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Nome Artístico
Lana Bittencourt
Nome verdadeiro
Irlan Figueiredo Passos
Data de nascimento
5/2/1931
Local de nascimento
Rio de Janeiro, RJ
Data de morte
28/08/2023
Local de morte
Petropolis, RJ
Dados biográficos

Cantora.

Desde menina causava sensação cantando nas festas familiares e em casa de vizinhos e amigos da família. Antes de escolher a carreira artística, cursava línguas anglo-germânicas na Faculdade de Filosofia. Sempre se destacou pela capacidade de cantar em vários idiomas, o que lhe valeu um prefixo nas rádios: Lana Bittencourt, “A internacional”.

Dados artísticos

Em 1954, iniciou sua vida artística, na Rádio Tupi, do Rio de Janeiro. Logo gravou um “jingle” que fez muito sucesso na época. No mesmo ano, gravou seu primeiro disco em 78 rpm, pela Todamérica, com os sambas “Samba da noite”, de Luís Fernando e Wilton Franco, e “Emoção”, de Emanuel Gitahy e Wilson Pereira. Logo depois, foi contratada pela Rádio Mayrink Veiga, do Rio de Janeiro. Nessa época, excursionou pelo interior do Brasil. Ainda em 1954, chegou a ter um programa exclusivamente seu na TV Paulista (canal 5 de SP), que tinha a duração de 30 minutos. Em 1955, transferiu-se para a Columbia, onde gravou grande parte de seus discos. O primeiro disco na nova gravadora tinha o fox “Juca”, de Haroldo Barbosa, e o bolero “Johnny Guitar”, de Victor Young, com versão de Júlio Nagib. Em seguida, gravou o samba “Pobre menino rico”, de Vargas Jr. e Oscar Bellandi. Em 1956, gravou o samba canção “Quem se humilha”, de Ricardo Galeno, o maxixe “Ataliba e seu Bombardão”, de Haroldo Barbosa, e o samba-canção “Meu caso”, de Betinho e Nazareno de Brito. No ano seguinte, gravou o bolero “Esquecimento”, de Nazareno de Brito e Fernando César, o samba-canção “Se alguém telefonar”, de Jair Amorim e Alcyr Pires Vermelho, que foi um de seus maiores sucessos, e o baião “Zezé”, de Humberto Teixeira e Caribé da Rocha, que também conseguiu fazer um razoável sucesso. Ainda em 1957, fez sucesso com a rumba “Little darlin”, de M. Williams. Também no mesmo ano, lançou um LP com o samba canção “Se todos fossem iguais a você”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, então pouquíssimo registrado. Por conta do sucesso da interpretação de “Little darling” o produtor Nat Shapiro veio ao Brasil para convidá-la juntamente com Cauby Peixoto e Leny Everson a se apresentar no Ed Sullivan Show, na TV norte americana. Em 1958, gravou o samba-canção “Conselho”, de Denis Brean e Osvaldo Guilherme. Nesse mesmo ano, lançou “Lana em Musicalscope”, um de seus principais trabalhos, e que trazia dois de seus grandes sucessos já lançados anteriormente: “Se alguém telefonar”, de Jair Amorim e Alcyr Pires Vermelho, e “Little darlin”, de M. Williams. Também fizeram parte desse LP as músicas “Além”, de Édson Borges E Sidney Morais, “With All My Heart”, de Marcucci e De Angelis, “Ciúme”, de Renato de Oliveira e Fernando César, “La Vie Em Samba”, de Denis Brean e Blota Júnior, “Oho-aha”, de Feliz, Gieltz e Pinchi, “Alone (Why Must I Be Alone)”, de Craft, “Summertime”, de George Gershwin e Du Bose Heyward, “Graças a Deus”, de Fernando César, “Himne à Lamour”, de Edith Piaf e Marguerite Monnot, e “Conselho”, de Denis Brean e Osvaldo Guilherme. Ainda em 1958, foi agraciada com o troféu Microfone de Ouro, instituído pela revista Radiolândia, depois de escolhida por um júri de críticos especializados e representantes de agências de propaganda como a “Melhor cantora do ano” no Rádio. Em 1959, lançou o samba “Amor sem repetição”, de Lírio Panicali e Ester Delamare, e a valsa-rock “Quero-te assim”, de Tito Madi. Em 1960, gravou dois sambas de Luiz Antônio: “Poema das mãos” e “Amor, amor”. No mesmo ano, gravou o LP “Sambas do Rio”, no qual interpretou composições de Tom Jobim e Luiz Antônio como:  “Amor, amor”, “Poema das mãos”, “Eu e o Rio”, “Chorou chorou”, “Estrada do amor” e “Ri”, de Luiz Antônio, e “Longe é o céu”, “Corcovado”, Outra vez”, “Só em teus braços”, “Fotografia” e “Este teu olhar”, de Tom Jobim. Em 1962, lançou, pela Columbia, o LP “Exaltação ao Samba”, disco que seria relançado em 1969 pela CBS/Entré com o título de “Exaltação à Bahia” no qual interpretou os sambas “Os quindins de Yayá” e “Na Baixa do Sapateiro”, de Ary Barroso; “Bahia Com “H”, de Denis Brean; “Exaltação à Bahia” e “Bahia de todos os santos”, de Vicente Paiva e Chianca de Garcia; “Oração ao Senhor do Bonfim”, de Tito Madi; “A Bahia te espera”, de Herivelto Martins e Chianca de Garcia; “Você já foi à Bahia”, ” O que é que a baiana tem” e “365 igrejas”, de Dorival Caymmi; “Sinhá da Bahia”, de Vicente Paiva e Luis Iglesias, e “Olhos verdes”, de Vicente Paiva. Em 1963, transferiu-se para a CBS, e gravou com sucesso a música “Chariot”, de Stolle e Del Roma. No mesmo ano, lançou o LP “O sucesso é Lana Bittencourt”, sendo acompanhada por Astor e sua orquestra, com destaque para “Meu sonho em tuas mãos”, de Fernando César e Britinho, “Canção de esperar o amor”, de Carlito e Romeo Nunes, e “Teus olhos”, de Sérgio malta e Romeo Nunes. Também gravou nesse LP as composições “Bientôt”, de D. Gérard, G. Garvarents e R. Lefèvre, “Waiting For Never”, de Grossman e Bacalow, “A Hundred Pounds Of Clay”, de B. Elgin, L. Dixon e K. Rogers, “Eu Vou Chorar Alguém”, de Newton Ramalho e Othon Russo, “La Leçon de Twist”, de D. Gérard, L. Morisse e G. Mengozzi, “Monsieur”, de K. Gotz e K. Hertha, versão de Clóvis Mello, “Sem Direção”, de Ivan Paulo, “Chariot”, de Stolle e Del Roma, e “Loin de Moi”, de G. Aber e J. Tillotson. Em 1965, lançou o LP “Lana no 1800”, gravado ao vivo no Restaurante Rio 1800, no Rio de Janeiro, com as músicas “Castigo”, de Dolores Duran, “Ma vie” e “Au revoir”, ambas de Alain Barrière, Vidalin e Bécaud, um pot pourri intitulado “A voz do povo”, música de Luiz Vieira e João do Vale, que incluiu ainda “O Neguinho e a Senhorita (Noel Rosa de Oliveira e Abelardo da Silva, “É Um Só”, de Lindolfo Gaya, “Ascender as Velas”, de Zé Keti, “Zelão”, de Sergio Ricardo, “Nega Maluca”, de Evaldo Ruy e Fernando Lobo, “Implorar”, de Kid Pepe, Germano Augusto e Gaspar, “Arrependimento”, de Cristóvão de Alencar e Silvio Caldas, “É Bom Parar”, de Rubens Soares, “Me Deixa Em Paz”, de Monsueto e Airton Amorim, e “Está Chegando a Hora”, de Rubens Campos e Henricão, “Come Te no Ce Nessuno”, de Migliacci e Vassalo, “Io Che Amo Solo Te”, de Endrigo, “Amore Scusami”, de Pallavicini e Mescoli, “Perseguição”, de Adelino de Souza e Carlos da Maia, “Summertime”, de George Gershwin e Heyward, “Singin In The Rain”, de Brown e Freed, “More”, de Ortolani, Ciorciolini e Oliviero, e “My Funny Valentine”, de Rodgers e Hart. Em 1982, lançou o LP Jubileu de prata”, pelo selo AVM, no qual gravou “Sangrando”, de Gonzaguinha, “Me deixas louca”, de Armando Manzanero, e “Samba da noite”, de Wilton Franco, além de regravar os sucessos “Little darlin” e “Se alguém telefonar”. Gravou também “Feridas de Amor”, de Nelson Ned, “Ombro Amigo”, de Leci Brandão, “A Canção Que a Madrugada Inspirou”, de José Cunha e Mirabeau, “Conselho”, de Denis Brean e Osvaldo Guilherme, esta última, cantando com Sônia Maia, e “Quem Se Humilha”, de Ricardo Galeno. Em 1986, gravou o LP “Karma secular”, pelo selo Fermata, com destaque para as composições de autores contemporânoes como em “Rosa de viver”, de Abel Silva e Sueli Costa, “A morte do imortal”, de Nonato Buzar e Ronaldo Bôscoli, “Onde foi que eu errei”, de Antonio Ferreira e Carlos Dafé, e a música título, de Ângela RoRo. Também fizeram parte deste LP as músicas “Dá-me”, de Adilson Godoy, “Fuga” e “Gaivota”, de Alemão e Elzo Augusto, “Eco”, de Marco Siquelli, “A Morte do Imortal”, de Nonato Buzar e Ronaldo Bôscoli, “Eu e Você”, de Andréa Gabriel, e “O Amor Em Paz”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Na década de 1990, teve o LP “Exaltação do samba”, relançado em CD com o título do samba “Exaltação à Bahia”, já que as 12 faixas do disco tem como tema a Bahia, como “Oração ao Senhor do Bonfim”, de Tito Madi, e “Na baixa do sapateiro”, de Ary Barroso, entre outras já citadas. Em 1998, teve lançado pela Polydisc um CD com seus maiores sucessos, incluindo “Ouça”, de Maysa, “Maria, Maria”, de Milton Nascimento e Fernando Brant, e “Olhos nos olhos”, de Chico Buarque. Ainda na década de 1990, começou a fazer pequenos shows para eventos especiais, como casamentos, formaturas e almoços/jantares de celebração sempre acompanhada por um a três músicos. Em 2003, continuou em atividade, se apresentando em espetáculos e eventos pelo Brasil. Em 2006, apresentou-se com o cantor Márcio Gomes no Teatro Ipanema no show “Grandes nomes em sintonia”, com acompanhamento do maestro Mirabeau, interpretando sucessos como “Força estranha”, “Falando sério” e “Emoções”, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, “Começaria tudo outra vez”, de Gonzaguinha, “Chão de estrelas”, de Sílvio Caldas e Orestes Barbosa, “Brigas”, de Luiz Antônio, e “Canta Brasil”, de David Nasser e Alcyr Pires Vermelho, entre outras. Em 2010, gravou, em show no Teatro Rival BR, seu primeiro DVD, dirigido pelo jornalista Rodrigo Faour, e intitulado “Lana Bittencourt – A diva passional” no qual interpretou sucessos como “Se alguém telefonar” e “Little darling”, além de “New York, New York”, “Sangrando”, e “É”, de Gonzaguinha, e “Bilhete”, de Ivan Lins. O show contou com as participações especiais de Ney Matogrosso, de sua neta e cantora Mariana Braga, e Rogéria com quem cantou “Haja o que houver”. No mesmo ano, também no Teatro Rival BR, apresentou-se em récita única, dirigida e apresentada por Ricardo Cravo Albin, em show que contou com a participação especial de Elimar Santos e da neta da cantora Mariana Braga. Em 2012, passou a integrar o grupo As Cantoras do Rádio, em sua nova formação, que estreou no show “MPB pela ABL – A volta das cantoras do Rádio”, récita única no auditório Raimundo Magalhães Jr., todas acompanhadas por Fernando Merlino, com apresentação, criação e roteiro de Ricardo Cravo Albin. Em 2013, apresentou-se na casa de espetáculos Miranda, na zona sul do Rio de Janeiro em show em homenagem à cantora e compositora Dolores Duran. No mesmo ano, foi lançado o DVD “A diva passional”, o primeiro registro audiovisual da cantora, lançado pela “Coleção Canal Brasil” e contando com a participação da cantora Alcione. Foram lançados também dois CDs que contaram com as seguintes composições: “Se Todos Fossem Iguais A Você”, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, “Se Alguém Telefonar”, de Jair Amorim e Alcyr Pires Vermelho, “Conselho”, de Denis Brean e Osvaldo Guilherme, “Little Darlin”, de M. Williams, “Johnny Guitar”, de Victor Young, versão de Julio Nagib, “With All My Heart”, de Marcucci e De Angelis, “Malagueña”, de Ernesto Lecuona, versão de Julio Nagib, “Alone”, de Selma Craft e Morton Craft, “Ave Maria”, de Jaime Redondo e Vicente Paiva, “Na Baixa do Sapateiro”, de Ary Barroso, “O Meu Amor”, de Chico Buarque, esta última, cantada com Alcione, e “Free Again”. Já o CD número 2 contou com as músicas “Castigo”, de Dolores Duran, “O Milagre da Volta”, de Fernando César e Armando Cavalcanti, “Vá, Mas Volte”, “Cantando”, “Haja O Que Houver”, de Fernando César, cantando com Rogéria, “Bilhete”, de Ivan Lins e Vítor Martins, “É”, de Gonzaguinha, interpretada com Mariana Braga, “Me Deixas Louca (Me Vuelves Loco)”, de Armando Manzanero, versão de Paulo Coelho, “Da Cor Do pecado”, de Bororó, e “Hino Ao Amor (Hymme à Lamour)”, de Edith Piaf e Marguerite Monnot, versão de Odair Marsano, interpretadas em dueto com com Ney Matogrosso, “Sangrando”, de Gonzaguinha, “Singin In The Rain”, de Brown e Freed, “Theme from “New York,New York”, de Kander e F. Ebb, e “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso. Em 2014, participou, juntamente com as cantoras Ellen de Lima  e Adelaide Chiozzo, do espetáculo “A Noite – Nas ondas da Rádio Nacional”, apresentado no teatro Rival BR.

Discografias
[S/D] CD "Exaltação à Bahia"
2013 Nova Estação A diva passional
2006 Sony Music Maxximum Lana Bittencourt

Coletânea

1998 Polydisc CD Lana Bittencourt-20 super sucessos
1986 Fermata LP Lana Bittencourt. Karma Secular
1982 AVM Discos LP Jubileu de prata
1979 CBS Que será de ti/Exemplo

Single

1965 Philips LP Lana no 1800
1965 Philips LP Retrato do Rio
1963 CBS 78 Chariot/Dans le creux de ta main
1963 CBS 78 Monsieur/Bientot
1963 CBS LP O Sucesso É Lana Bittnecourt. com Astor e orquestra
1962 Columbia LP Exaltação ao Samba
1961 Sonhando (Dreaming) /O dio mio

Single

1960 Columbia 78 Poema das mãos/Amor, amor
1960 Colúmbia LP Sambas do Rio
1959 Columbia 78 A noite é nossa/O milagre da volta
1959 Columbia 78 Ave Maria/The only way to love
1959 Columbia 78 Escala de cores/Quero-te assim
1959 Columbia LP Intimamente
1959 Columbia 78 Just young/Amor sem repetição
1958 Columbia 78 Além/Graças a Deus
1958 Columbia 78 Conselho/Summertime
1958 Columbia LP Lana em Musicalscope
1958 Columbia 78 With all my heart/Quero ir à Bahia
1957 Columbia 78 Alone/Se todos fossem iguais a você
1957 Columbia Lana Bittencourt
1957 Columbia 78 Little darlin'/Feliz Natal

Single

1957 Columbia 78 Little datrlin'/Zezé
1957 Columbia 78 Ninguém vem me dizer/Esquecimento
1957 Columbia 78 Se alguém telefonar/Haja o que houver
1956 Columbia 78 Desistência/Ataliba e seu bombardão
1956 Columbia 78 Dolores/Meu caso

Single

1956 Columbia Lana Bittencourt
1956 Columbia 78 Meu benzinho/Prece

Single

1956 Columbia 78 Vai/Quem se humilha
1955 Columbia 78 Andalúcia/Porque é
1955 Columbia 78 Eu chorei/Gato preto

Single

1955 Columbia 78 Juca/Johnny Guitar
1955 Columbia 78 Malageña/Pobre menino rico
1954 Todamérica 78 Regeneração/Nasci pra você
1954 Todamérica 78 Rouxinol/Babau
1954 Todamérica 78 Samba da noite/Emoção
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume 1.São Paulo: Editora: 34, 1997.