
Cantor. Compositor. Nascido em Natal, RN, morou parte da infância, até a adolescência em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, quando conheceu Lílian Knapp, que era sua vizinha. Com Lílian, apresentava em programas de TV, fazendo mímicas de sucessos do rock. Por volta de 1960, retornou com a família para Natal, voltando para o Rio de Janeiro em 1965.
Faleceu devido a um câncer em 2022.
Começou a cantar profissionalmente em 1965, quando, ao retornar de Natal, onde esteve morando por quatro anos, formou, com Lílian Knapp, a dupla Leno e Lílian. No mesmo ano, apresentou-se com Lílian nos programas de TV “Os brotos comandam”, de Carlos Imperial, e “Hoje é dia de rock”, em companhia de Renato e Seus Blue Caps. A dupla se apresentou diversas vezes no programa Jovem Guarda, na TV Record. Naquele período, além da atuação com Lílian, produziu diversas versões de músicas estrangeiras de sucesso. O conjunto The Youngsters gravou “Vem”, versão de Leno, sob o nome Gileno, para “Help”, de Lennon e MacCartney e Ed Wilson gravou “Sandra”, versão de “Sorrow”, de Feldman, Goldstein e Gothehrer. Entre outras versões de sucesso compostas por Gileno estão, “Quero saber”, gravada por Jerry Adriani, “O disco voador”, gravada por Erasmo Carlos em 1966, e “A irmã do meu melhor amigo”, gravada por Renato e seus Blue Caps em 1967. Em 1971, compôs, em parceria com Raul Seixas, “O mundo dá muitas voltas”, gravada por Wanderley Cardoso na Copacabana. Entre seus parceiros estão também os irmãos Paulo César e Renato Barros. Seu maior sucesso foi “Pobre menina”, versão de “Hang on sloopy”, de Bert Russel e Wes Farrel, gravada pela dupla Leno e Lilian, que, após temporada de grande repercussão, durante a Jovem Guarda, separou-se em 1968. Com o fim da dupla, Leno iniciou carreira solo, continuando a compor. Entre o final de 1970 e início de 1971, reuniu músicos como Renato Barros, guitarra, Gustavo Schroeter, na bateria, Pedro Lima, na guitarra solo e Renato Ladeira, na guitarra base, além de Arnaldo Brandão, baixo, Paulo cesar Barros, banjo e violão, e Ian Guest, piano, e o Trio Ternura e Raul Seixas, então conhecido como Rauzito, nos backing vocal, para a gravação do LP “Vida e obra de Johnny McCartney”, produzido e aranjado por ele e Raulzito. Este disco deveria ser um divisor de águas em sua carreira buscando novos rumos sonoros e comportamentais. No entanto, metade das letras das composições que estavam gravadas foram vetadas pela censura. A gravadora CBS ao ouvir o que estava gravado resolveu cancelar o projeto e o disco não foi lançado. Em seguida, quando o cantor mudou de gravadora a CBS anunciou que apagaria as gravações. Em 1996, ao pesquisar sobre a Jovem Guarda em arquivos da gravadora Sony, que sucedeu a CBS, o pesquisador Marcelo Fróes encontrou os tapes que não haviam sido apagados resolveu entrar em contato com o cantor e relançar o disco, o primeiro gravado em oito canais no Brasil, em CD. Segundo palavras de Marcelo Frós no encarte do CD: “Verdadeiro elo perdido do rock brasileiro, com faixas que antecipam diversas tendências exloradas nos anos seguintes, este lançamento é coisa do destino”. Fizeram parte do disco as músicas “Johnny McCartney”, “Sentado no arco-íris”, “Sr. Imposto de Renda”, “Convite para Ângela” e “Bis”, todas com Raulzito Seixas, “Por que não?”, Não há lei em grilo City” e “Deixo o tempo me levar”, de sua autoria, “Lady Baby”, de Raulzito Seixas e Carlos Augusto, “Pobre do Rei”, de Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle, “Peguei um Apolo”, de Arnaldo Brandão e “Contatos urbanos”, de Ian Guest.
Em 1972, voltou a se reunir com Lílian no lançando um LP novamente em dupla com ela. A dupla Leno e Lílian permaneceu por mais dois anos, lançando outro disco em 1973, pela CBS. Após a separação da dupla, Leno formou a banda Gileno & Banda, com Joca Costa, na guitarra, Herman Torres, no baixo e Gustavo (ex – A Bolha), na bateria. A banda atuou, entre outros, em shows como o de Zé Ramalho, em 1978, e o dos potiguares Mirabô e Terezinha de Jesus.
Como compositor, tem vários parceiros, como Raul Seixas, (“Convite para Ângela”), gravada em seu CD Vida e obra de Johnny McCartiney, de 1995; Ed Wilson (“Flores mortais” e “Mudanças”), gravadas no CD “O melhor de Leno”, de 1998; além de Getúlio Côrtes, Poti Lucena e Renato Barros. Em 1995, voltou a se reunir com Lílian para participar das gravações e shows em homenagem aos 30 anos da Jovem Guarda. No ano seguinte, fez com Lílian, uma grande excursão que percorreu todo o país. Em junho de 2008, sua versão para “Mr. Tambourine”, de Bob Dylan foi gravada no CD “Catadô de bromélias”, lançado por Zé Geraldo, pelo selo Sol do Meio Dia. Em 2019, fez apresentação especial durante o lançamento do CD “Jerry Adriani ao vivo” do selo Discobertas.
Em 2020, lançou no Sesc Belenzinho, em São Paulo, a versão em vinil do raro LP “Vida e obra de Johnny MacCartney, produzido por Raul Seixas e mantido inédito até os anos 1990.
CÂMARA, Leide. Dicionário da Música do Rio Grande do Norte. Natal: Acervo da Música Potiguar, 2001.