
Cantora.
Em 1950, mudou-se para a cidade de Santos, SP quando seu pai, que era telegrafista, resolveu buscar uma cidade que oferecesse melhores condições de vida para os 10 filhos. Estudou piano durante seis anos além de ter tido aulas de violão.
Pertenceu ao cast da gravadora Chantecler que alcançou razoável sucesso popular em fins da década de 1950 e início da década de 1960. Iniciou a carreira artística na cidade de Santos, SP, cantando na Rádio Atlântica daquela cidade acompanhada pelo pianista Tico-Tico e pelo pistonista Nestor. Cantou também na Rádio Clube de Santos, onde chegou a ter um programa exclusivo. Nessa época, ganhou o troféu do jornal “A Tribuna”, como melhor intérprete e foi coroada “Rainha dos Músicos”.
Em 1959 foi contratada pelo selo Califórnia e estreou em discos cantando os sambas-canção “Resignação”, de Plínio Metropolo e “Mentira”, de Dênis Brean e Osvaldo Guilherme. Nessa época, por sugestão do compositor Dênis Brean adotou o nome artístico de Leila Silva. No mesmo ano, levada pelo compositor Diogo Mulero, o Palmeira, transferiu-se para a gravadora Chantecler e gravou o tango “Mar negro”, de Leo Rodi e Palmeira e o samba-canção “Irmã da saudade”, de Portinho e João Pacífico com acompanhamento de Élcio Alvarez e sua orquestra.
Em 1960, gravou com orquestra com regência do maestro Guerra Peixe o tango “Tango triste”, de Osvaldo de Souza e Haroldo José e o samba-canção “Sarjeta”, de J. Luna e Clodoaldo Brito, o Codó. Nesse ano, fez sucesso com a balada “Perdão para dois”, de Palmeira e Alfredo Corleto, gravada com orquestra e coro com regência do maestro Élcio Alvarez e com o samba “Não sabemos”, de Rubens Caruso, gravado com orquestra sob regência do maestro Poly. Ainda no mesmo ano, lançou seu primeiro LP, “Perdão para dois”, com orquestras regidas por Élcio Alvarez e Guerra Peixe.
Em 1961, gravou os sambas “Justiça de Deus”, de Normindo Alves e Ruth Amaral e “Nossa união”, de Vicente Clair; o tango “Promessa”, de W. White com versão de Teixeira Filho; o rock-balada “Adeus amor”, de Haroldo José e Eufrásio Boreli e o bolero “Na solidão do meu quarto”, de Rubens Machado.
Nesse ano, gravou pela Chantecler o LP “Quando a saudade apertar”. No ano seguinte, lançou ainda na Chantecler o bolero “Vai dar no mesmo”, de Edmundo Arias e Teixeira Filho; as baladas “Mais uma vez, adeus”, de G. Auric e D. Langdon, com versão de Teixeira Filho e “Meu amor pertence a outra”, com adaptação de Teixeira Filho sobre tema de Beethoven e, o samba “O que é que eu faço”, de Ribamar e Dolores Duran. Ainda em 1962, assinou contrato com a gravadora Continental embora ainda lançasse mais três discos pela Chantecler. Em seu disco de estréia na nova gravadora registrou a balada “Deus o mundo e você”, de Palmeira e Alvares Filho e o tango “Desespero”, de Umberto Silva, Luiz Mergulhão e Paulo Aguiar. Também em 1962, lançou pela Chantecler o LP “Quando Canta Leila Silva”, que contou com orquestras regidas por Élcio Alvarez e Zico Mazagão e o Regional de Poly.
Em 1963, lançou a balada “Canção do fim”, de U. Mincci e R. Jaden com versão de Paulo Rogério e os sambas “Correio das estrelas”, de Dênis Brean e Osvaldo Guilherme; “Coração a coração”, de Arquimedes Messina e B. Barrela e “Não diga a ninguém”, de José Messias. Nesse ano, lançou seu último disco na Chantecler, o LP “Novamente Ela”.
Em 1964, gravou pela Continental os sambas “Juca do Braz”; “Nó de porco” e “Joguei fora o brilhante”, de Haroldo José e Romeu Tonelo e “Favela do Vergueiro”, de K-Ximbinho e Laércio Flores. No mesmo ano, lançou o LP “Samba e romance”, pela gravadora Continental interpretando as composições “Nó de Porco”, de Haroldo José e Romeu Tonelo, ” Favela do Vergueiro”, de K-Ximbinho e Laércio Flores, “Guarujá”, de Antoninho Lopes e Candango do Ypê, “Reinado da Boemia”, de Wilson da Silva Besar, “Juca do Braz”, de Haroldo José e Romeu Tonelo, “Tá na Hora”, de Rolando Candiano e Paulo Rogério, “Boa Noite Filho Meu (Kon-Nichi Wa Akacham)”, de Hachidai Nakamura e Rokusuke Ei, “Canção da Noite Triste”, de Fernando Dias, “Sete Noites”, de Roberto Cantoral, versão de Palmeira, ” Perdoe Meu Amor”, de José Di e Michel Butnariu, “Álbum de Recordação”, de Osvaldo Cordeiro, e “Meu Prelúdio”, de Waldir Azevedo e Mirian Barbosa.
Ainda na década de 1960, teve um programa na TV Record de São Paulo que ficou no ar durante três anos. Embora com carreira fonográfica discreta, seus maiores sucesso foram as músicas “Perdão para dois” e “Não sabemos”. Gravou discos também pelas gravadoras RCA Victor, Continental, RGE, Copacabana e Warner. Teve discos lançados na Itália, França, Japão, México, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Recebeu inúmeros prêmios ao longo da carreira sendo detentora de quatro prêmios “Roquete Pinto”, cinco “Chico Viola” e cinco “Discos de Ouro”. Em Curitiba, PR, recebeu o prêmio “Pinheiro de Prata”. Foi cinco vezes premiada como “melhor cantora” pela Rádio Cultura. Foi coroada pela Revista do Rádio como “Rainha do samba”.
Em 2001, apresentou-se no “Programa da Saudade na TV”, do cantor Francisco Petrônio no canal Rede Vida. Em 2002, o selo Revivendo lançou o CD “Leila Silva – o mais puro amor”, com 21 gravações suas incluindo antigos sucessos como “Não sabemos”, de Rubens Caruso; “Sarjeta”, de J. Luna e Clodoaldo Brito; “Perdão para dois”, de Palmeira e Alfredo Corleto; “Juca do Braz”, de Haroldo José e Romeu Tonelo; Justiça de Deus”, de Normindo Alves e Ruth Amaral Dias; “O amor mais puro”, de Palmeira; “Desespero”, de Umberto Silva, Luis Mergulhão e Paulo Aguiar; “Nó de porco”, de Haroldo José e Romeu Tonelo e “O que é que eu faço”, de Ribamar e Dolores Duran, além de clássicos como Flor amorosa”, de Catulo da Paixão Cearense e Joaquim Antonio da Silva Callado;”Chicletes com banana”, de Gordurinha e Almira Castilho; “Murmurando”, de Fon-Fon e Mário Rossi e “Apesar de você”, de Chico Buarque de Hollanda.
Recebeu do compositor Palmeira o título de “A estrela de São Paulo”.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.