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Nome Artístico
Lenita Bruno
Nome verdadeiro
Lenita Bruno
Data de nascimento
8/12/1926
Local de nascimento
Rio de Janeiro, RJ
Data de morte
24/8/1987
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Cantora.

Nascida no Rio de janeiro, teve uma formação lírica. Foi casada com o maestro Leo Peracchi.

Dados artísticos

Iniciou sua carreira aos 14 anos de idade cantando em programas de calouros da Rádio Nacional e da Rádio Cruzeiro do Sul. Na época, saiu vencedora de vários desses concursos. Foi crooner da Orquestra All Stars da Rádio Nacional. Em 1942, participou de sua primeira gravação como vocalista para o conjunto Chiquinho e Seu Ritmo, interpretando o samba “Confesso”, de Augusto Mesquita, e o fox “Maria Elena”, de Russel e Barcelata, com versão de Jair Amorim. Em 1946, assinou seu primeiro contrato com a Rádio Mayrink Veiga para temporada de seis meses. Em 1949, venceu o concurso “Chiquinho a procura de uma Lady crooner”, promovido pela Rádio Clube do Brasil. Em 1950, retornou à Mayrink Veiga onde se apresentou com o cantor Dick Farney em um programa dedicado ao jazz. Cantava em vários idiomas, principalmente inglês interpretando o repertório jazzístico americano com competência, segundo a crítica da época. Com esse repertório, de músicas como “Always”, de Irving Berlin; “Tonight”, de Leonard Bernstein e Sondheim, e “Someone to watch over me”, de George  e Ira Gershwin fez vários programas na Rádio Nacional nos anos 1950.  Participou de vários dos mais conceituados programas musicais da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, entre eles: Operetas famosas; Um milhão de melodias; Festivais GE; Canção da lembrança; Quando os maestros se encontram e Mestres da música. 

Gravou seu primeiro disco em 1952, pela Sinter, interpretando duas músicas de Lírio Panicali e Evaldo Rui: a valsa “Um domingo no Jardim de Alah” e o beguine “Enquanto houver”. Conheceu Tom Jobim através de seu marido, o maestro Leo Peracchi, que orquestrou “Orfeu da Conceição” em 1957. Em 1958, gravou duas versões feitas por Aloysio de Oliveira, pela Odeon: “Sayonara” e “Love me again”. Em 1960, lançou pelo selo Festa o LP “Modinhas fora de moda”, com a orquestra de Leo Peracchi, onde gravou várias modinhas brasileiras. O disco recebeu elogios da crítica, do maestro Heitor Villa-Lobos e apresentação do maestro Edino Krieger. Nesse disco estão presentes, entre outras, as modinhas “Se os meus suspiros pudessem”, de motivo popular com arranjos de Batista Siqueira, “Hei de amar-te até morrer”, de Mário de Andrade, “Lundu da Marquesa de Santos”, de Villa Lobos e Viriato Correia, “Foi numa noite calmosa”, de Luciano Gallet, “Modinha”, de Jaime Ovalle e Manuel Bandeira, e “Cantigas”, de Alberto Nepomuceno e Branca Colaço.

Em 1959, Tom Jobim a convidou para gravar o LP “Por toda a minha vida” só com músicas dele e de Vinicius de Moraes. O disco recebeu orquestração de Leo Peracchi. Ainda no mesmo ano, gravou o bolero “O amor é você”, de Almeida Rego e Evaldo Gouveia, e o rock balada “Como antes”, de Panzeri, Di Paola e Taccani, com versão de Júlio Nagib. A partir de 1961, juntamente com o cantor Zezinho, e os instrumentistas Edmundo Maciel, Paulinho Baterista, Maestro Cipó, Vidal e Julinho Barbosa, passou a integrar o Conjunto Sete de Ouros. Em 1962, o conjunto lançou, pela Odeon, o LP “7 de Ouros”, no qual ela interpretou as músicas “Saudade não tem cor”, de Lauro Miranda e Octavio Miranda;  “O barquinho”, de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli; “That old black magic”, de J. Mercer e H. Arlen, e “Honeysuckle rose”, de Andy Razaf e Thomas Waller. Em 1964, deixou a Rádio Nacional e foi para Nova York onde se apresentou ao lado de Laurindo de Almeida. Nos EUA gravou o LP “Lenita Bruno em Hollywood”, onde interpretou somente músicas brasileiras, algumas com versão em inglês, acompanhada de Laurindo de Almeida, Clare Fischer e Bud Shank. Fez também um especial na TV ao lado de José Feliciano. Gravou, em seguida, outro LP, ao lado de Bud Shank, intitulado “Work of love”. Ao retornar ao Brasil, participou de um show na Sala Funarte em homenagem a Mário de Andrade. Realizou o show “Tom Jobim, popular ou clássico?” em 1985, no Projeto Seis e Meia da A. B. I. , no Rio de Janeiro. Fez sua última apresentação em 1986, no Restaurante Botanic, no Rio de Janeiro, no show “Para amar e sofrer”. Várias de suas interpretações podem ser encontradas na Collectors Editora Ltda, que em 1989 as lançou em LP.

Discografias
1989 Collector's LP Lenita Bruno

- Os ídolos do rádio, vol. XVIII

1968 CBD LP Por toda a minha vida
1959 Festa LP Modinhas fora de moda
1959 Odeon 78 O amor é você/Como antes
1959 Festa LP Por toda a minha vida
1958 Odeon 78 Sayonara/Love me again
1952 Sinter 78 Um domingo no Jardim de Alah/Enquanto houver
Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

COSTA, Cecília. Ricardo Cravo Albin: Uma vida em imagem e som. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2018.