beatriz”, de Antônio Almeida, Alberto Ribeiro e Arlindo Marques Jr., com acompanahemto de Benedito Lacerda e seu conjunto regional. Em 1942, gravou também com acompanhamento de Benedito Lacerda e seu regional os choros “Acabou-se o que era doce”, de Antônio Almeida e Alberto Ribeiro e “Casal feliz”, de Antônio Almeida.
Em 1952, ingressou na gravadora Copacabana e lançou o samba “Vai saudade!…”, de Irani de Oliveira e Ari Monteiro e a batucada “Baile de rico”, de Roberto Martins e Arnaldo Passos. Em 1953, por problemas financeiros, já que as excursões, fonte principal da renda do grupo, estavam prejudicadas pela ascensão astronômica dos preços das passagens de avião, foi obrigado a dissolver o conjunto Anjos do Inferno. Nesse mesmo ano, transferiu-se para São Paulo, alugando um apartamento na Avª São João. Ainda no mesmo ano, gravou a batucada “Linda Dolores”, de Hernâni Castanheira e Abelardo Barbosa, o Chacrinha, a “Marcha da viúva”, de Peterpan e Afonso Teixeira, os sambas “Cozinheiro forçado”, de Altamiro Carrilho e Irani de Oliveira e “Se não fosse a fé”, de Horondino Silva e Pelado e o samba canção “Quando a lua se escondeu”, de Gilberto Martins. Em 1955, gravou o samba choro “Seu Osório”, de Aloísio Silva Araújo e Roberto Martins e o baião “Gozador”, de João Grimaldi e Roberto Medeiros. No mesmo ano, gravou na Continental com o cantor e compositor baiano Gordurinha a marcha “Soldado da rainha”, de Gordurinha e João Grimaldi e o samba “Sonhei com você”, de Roberto Martins e Mário Vieira. Em 1956, voltou a gravar com Gordurinha, desta vez os cocos “São Paulo x Rio” e “Faroleiro”, ambos de Gordurinha e João Grimaldi.
Em 1957, voltou ao Rio de Janeiro. Dois anos mais tarde atuou na peça “De Cabral a JK”, de Max Nunes, J. Maia e José Mauro, no Teatro João Caetano, quando reorganizou momentaneamente o conjunto Anjos do Inferno. Ficaram seis meses em cartaz, atuando também como atores. Nesse ano, foi trabalhar no Departamento Artístico da editora musical Cembra. Foi diretor da Magissom, fábrica de discos situada em São Paulo. Em 1968, procurou o diretor do Museu da Imagem e do Som, Ricardo Cravo Albin, dizendo-se em sérias dificuldades financeiras. Por essa razão, o diretor do MIS realizou um espetáculo beneficente no Teatro Aurimar Rocha para arrecadar-lhe fundos. Morreu pobre e praticamente esquecido.
(Com Gordurinha)
(Com Gordurinha)
(Com Beatriz Costa)
(Com Noel Rosa)
(Com Arnaldo Amaral)
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.
VASCONCELLO, Ary. Panorama da Música Popular Brasileira – volume 2. Rio de Janeiro: Martins, 1965.